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ID
1568374
Banca
FUNDATEC
Órgão
BRDE
Ano
2015
Provas
Disciplina
Engenharia Agronômica (Agronomia)
Assuntos

As deficiências e desequilíbrios decorrentes da nutrição mineral, frequente nos rebanhos bovinos do Brasil, têm levado a sérios prejuízos econômicos aos produtores, seja por mortes, doenças ou baixo desempenho produtivo das criações. A parorexia está entre as principais consequências que a deficiência desse mineral pode causar, principalmente em animais adultos. Tal patologia produz um apetite pervertido no qual o animal alimenta-se do que normalmente não serve como alimento. Comportamento sintomático que pode agravar ainda mais o problema, pois, em caso de ingestão de animais mortos, há risco de toxinas do botulismo. Nos animais jovens, o crescimento é retardado com a perda de peso, pois há redução no consumo de alimentos e queda na eficiência de aproveitamento energético. Nas vacas, a produção de leite cai, os cios são irregulares com anestro prolongado, e consequente baixa de fertilidade. As forragens dos pastos têm níveis muito baixos desse mineral, e a situação se agrava quando as plantas estão secas. Já cereais e subprodutos de sementes são relativamente ricos nesse mineral. O diagnóstico poder ser feito através da observação dos sintomas, da determinação dos seus teores plasmáticos e de seus teores na forrageira, mistura mineral, concentrados, etc.


A respeito de qual mineral se refere o texto acima?

Alternativas
Comentários
  • Fósforo

    A deficiência de fósforo (P) é um estado predominante em bovinos alimentados em pastagens. A deficiência de fósforo é ampla e de maior importância econômica, envolvendo bovinos sob condições de pastagens (Tokarnia et al., 1988).

    Nos pastos nativos ou cultivados da região de cerrado do Brasil, as concentrações de fósforo são quase insuficientes para suprir as exigências das diferentes categorias e manter o bom nível de produção, em especial no período das águas (Rosa, 1994).

    A presença de solos pobres em fósforo disponível para os vegetais se traduz na produção de forragens com conteúdo subnormal de fósforo, que no período de estiagem acentua ou prolonga esse efeito. Como exemplo, pode-se citar a média da concentração de fósforo em braquiárias: no período de chuva é cerca de 0,13% e na seca reduz-se para 0,05% a 0,07% na matéria seca.

    Os sintomas da carência de fósforo podem manifestar-se, no início, por redução da ingestão do alimento, seguindo-se perda de peso, apatia geral, redução da fertilidade, alterações ósseas (deformidade e fraturas), endurecimento das articulações ("andar duro"), claudicação, apetite alterado (pica, alotriofagia), caracterizado por mastigar materiais estranhos à dieta, como ossos, couro, madeira, pedras etc.

    As categorias mais susceptíveis à deficiência de fósforo são as vacas jovens com cria ao pé que exibem primeiro os sintomas da carência, devido a sua alta demanda por este elemento. A seguir, as vacas adultas, animais em crescimento (macho e fêmeas), os animais em acabamento e, por último, os animais recémdesmamados, por apresentarem reservas de fósforo adquirido durante o aleitamento.

    Os teores de fósforo no plasma declinam de forma marcante durante a deficiência (Tcorn, 1991). Os teores considerados normais são maiores que 4,5 mg%.

    Uma das doenças mais sérias ocorrida nos últimos anos e que provocou prejuízos consideráveis para a pecuária de corte do Brasil Central é o botulismo epizoótico dos bovinos, considerado como importante causa de mortalidade na "síndrome da vaca caída", uma doença causada pela intoxicação produzida pelas toxinas do Clostridium botulinum. Isto ocorre em função do apetite depravado que se instala, em conseqüência da severa deficiência de fósforo e a presença de cadáveres ou ossadas nas pastagens (Rosa, 1994).

    É sabido que a relação cálcio:fósforo é importante e afeta a absorção de ambos, mas para bovinos de corte é muito menos crítica do que para a maioria dos outros animais (Perry, 1995). Pesquisas têm mostrado que bovinos de corte toleram a relação Ca:P até de 7:1, sem efeitos prejudiciais (Wise et al., 1963), desde que os níveis de fósforo estejam adequados.

    Fonte: Embrapa