Questão 1534003

• Banca: Quadrix
• Órgão: CRB 6ª Região
• Ano: 2014
• Provas: Quadrix - 2014 - CRB 6ª Região - Bibliotecário Fiscal
• Disciplina: Português
• Assuntos: Crase

                                       Como um animal é empalhado?

A taxidermia - nome técnico do empalhamento de animais - é um sofisticado processo onde só a pele do animal é aproveitada. O couro é usado para "vestir" um manequim de poliuretano, parecido com esses que a gente vê nas vitrines de lojas. No passado, porém, não era assim. O animai era aberto, suas vísceras retiradas e, no lugar delas, era colocado algodão, juta ou palha - daí a palavra empalhamento, hoje fora de uso. O manequim de poliuretano começou a ser usado nos anos 50 e oferece duas vantagens: é mais resistente ao ataque de insetos e possui uma anatomia idêntica à do bicho, "Em tese, animais taxidermizados dessa forma duram para sempre. Mesmo com as técnicas mais rudimentares já existem animais com 300 anos", diz o taxidermista Luiz Carlos Mendes Antunes, do Museu de Zoologia da USP. Acompanhe, a seguir, como é feito o "empalhamento" de uma onça-pintada, o maior felino do Brasil.

Passo-a-passo para a eternidade

O "empalhamento" de um animal deve começar até 24 horas após sua morte. Depois desse tempo sua carne começa a apodrecer.

1. O primeiro passo é fazer uma máscara mortuária de gesso do bicho. Ela fornece uma imagem tridimensional da cara do anima! e é uma cópia perfeita de suas feições, mostrando todos os detalhes de seu rosto;

2. Em seguida, com uma fita métrica, o taxidermista tira as principais medidas do animal, como a circunferência do abdome, o comprimento total do nariz à cauda, a largura da cabeça e a distância do nariz ao olho, entre outras;

3. Com uso de arames e apoios, o animal é congelado na posição em que será "empalhado". Quando ele estiver durinho e na postura correta, é hora de fazer uma cópia do corpo numa fôrma de gesso;

4. A partir do molde de gesso, é feito outro molde de resina. Ele será empregado na fundição do manequim de poliuretano. Se necessário, o taxidermista esculpe detalhes finais na peça, que será vestida com a pele depois;

5. Paralelamente à fabricação do manequim, é feita a retirada da pele, única parte aproveitada - órgãos e carcaça são descartados. Retirado o couro, ele é curtido em banhos ácidos que dissolvem resquícios de sujeira e gordura, evitando que apodreça;

6. O passo seguinte é a retirada da endoderme, uma fina membrana interna colada à pele. Feito isso, o couro é banhado com um produto químico preservativo e é engraxado para ganhar flexibilidade;

7. Olhos, nariz, orelhas, boca, língua e até a cauda são fakes. Os olhos são feitos de vidro, a cauda, de poliuretano flexível, e as orelhas, nariz e língua, de plástico poliestireno. Todas essas próteses são fixadas no manequim antes da pele;

8. A etapa final é vestir o manequim com a pele. Ela é encaixada e fixada com uma cola especial. Depois, é costurada. Os pontos são dados em locais de difícil visualização, como na parte inferior da barriga, para que o bicho pareça o mais real possível.

                                        (http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-um~onimol-e- empalhado)

Observe os seguintes trechos:

I. "o comprimento total do nariz à cauda"
II. "uma fina membrana interna colada à pele"
III. "Olhos, nariz, orelhas, boca, língua e até a cauda são fakes."

Sobre os trechos do texto, é correto afirmar que:

• A. no trecho I, o uso da crase está incorreto, segundo a norma padrão.
• B. no trecho II, o uso da crase é inaceitável, segundo a norma padrão.
• C. no trecho I, seria correto, segundo a norma padrão, escrever "até a cauda" ou "até à cauda".
• D. no trecho III, seria correto escrever "até à cauda"
• E. nos trechos I e II, o uso do sinal indicativo de crase gera incoerência, tornando o texto ininteligível.

Gabarito: C

Comentários

• Gabarito letra ''c''
  é uma hipótese de crase facultativa. Lembrando:

  Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA ;

  - Diante de nomes próprios femininos: porque é facultativo o uso do artigo.

  ex: Paula é muito bonita. / A Paula é muito bonita.- Diante de pronome possessivo feminino
  

  - Depois da preposição até: regra explorada no item c

  
  
  

• Escolhi a alternativa C por ser a mais completa, mas a meu ver a alternativa D também estaria correta, pelo mesmo motivo da C, a crase depois do "até" é facultativa.

• O item D também poderia ser marcado. Logo, na minha opinião, questão deveria ser anulada, ou ser correta para quem marcou uma das duas alternativas. 

• O item D está errado. O "até a" dessa alternativa tem o sentido de inclusive, basta substituir no texto: "Olhos, nariz, orelhas, boca, língua e até a (incusive) cauda são fakes.". Já na alternativa "c)" o "até a" tem o sentido de indicar até onde vai o comprimento, tem seu sentido original de locução prepositiva, e portanto admite a construção com ou sem crase.

• Gente, não tem como a D ser considerada correta.

   

  "Olhos, nariz, orelhas, boca, língua e inclusive a cauda são fakes."

  No período tem artigo, mas cadê a preposição para gerar a crase ? Não tem !

  Olhem a explicação do Dário Neto.

   

   

• até no sentido de deslocamento - crase facultativa

  até no sentido de inclusive - sem crase (como é o caso da letra d). - Inclusive a cauda. 

• Cuidado! Não existe a possibilidade de a D estar correta. 

   

  III. "Olhos, nariz, orelhas, boca, língua e até (inclusive) a cauda são fakes."

   

  Para ter a possibilidade de crase teria que estar no sentido de distância. Ex.: "o comprimento total do nariz  até à cauda" (daqui até ali) - crase facultativa

• Questão mal formulada, CABERIA RECURSO FACÍL.

  letra A esta correto e letra C TAMBEM.