SóProvas


ID
1578343
Banca
FUNCAB
Órgão
CRC-RO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                            AMOR MENINO


      Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo às colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê que não via; e faz-lhe crescer as asas com que voa e foge. A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar a menos.


                    Pe. ANTÔNIO VIEIRA. Sermões. São Paulo, Ed. das Américas, 1957.v.5.p.159-60

AMOR DE LONGO ALCANCE


Durante anos, separados pelo destino, amaram-se a distância. Sem que um soubesse o paradeiro do outro, procuravam-se através dos continentes, cruzavam pontes e oceanos, vasculhavam vielas, indagavam. Bússola da longa busca, levavam a lembrança de um rosto sempre mutante, em que o desejo, incessantemente, redesenhava os traços apagados do tempo.

Já quase nada havia em comum entre aqueles rostos e a realidade, quando, enfim, numa praça se encontraram. Juntos, podiam agora viver a vida com que sempre haviam sonhado.

Porém cedo descobriram que a força do seu passado amor era insuperável. Depois de tantos anos de afastamento, não podiam viver senão separados, apaixonadamente desejando-se. E, entre risos e lágrimas, despediram-se, indo morar em cidades distantes.


COLASSANTI, Marina. Contos de amor rasgados. São Paulo,Círculo do Livro, 1986.p.16.)


Sobre o conteúdo do segundo texto, “Amor de longo alcance”, em relação ao do primeiro, “Amor menino”,é acertado dizer que:

Alternativas
Comentários
  • eu achei que  a resposta fosse C, mas pensando no resultado q foi letra E: confirma em parte que o tempo muda, ate o amor.

  • A LETRA `E `ESTÁ CORRETA POR QUE O SEGUNDO FALA DO AMOR À DISTÂNCIA VIVE, E O PRIMEIRO DIZ QUE O AMOR À DISTÂNCIA NÃO SOBREVIVE, ... NO FINAL DO SEGUNDO... O CASAL SE ENCONTRA E VÊ QUE JUNTO NÃO TEM A MESMA GRAÇA QUE AMAR DE LONGE, QUE PERTO O AMOR SE ACABARIA...O QUE DIZ NO PRIMEIRO??? QUE O AMOR SE ACABA DE ALGUMA FORMA QUE ISSO É FATAL.

    ESPERO TER AJUDADO QUE EU ME EMBOLEI NO RACIOCÍNIO AQUI.

  • Tive um pensamento parecido com o de Jackson Andrade, porém eu achei q eles se divergiam e se aproximavam pelo título q falam de AMOR, se no primeiro ele diz q amor à distância não vive e o segundo diz q vive, isso não seria divergirem. Não achei q o segundo dava continuidade às ideias do primeiro, mas tudo bem.

  • O texto 1 fala que no começo o amor é mais forte, o amor menino, e que com o tempo ele vai diminuindo, e no texto 2 ele concorda com  isso com a frase "Porém cedo descobriram que a força do seu passado amor era insuperável" .