Letra D.
Ao desenvolver esse plano de segurança e saúde no trabalho, as companhias devem levar em conta, pelo menos, sete aspectos econômico-financeiros:
1. O impacto da tributação variável do SAT (Seguro Acidente de Trabalho) ou o Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa por Riscos Ambientais do Trabalho, provocado pelo FAP (Fator Acidentário de Prevenção). O FAP é calculado de acordo com a sinistralidade em relação aos acidentes de trabalho e afastamentos previdenciários do tipo acidentários. Isso significa que, quanto mais acidentes e afastamentos pelo INSS por esse motivo, maior será a tributação para a empresa;
2. A sinistralidade anual e a inflação médica aplicadas em planos de saúde, que juntas promovem frequentemente reajustes muito superiores aos índices inflacionários vigentes;
3. A obrigatoriedade de manter aposentados e demitidos na apólice de saúde suplementar da empresa, sob certas condições contratuais, o que aumenta a sinistralidade e consequentemente os custos;
4. O sistema previdenciário que, por ocasião de concessão de aposentadoria, usualmente obriga manutenção da assistência à saúde ofertada ao empregado e onera o resultado de toda a apólice de saúde suplementar das empresas;
5. As perdas financeiras e de produtividade com o absenteísmo;
6. Um ambiente de maciça e rotineira judicialização que leva a uma insegurança jurídica, bem como à elevação de custos com honorários processuais e periciais;
7. Os riscos associados às ações regressivas, previstas em lei, por meio da qual a empresa, culpada pelo adoecimento ou acidente de trabalho, deverá ressarcir os cofres da previdência social.
Nesse sentido, entender que tipos de compromissos financeiros a empresa irá ter com saúde e segurança é fundamental para a sustentabilidade do negócio. Por isso, as ações de promoção de saúde nas empresas vêm se tornando cada vez mais estratégicas para as companhias. Afinal, no fim, todos ganham: a indústria, as organizações, os trabalhadores, a sociedade, a previdência, a economia e é claro, o país.
(*) Marcos Tadeu de Siqueira é diretor de Operações do Sesi (Serviço Social da Indústria)