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ID
1545352
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Juatuba - MG
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 

                                                                                                                     Sinais 

    Costumamos associar o nome de linguagem à crença secular de que só interagimos sobre uma base comum de referências. A base brasileira, como outras de mesma estirpe, nunca foi tão comum que nos intimidasse nem tão heterogênea que nos esgarçasse.
    Historicamente, o brasileiro acostumou-se a fazer atalhos de intimidade, quando a hierarquia e a segregação impediam o contato confortável. Mas, aparte o esforço e o relativo sucesso de conversas e confrontos verbais, há de fato diferentes abismos sociais na interação brasileira: expressões usadas no cotidiano de uma classe social, intransponíveis para o repertório de camadas inteiras da sociedade; a falta de clareza das empresas privadas e órgãos públicos com seus documentos para o consumidor cidadão; a segregação regional, das zonas mais ricas em relação às mais pobres do país; a relação de poder entre o certo e o errado na pronúncia de vocábulos. 
    Muros de  incompreensão  se  instalam, de  tal maneira que  é de  desconfiar  se, no  terreno  interpessoal, parte da dificuldade não seja tão social quanto do indivíduo. [...] 
    Um cenário impressionante mostra quase 50% de aumento de estudantes surdos matriculados no ensino fundamental e 80% no ensino médio, entre 2008 e 2012. O crescimento da demanda na educação tornou nítido um fosso que a exclusão social havia maquiado. Pois, agora se sabe, parte dos nossos deficientes auditivos é desenvolta em língua de sinais e ignara em português, do qual conhece rudimentos.
    Muitos vivem um universo particular, fora do acesso a interações escritas. Esta lacuna está sendo aos poucos preenchida. Novos dicionários especializados e professores empenhados tiram o atraso. Que a linguagem será base mínima em comum ou isolamento comum. Não vida comungada.  

(Luiz Costa Pereira Junior. Língua Portuguesa, abril de 2014. Ed. Segmento.) 

Considerando o 1º§ do texto, analise as afirmativas acerca das ideias e aspectos linguísticos apresentados.

I.   O emprego das formas verbais “costumamos” e “ interagimos” estabelece uma associação de posicionamentos que se aproximam entre autor e leitor.
II.  De acordo com o autor do texto, a base brasileira é uma exemplificação do exposto no primeiro período do parágrafo.
III. O 2º período do parágrafo poderia ser iniciado com o termo “contudo” preservando-se o sentido original.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

Alternativas
Comentários
  • Mesmo sem o conectivo expresso, fica clara a ideia de contraste. Alternativa D

  • Verbos na 1ª pessoa do plural, normalmente, aproximam o autor do leitor.

  • O item III se mostra correto de forma clara ao ler o segundo parágrafo: " Historicamente, o brasileiro acostumou-se a fazer atalhos de intimidade, quando a hierarquia e a segregação impediam o contato confortável." Pois ele esclarece que o brasileiro não interage "sobre uma base comum de referências", ele "faz atalhos de intimidade".

  • Não confudir período com parágrafo. Os períodos encontram-se dentro dos parágrafos.

     

    Considerando o 1º parágrafo

        "Costumamos associar o nome de linguagem à crença secular de que só interagimos sobre uma base comum de referências. Contudo, a base brasileira, como outras de mesma estirpe, nunca foi tão comum que nos intimidasse nem tão heterogênea que nos esgarçasse."

     

    Alternativa D

  • Nossa... li "2º período" como "2º parágrafo" e errei.

    Aqui pode errar, na prova não!!!! rs

  • Sobre o item III: Contudo funcionaria como conjunção adversativa.

  • Galera, desculpem-me mas já li e reli várias vezes e não consigo enxergar a ideia de contraste ou de oposição.  Só consigo perceber ideias que se complementam.

  • Questão difícil.

     

    I - Correta. De fato, as formas verbais "costumamos" e "interagimos" traz uma ideia de aproximação entre o  autor e o leitor.

     

    II - Errada. Atenção! Na verdade, a interpretação correta para esse trecho é de oposição. Veja: 1º período -> Diz que costumamos associar linguagem à apenas a comunicação verbal ou escrita. Mas o Brasil não! por mais comum que isso seja, não nos intimida, muito menos nos esgargaça.

     

    III - Correta. Agora que eu te mostrei a interpretação correta do trecho, fica fácil saber que incluindo o "contudo" que é uma conjunção adversativa, mantém a ideia do trecho.

     

    Gab. C

  • Nossa! Cometi o mesmo erro... fui direto para o 2º parágrafo... :(

    Total falta de atenção!

  • 2º período de qual de parágrafo no item 3??

  • Luma S, o enunciado está considerando o 1.º parágrafo.

     

    GABARITO D.

  • Pois é tinhamos que advinhar , Sérgio