Para Narciso
o olhar do outro, a voz
do outro, o corpo é sempre o espelho
em que ele a própria imagem mira.
E se o outro é
como ele outro Narciso,
é espelho contra espelho:
o olhar que mira
reflete o que o admira
num jogo multiplicado em que a mentira
de Narciso a Narciso
inventa o paraíso.
(Fragmento de Narciso e Narciso, de Ferreira Gullar)
Dos procedimentos formais de que o poeta lança mão na fatura do poema, é correto destacar