A  questão   focaliza  uma passagem de um artigo de Cláudia Vassallo.
                                    Aliadas ou concorrentes
            Alguns números: nos Estados Unidos, 60% dos formados em universidades são mulheres. Metade das europeias que estão no mercado de trabalho passou por  universidades. No Japão, as mulheres têm níveis semelhantes de educação, mas deixam o mercado assim que  se casam e têm filhos. A tradição joga contra a economia. O governo credita parte da estagnação dos últimos  anos à ausência de participação feminina no mercado de  trabalho. As brasileiras avançam mais rápido na educação. Atualmente, 12% das mulheres têm diploma universitário - ante 10% dos homens. Metade das garotas de  15 entrevistadas numa pesquisa da OCDE1  disse pretender fazer carreira em engenharia e ciências - áreas especialmente promissoras.
            [...]
            Agora, a condição de minoria vai caindo por terra e  os padrões de comportamento começam a mudar. Cada  vez menos mulheres estão dispostas a abdicar de sua  natureza em nome da carreira. Não se trata de mudar a  essência do trabalho e das obrigações que homens e mulheres têm de encarar. Não se trata de trabalhar menos ou  ter menos ambição. É só uma questão de forma. É muito  provável que legisladores e empresas tenham de ser mais  flexíveis para abrigar mulheres de talento que não desistiram do papel de mãe. Porque, de fato, essa é a grande e  única questão de gênero que importa.
            Mais fortalecidas e mais preparadas, as mulheres terão um lugar ao sol nas empresas do jeito que são ou desistirão delas, porque serão capazes de ganhar dinheiro  de outra forma. Há 8,3 milhões de empresas lideradas por  mulheres nos Estados Unidos - é o tipo de empreendedorismo que mais cresce no país. De acordo com um  estudo da EY2 , o Brasil tem 10,4 milhões de empreendedoras, o maior índice entre as 20 maiores economias. Um  número crescente delas tem migrado das grandes empresas para o próprio negócio. Os fatos mostram: as empresas em todo o mundo terão, mais cedo ou mais tarde, de  decidir se querem ter metade da população como aliada  ou como concorrente.
                                                                                                                        (Exame, outubro de 2013.)
1  OCDE: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. 
2  EY: Organização global com o objetivo de auxiliar seus clientes a  fortalecerem seus negócios ao redor do mundo.
Desde o título do artigo, que é retomado no último parágrafo, os argumentos da autora são motivados por um fato não referido de modo ostensivo, ou seja,