Atente para estes dois textos, que constam das páginas iniciais de dois grandes romances brasileiros:     
    I.      Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão de trabalho. Dirigi-me a alguns amigos e quase todos  consentiram em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações  latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de  Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. (...)    Abandonei a empresa e iniciei a composição de repente, valendo-me de meus próprios recursos e sem indagar se isto me  traz qualquer vantagem, direta ou indireta.      
                                                           (Graciliano Ramos. S. Bernardo. S. Paulo: Martins, 1970, 12. ed.)   
  II.      Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? (...) A história – determino com falso livre arbítrio  – vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, Rodrigo S. M. Relato antigo, este, pois não  quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade.    
  (Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de Janeiro: José Olympio, 4. ed., 1978)
S. Bernardo e A hora da estrela – os dois romances a que pertencem esses textos – são exemplos, respectivamente,