ABC 
          Quando a gente aprende a ler, as letras, nos livros, são grandes. Nas cartilhas – pelo menos nas cartilhas do meu tempo – as  letras eram enormes. Lá estava o A, como uma grande tenda. O B, com seu grande busto e a barriga ainda maior. O C, sempre  pronto a morder a letra seguinte com sua boca.
         À medida que a gente ia crescendo, as letras iam diminuindo. E as palavras, aumentando. (...) De tanto ler palavras, nunca  mais reparamos nas letras. E de tanto ler frases, nunca mais notamos as palavras, com todo o seu mistério.  
                                                   (Adaptado de Luis Fernando Verissimo – Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, pp. 113/114) 
No primeiro parágrafo, a atenção do autor se volta para