Segue trecho do livro da Cristiane Alkimin, do preparatório de Micro da Anpec para auxiliar na marcação da alternativa B e eliminar a A com segurança na Teoria do Consumidor, mas avaliá-la se fosse Teoria da Firma:
"A Teoria do Consumidor, embora tenha muitas semelhanças, difere da Teoria da Firma em alguns pontos. Um deles diz respeito ao valor da curva de indiferença e ao da isoquanta. Na Teoria do Consumidor, que tem como base a teoria ordinal, não importa o valor em si das curvas de indiferenças, mas a ordem com que elas estão dispostas e o fato desta ordem ser preservada por uma transformação monotônica crescente. Já na Teoria da Firma, que tem como base a teoria cardinal, a quantidade produzida é relevante. Cada isoquanta mede, portanto, uma determinada quantidade de produção."
Correta. Esse é o conceito de transformação monotônica. E o que são transformações monotônicas? São uma forma de transformar um
conjunto de números em outro, mas preservando a ordem original dos números. Em outras palavras, é uma nova forma de escrever, em linguagem matemática, a mesma coisa. Por exemplo: U = 2x e 2U = 4x.
Percebam que as duas equações são iguais, mas, na segunda, multiplicamos os dois lados por dois. As transformações monotônicas interessam para a microeconomia porque podemos descrever a mesma curva de indiferença de várias formas diferentes. Como vimos quando estudamos a teoria ordinal, a função utilidade apenas ordena as preferências do consumidor. Se tivermos uma função utilidade em que f = 2(u) e uma outra em que j = (u), isso não significa que o consumidor preferirá 2 vezes mais f do que j. Na verdade, pela teoria ordinal, isso somente significa que o consumidor preferirá f do que j. Só isso.
Na teoria ordinal, nós não quantificamos essa diferença entre uma função e outra (não dizemos que preferimos uma cesta 2
vezes mais do que outra), nós somente podemos inferir que preferimos f a j. Desse modo, como só o que interessa é a ordenação das cestas de consumo (e não a extensão da diferença entre elas), temos várias formas de descrever a mesma função utilidade.
Heber Carvalho, Estratégia