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ID
1438960
Banca
VUNESP
Órgão
PC-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Medicina Legal
Assuntos

Em relação a cadáveres carbonizados, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • CORRETA: LETRA B

    A grande questão a analisar na perícia de cadáveres carbonizados é se a ação do fogo se deu antes ou depois da morte, isto é, se o corpo da pessoa foi queimado em vida, constituindo a causa mortis ou se consistiu, por exemplo, em uma tentativa de ocultação do cadáver. Por isso, é comum que se lance mão do chamado SINAL DE MONTALTI, que consiste na análise da presença de partículas de fuligem nas vias respiratórias.  Assim, a presença de partículas de fuligem na boca, narinas e, principalmente, na laringe, traqueia e brônquios, são indicativos de que a vítima respirava após o início do fogo. Entretanto, enfatiza-se que o contrário nem sempre é verdadeiro, ou seja, a ausência de fuligem e de elevada concentração de carboxiemoglobina não significa necessariamente que a pessoa estava morta após o início do fogo. Pode ocorrer em casos de formação rápida de labaredas, como em explosão por gasolina em veículos, nos quais pouca fuligem e monóxido são produzidos


  • Como faz para se saber com certeza se foi ocultação de cadáver, se a ausência de fuligem não acusa necessariamente essa situação?

  • e) não há como distinguir a queimadura ocorrida em vida daquela ocorrida após a morte. 

     

    Uma das maneiras de diferenciar se as queimaduras ocorreram enquanto a pessoa estava viva ou morta é feita pela analise das flictenas (bolhas). Importante saber o nome de dois epônimos. 

     

    Sinal de Janesie-Jeliac

    – Flictenas sem leucócitos (Bolhas com ausência ou poucas proteinas. São encontradas na fase de decomposição do corpo. São bolhas pós-mortem)

     

    Sinal de Chambert

    – Proteínas plasmáticas em flictenas (Bolhas que contém alta concentração de proteinas. o Sinal de Chambert está presente em queimaduras de segundo grau).

  • Gaba B

    * nas mortes por carbonização, há a necessidade de se saber se a vítima estava viva qdo iniciou o fogo ou se já estava morta - casos de crimes dolosos;

    * exame das vias respiratórias.....Sinal de Montalti;

    * existência ou não de leucócitos nas bolhas que se desenvolvem na pele.....Sinal de Janesie-Jeliac;

    * posição que a vítima fica após a carbonização....lutador de boxe;  

  • – Pode ser realizado EXAME DE DNA em CORPOS CARBONIZADOS, uma vez que a carbonização é excelente isolante térmico e elétrico.

    – Sendo assim, em determinado momento passa a PROTEGER OS TECIDOS SUBJACENTES, o que permite a verificação do DNA.

     

    – Se a dosagem de MONÓXIDO DE CARBONO NO SANGUE ESTIVER ALTA, quer dizer que a CARBONIZAÇÃO ocorreu quando a vítima ainda estava viva (porque inalou tal substância química).

     

    – Outros sinais encontrados em vítimas de incêndio: MONTALTI e DEVERGI

    SINAL DE MONTALTI

    – O fogo faz fuligem, logo, quando uma pessoa morre em decorrência de um incêndio, em sua via respiratória é possível encontrar essa fuligem impregnada na mucosa, o que determina que a pessoa estava viva no incêndio – em incêndios, a causa da morte é, na grande maioria das vezes, por intoxicação com a fumaça e não por queimaduras.

    – Se não houver fuligem, a pessoa já estava morta antes do incêndio – mesmo nos casos de CORPOS CARBONIZADOS é necessária a NECROPSIA, pois o normal é que os órgãos internos estão intactos.

    SINAL DE DEVERGI

    – Não se confunde com a RIGIDEZ CADAVÉRICA.

    – Em qualquer cadáver, qualquer que tenha sido a causa da morte, se colocado dentro de um incêndio aparecerá o SINAL DE DEVERGI, que é uma alteração pós-morte (a posição do cadáver deixa parecer que ele estava a se defender do fogo, em posição de lutador, posição de boxer).

     

    – Em CARBONIZADOS, dosagem elevada de monóxido de carbono traduz respiração no ambiente de combustão.

     

    – Nos grandes incêndios, as pessoas, em geral, não morrem queimadas, pois a fuligem produzida pela combustão dos materiais leva à morte por asfixia.

    – Na maior parte dos casos, o CADÁVER ENCONTRA-SE CARBONIZADO, porém, a causa da morte foi ASFIXIA.

    – Nesses casos, a alta temperatura do ar no ambiente incendiado queima as vias aéreas, a fumaça e a fuligem com partículas de materiais é aspirado até o pulmão e a grande quantidade de CO2 no pulmão impede a troca gasosa no sangue.

    – Com isso, atinge-se a morte por asfixia mecânica (pulmão entupido de resíduos) ou física (pela falta de O2).

    OBSERVAÇÃO: Há casos de pessoa que se salvam do incêndio, mas há a possibilidade de ficar com seqüelas graves, dependendo do material que foi queimado.

     

     

  • O QUE É O SINAL DE MONTALTI? FRANÇA explica que “Nos casos de carbonização total a primeira providência é identificar o morto. Na morte pelo fogo, a perícia também deve ter como norma esclarecer se o indivíduo morreu durante o incêndio ou se já se achava morto ao ser alcançado pelas chamas. Se ele sobrevive ao incêndio, a questão é fácil de ser dirimida; porém, se ele é encontrado morto no palco do incêndio é necessário um certo cuidado para elucidar alguns pontos. Primeiramente, devem-se procurar, no corpo, outras lesões distintas das queimaduras; em seguida, ter-se a certeza de que o indivíduo respirou na duração do incêndio, pela pesquisa do óxido de carbono no sangue e pela presença de fuligem ao longo das vias respiratórias conhecido como sinal de Montalti. O calor da fumaça aspirada provoca também hiperemia e edema da laringe, da faringe, da parte superior do esôfago e da mucosa traqueobrônquica, nesta com acentuado aumento do muco. FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p.304

    GABARITO DO PROFESSOR: LETRA B