Texto I
Energia nuclear: ontem e hoje
Guerra e paz
O sucesso do primeiro reator nuclear pode ser comparável em importância à descoberta do fogo, à invenção da
máquina a vapor, do automóvel ou avião ou, mais modernamente, à difusão da
internet pelo mundo – afinal, tornou
possível usar a enorme quantidade de energia armazenada no núcleo atômico.
As circunstâncias daquele momento fizeram com que essa energia fosse primeiramente empregada na guerra, com
a produção de três bombas atômicas – duas lançadas sobre o Japão, em agosto de 1945, pondo fim ao conflito. Mas,
terminada a “guerra quente" – e iniciada a Guerra Fria –, os reatores nucleares, já a partir de 1950, passaram a ser
construídos com propósitos pacíficos.
Mais potentes e tecnologicamente avançadas, essas máquinas começaram a produzir diversos elementos radioativos
(molibdênio e iodo, por exemplo) que eram incorporados em quantidades adequadas a produtos farmacêuticos
(radiofármacos), que passaram a ser usados na medicina nuclear para diagnóstico e tratamento de doenças.
Na década de 1950, surgiram vários reatores para gerar eletricidade, trazendo bem‐estar e conforto às populações.
O pioneiro foi
Obminsk (Rússia), em 1954, e, dois anos depois, Calder Hall (Reino Unido), primeira usina nuclear de larga
escala, que funcionou por 50 anos.
(Odilon A. P. Tavares. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/. Adaptado.)
Texto III
O presente e o futuro dos exames de imagem
Para o professor Celso Darío Ramos, do Departamento de Radiologia da Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é da medicina nuclear que vem o que há de mais moderno hoje no que diz
respeito aos exames de imagem. Um exemplo citado por ele é PET‐CT, equipamento que possibilita, ao mesmo tempo,
indicar a função biológica de determinado órgão do corpo, por meio da tecnologia PET (tomografia por emissão de
pósitrons), bem como mostrar a anatomia de várias partes do corpo, com o auxílio do CT (tomografia computadorizada).
Celso explica que tanto a tomografia por emissão de pósitrons quanto a computadorizada utilizam radiação para
produzir imagens. No caso da medicina nuclear, essa radiação é captada dentro do próprio corpo do paciente graças à
injeção de um radiofármaco, uma espécie de glicose que emite uma fraca radiação. “Para analisar um tumor, por
exemplo, quanto mais agressivo, mais ele consome a glicose radioativa, se tornando radioativo também. Com isso, o
equipamento vai identificar as características desse tumor, desde a sua fisiologia ao seu grau de agressividade. Com a
medicina nuclear é possível fazer imagens do cérebro para avaliar doenças, bem como da distribuição do sangue no
coração", exemplifica o especialista.
(Disponível em: http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/20...‐especialistas‐medicina‐
nuclear‐ditara‐futuro‐dos‐exames‐de‐imagem.html.)
Texto IV
A rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada.
(Vinicius de Moraes. In: Ítalo Moriconi (Org.). Os cem melhores poemas
brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.)
Considerando que o poema “A rosa de Hiroshima", de Vinicius de Moraes, faz uma referência ao uso da energia nuclear citado no texto I “Energia nuclear: ontem e hoje", por ocasião da guerra, é correto afirmar que, em relação ao texto III “O presente e o futuro dos exames de imagem", existe uma