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ID
1519762
Banca
CISLIPA
Órgão
CISLIPA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Enfermagem
Assuntos

Um paciente do sexo masculino, 30 anos de idade, sofreu queda de motocicleta. Ao examinar a vítima, na cena do acidente, o socorrista identifica sinais de contusão em tórax, frequência ventilatória de 25ipm, estase de jugular, pressão arterial de 100X80mmHg, bulhas cardíacas abafadas, extremidades frias e cianosadas e alteração do nível de consciência. Diante do quadro clínico é possível que a vítima apresente:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: a) Tamponamento cardíaco.

    CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS DE AVALIAÇÃO: Geralmente ocorre após trauma penetrante de tórax, mas pode ocorrer no trauma fechado. Devido ao pericárdio ser uma estrutura não elástica, a hemorragia intrapericárdica restringe o enchimento diastólico de ambos os ventrículos. 

    QUADRO CLÍNICO O diagnóstico deve ser suspeitado em vítimas de trauma penetrante com turgência jugular, abafamento de bulhas (sinal de difícil avaliação no pré-hospitalar), hipotensão arterial e pulso paradoxal. O desaparecimento do pulso radial durante a inspiração sugere a presença do pulso paradoxal.

  • Sindrome / Tríade de Beack = tamponamento cardíaco: hipotensao, turgência da jugular e abafamento das bulhas

     

  • No tamponamento cardíaco, o líquido ou sangue se acumula entre as duas camadas do pericárdio, o qual passa a comprimir fortemente o coração. Esta pressão pode impedir o coração de se encher de sangue. Consequentemente, menos sangue é bombeado para o corpo, algumas vezes causando choque (com a pressão arterial ficando perigosamente baixa – Choque) e morte. A tríade de Beck, clássica do tamponamento pericárdico, está presente em menos de 10% dos pacientes e consiste em hipotensão arterial, hipertensão venosa (turgência de jugular) e abafamento de bulhas cardíacas. Em 90% dos casos, um dos três sinais está presente.

    O tórax instável pode ser definido como a perda de estabilidade torácica resultante de fraturas de dois ou mais arcos costais, em dois ou mais locais, associadas ou não a fraturas de coluna vertebral ou de esterno.  Quando isso ocorre, uma parte do tórax perde as suas conexões ósseas com o restante da caixa torácica. Assim, a parede torácica deixa de proporcionar um apoio ósseo rígido, necessário para manter a expansibilidade torácica suficiente para uma função ventilatória normal.

    O pneumotórax hipertensivo desenvolve-se a partir da entrada de ar no espaço pleural através de uma válvula unidirecional no pulmão ou parede torácica. Consequentemente, a pressão interpleural aumenta de forma progressiva, colabando o pulmão ipisilateral e deslocando o mediastino e a traquéia contralateralmente, comprimindo o pulmão sadio e reduzindo o retorno venoso e o débito cardíaco, com rápida deterioração dos sinais vitais.

    Choque hipovolêmico é condição clínica ou cirúrgica na qual ocorre perda rápida de fluídos que resulta no fracasso de múltiplos órgãos devido a perfusão inadequada. A maior parte dos choque hipovolêmico é secundária a perda rápida de sangue (choque hemorrágico). Assim a hipovolemia leva a uma hipoperfusão tecidual , com desequilíbrio no aporte de Oxigênio e substratos energéticos que podem causar sofrimento dos tecidos até a morte. Deste modo, o choque caracteriza-se clinicamente pela combinação de hipotensão (PAM<60 mmHg), taquicardia, taquipneia, hipersudorese e sinais de hipoperfusão periférica como sejam a palidez, a cianose, extremidades frias e úmidas, oligúria, acidose metabólica, alterações sensoriais e do estado de consciência.

    Portanto o quadro clinico apresentado pela banca é característico do tamponamento cardíaco devido, principalmente aos sintomas como: estase jugular e bulhas cardíacas abafadas.


    Gabarito do Professor: Letra A



    Bibliografia


    Porto CC. Exame Clínico. 6° edição, Rio de Janeiro, 2008.

    Brunner LS, Suddarth DS. Tratado de Enfermagem: Médico-Cirúrgica.  Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

    Vieira CL, et al. Lesão de tecido mole em pacientes vítimas de trauma buco-maxilo-facial. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-fac., Camaragibe v.13, n.1, p. 89-96 , jan./mar. 2013.