TEXTO II
Modinha do empregado de banco
Eu sou triste como um prático de farmácia,
Sou quase tão triste como um homem que usa costeletas.
Passo o dia inteiro pensando nuns carinhos de mulher
Mas só ouço o tectec das máquinas de escrever.
Lá fora chove e a estátua de Floriano fica linda.
Quantas meninas pela vida afora!
E eu alinhando no papel as fortunas dos outros.
Se eu tivesse estes contos punha a andar
A roda da imaginação nos caminhos do mundo.
E os fregueses do Banco
Que não fazem nada com estes contos!
Chocam outros contos para não fazerem nada com eles
Também se o Diretor tivesse a minha imaginação
O Banco já não existiria mais
E eu estaria noutro lugar.
Murilo Mendes
Leia o poema de Murilo Mendes e assinale a alternativa incorreta.