SóProvas


ID
1475278
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de Cuiabá - MT
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1
                              É justo que as mulheres se aposentem mais cedo?


          A questão acerca da aposentadoria das mulheres em  condições mais benéficas que aquelas concedidas aos homens  suscita acalorados debates com posições não somente técnicas,  mas também com muito juízo de valor de cada lado.
         Um fato é certo: as mulheres intensificaram sua participação  no mercado de trabalho desde a segunda metade do século 20.
         Há várias razões para isso. Mudanças culturais e jurídicas  eliminaram restrições sem sentido no mundo contemporâneo:  um dos maiores e mais antigos bancos do Brasil contratou sua  primeira escriturária em 1969 e teve sua primeira gerente em 1984.
         Avanços no planejamento familiar e a disseminação de  métodos contraceptivos permitiram a redução do número de  filhos e liberaram tempo para a mulher se dedicar ao mercado de
trabalho.
         Filhos estudam por mais tempo e se mantêm fora do  mercado de trabalho até o início da vida adulta. Com isso, o custo  de manter a família cresce e cria a necessidade de a mulher ter  fonte de renda para o sustento da casa.
        A tecnologia também colaborou: máquinas de lavar roupa, fornos micro-ondas, casas menores e outras parafernálias da vida  moderna reduziram a necessidade de algumas horas nos afazeres  domésticos e liberaram tempo para o trabalho fora de casa.
        A inserção feminina no mercado de trabalho ocorreu, mas  com limitações. Em relação aos homens, mulheres têm menor  taxa de participação no mercado de trabalho, recebem salários
mais baixos e ainda há a dupla jornada de trabalho. Quando  voltam para a casa, ainda têm que se dedicar à família e ao lar.
        Essas dificuldades levam algumas pessoas a defender formas  de compensação para as mulheres por meio de tratamento  previdenciário diferenciado. Já que as mulheres enfrentam
dificuldades de inserção no mercado de trabalho, há de  compensá-las por meio de uma aposentadoria em idade mais jovem.
         A legislação brasileira incorpora essa ideia. Homens precisam  de 35 anos de contribuição para se aposentar no INSS; mulheres, de 30.
        No serviço público, que exige idade mínima, as mulheres  podem se aposentar com cinco anos a menos de idade e tempo  de contribuição que os homens.

                                                          (Marcelo Abi-Ramia Caetano, Folha de São Paulo, 21/12/2014.)

“A questão acerca da aposentadoria das mulheres em condições mais benéficas que aquelas concedidas aos homens suscita acalorados debates com posições não somente técnicas, mas também com muito juízo de valor de cada lado.”
Ao dizer que há “muito juízo de valor de cada lado”, o autor do texto diz que na discussão aparecem

Alternativas
Comentários
  • com posições não somente técnicas,


    letra d

  • d) opiniões de caráter pessoal.

  • APRENDI MUITO

  • gostaria de um esclarecimento melhor sobre a questão...Obrigado

  • Carlos Roberto, quando falamos de juízo de valor, falamos de opiniões de caráter pessoal e individual. Ou seja, cada um faz "juízo" daquilo que pensa, valoriza aquilo que pensa ou alguma coisa ou fato de forma diferente das demais pessoas. Quando pensamos igual ou temos a mesma opinião de outra pessoa sobre algo dizemos que: compartilhamos dos mesmos valores, ou temos o mesmo juízo de valor sobre algo.

    Bons estudos!
  • To vendo que aqui da para aprender. Muito basta ser inicuativa

  • Sem dúvida d). Quem se interessa por decisões arbitrais e leitura da lei, como nós concurseiros, reparem que "juízos de valor" não têm vez em seu conteúdo ou interpretação.

  • Essa foi pegadinha mesmo..

  • Feito eu falei na anterior não citou nenhuma vez a palavra ''INJUSTO'' nada de prejudicial para os ''empregadores'' porque é só se fosse as mulheres mas aí envolveu homens e mulheres, Nada de maior experiência de vida pois mais uma vez generalizou as duas partes, Nada de  Valores da Previdência e sim das mulheres em relação aos homens .. O correto é a letra ''D'' o caráter pessoal de cada um para poder chegar a um acordo.. Acertei mais uma vez

  • Essa questão foi boa ! Gabarito (d) idem à explicação do Loureço Martins

  • Olá, para entendermos o questionamento da banca é necessário, primeiramente, compreender o significado da palavra "juízo de valor"; o significado do termo ora mencionado, segundo o dicionário, é: "um juízo sobre a correção ou incorreção de algo, ou da utilidade de algo, baseado num ponto de vista pessoal". Logo, quando temos um acalorado debate, o fato é que haverá grande juízo de valor previsto nos membros que compõem a disputa, uma vez que cada um defenderá suas ideias embasando-se de critérios pessoais; os argumentos girarão em torno de suas avaliações e pensamentos individuais e particulares. A partir do entendimento da expressão utilizada pela banca, o "difícil" se torna extremamente fácil! Fazendo o uso do precioso significado (supracitado) basilar da questão, vamos, agora, às assertivas propostas pelo examinador:

     

     

    A) Item ERRADO. Apesar de o autor do texto citar um fator previdenciário nos últimos parágrafos, aquele NÃO co-relaciona este com a expressão juízo de valor, mas sim, introduz um valor de cunho legal, ou seja, aquilo que está previsto em lei. Em suma, não há relacionamento entre as duas exposições textuais.

    B) Item ERRADO. O item mais absurdo dos cinco; não há nenhum argumento, nem indícios para que esta assertiva seja verdadeira. O autor do texto em momento algum infere ou afirma prejuízos econômicos para os empregadores.

    C) Item ERRADO. Se apoiando na ideia de que juízo de valor é algo intrínseco da pessoa, ou seja, é meramente uma opinião, um pensamento, um ponto de vista, uma perspectiva particular, uma visão pessoalista, então, é incerto relacionar a ideia do examinador neste item com a expressão juízo de valor. Neste item acontece uma ilustre falácia, que é um argumento inconsistente, pois o examinador faz a relação "juízo de valor x maiores experiências de vida". É sabido que nem toda grande experiência de vida se torna um item para o ser humano fazer juízo de valor. Algumas pessoas se apoiam em suas experiências vividas e a partir daí, formam um critério (juízo de valor) sobre algo ou alguém, mas não podemos fazer essa relação sem levar em consideração outras inúmeras partículas que podem formar um critério avaliativo de cunho pessoal; como por exemplo, pode ter sido formado a partir de valores culturais, religiosos, familiares, ou até mesmo ser totalmente intrínseco do ser humano, ou seja: pensa e simplesmente pensa.

    D) Item CERTO. Dispensa maiores comentários (vide prelúdio explicativo).

    E) Item ERRADO. Outro item, absurdamente, exposto pelo examinador. De acordo com o texto, não há nenhum indício da assertiva estar correta. Dispensa maiores comentários.

    Espero tê-los ajudado! #CAVEIRA

     

  • Juízo de fato = O carro bateu.

    Juízo de valor = "disse que o motorista estava bêbado".  < preconceito.
  • Um juízo de valor é um juízo sobre a correção ou incorreção de algo, ou da utilidade de algo, baseado num ponto de vista pessoal. 

  • Letra D.

     

    Comentário:

     

    Neste contexto, percebe-se um dado objetivo (posições técnicas) e um dado subjetivo (juízo de valor de cada lado).

    Assim, esse juízo de valor é de caráter pessoal, intimista, em que a defesa do ponto de vista não se apoia em dados

    reais, confiáveis, técnicos, mas no julgamento com dados pessoais.

     

    Por tudo isso, sabemos que a alternativa (D) é a correta.

     

    As alternativas (A) e (B) podem ter caráter técnico, por isso não têm relação com a expressão pedida na questão.

     

    A alternativa (C) transmite valor subjetivo, mas a maior experiência de vida independe do sexo, por isso não cabe na

    interpretação da expressão do pedido da questão.

     

    A alternativa (E) transmite valor subjetivo, porém não se pode rotular como injusto ou pouco inteligente, haja vista que

    o juízo de valor pode ter caráter positivo ou negativo. Não houve no texto uma indicação quanto à qualidade desse juízo

    de valor.

     

     

    Gabarito: D

     

     

    Prof. Décio Terror

  • Como mandar uma indireta no estilo FGV.
    Gabarito: D