ária e aprendam a ler e a gostar de ler literatura, há alguns critérios decisivos para a
proposição de práticas de letramento: i) não fugir à leitura dos textos; ii) não cercear a
produção das leituras dos alunos; iii) possibilitar, pela mediação, que os jovens, em contato
com os textos, possam fruir o texto literário, considerando aspectos relativos às escolhas
envolvidas em sua composição.
Há o risco de que algumas das práticas mencionadas acima mais simulem que
promovam o letramento literário, como aquelas que propõem: dramatizar ou musicalizar
ou, ainda, fragmentar os textos para escapar ao “peso” da leitura; ler (interpretar) para os
alunos e não com eles; fazer dialogar os textos literários com outros supostamente mais
“interessantes”. Essas parecem ser práticas bastante comuns, motivadas pelo bom
propósito de facilitar a atividade de leitura ou torná-la mais atrativa. O grande equívoco
dessas práticas, porém, está no risco de elidir o contato direto, e mesmo intenso, com o
texto literário, essencial em qualquer prática que se disponha a reverter o quadro de
desinteresse pela Literatura.
No caso da proposta de fazer dialogar o texto literário com outros mais “fáceis” e
“interessantes”, corre-se o risco de, por exemplo, tomar de um texto literário o seu “tema”
e, a partir de uma leitura superficial do texto, passar ao diálogo com outros textos e ao
debate do tema em questão. A literatura estará, nesse caso, funcionando como pretexto
para objetivos outros que não o “letrar literariamente”, já que a leitura detida e a análise da
forma escapa à avaliação dos leitores
http://www.ufjf.br/fale/files/2010/06/Begma-Tavares-Barbosa.pdf
ERRADO