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ID
1416850
Banca
FCC
Órgão
TRT - 2ª REGIÃO (SP)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Questão de gosto

            ;A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de conversa, inútil discutir”.
A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de colégio.” Questão de gosto.
            Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando despoticamente a instância definitiva da
mais rasa subjetividade. Gosto disso, e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se discute.
            Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra, a ausência vale a presença - tudo se elativiza ao infinito. Num mundo sem valores a definir, em que udo dependa do gosto, não há lugar para uma razão ética, uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas contradições
.

                                                (Emiliano Barreira, inédito)

Atente para as seguintes afirmações:

I. No 1° parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de valor equivalente.
II. No 2° parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica.
III. No 3° parágrafo, a expressão servidão ao capricho realça a acomodação de quem não se dispõe a enfrentar a argumentação crítica.

Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • Ainda não entendi o por quê de a II estar errada. Se alguém puder ajudar.

  • O Erro da II está em "desenvolver uma polêmica". A intenção não é desenvolver a polêmica, e sim acabar com ela. 

    Aqui temos uma CONTRADIÇÃO ao que foi exposto no texto. 

  • Gabarito: E.

    I. No 1° parágrafo, a menção a Beethoven e a fanfarra de colégio ilustra bem a disposição do autor em colocar lado a lado manifestações artísticas de valor equivalente. Errado: não são manifestações artísticas equivalentes; enquanto Beethoven nos remete ao que é erudito, a fanfarra se refere à cultura popular. 
    II. No 2° parágrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual alguns interlocutores dispõem-se a desenvolver uma polêmica. Errado: pelo contrário, é uma forma de por fim a qualquer polêmica - trata-se de uma questão de gosto.

    Despoticamente: De maneira absoluta, autoritária e inquestionável.

    Torna-se indispensável um governo que fosse seguido por todos os componentes do corpo social, e isto haveria de requerer que esse governo tivesse toda a força, porque somente seria capaz de corresponder à sua finalidade se exercido despoticamente.
    (fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/significado/despoticamente/3665/)III. 

    No 3° parágrafo, a expressão servidão ao capricho realça a acomodação de quem não se dispõe a enfrentar a argumentação crítica. Certo: como é questão de gosto, não há o que se argumentar.

    Bons estudos!

  • Em relação a "b" respeito a opnião dos colegas, mas acredito que quem qualifica é o adjetivo.  Portanto, despoticamente é um avérbio, que exprime circustância.