TÉCNICA DE VIRCHOW: em 1874, Rudolf Virchow, médico alemão e pai da
Patologia moderna, padronizou a técnica de necrópsia, cuja base é utilizada até
os dias atuais. Na técnica de Virchow, os orgãos são retirados um a um, pesados
e examinados separadamente. A abertura do tórax e abdômen é a padrão (biacrômio
esterno-pubiana) e a do crânio também (bimastóidea vertical). Após o exame dos
órgãos, eles são colocados novamente dentro do cadáver.
TÉCNICA DE ROKITANSKY: Karl Rokitansky estabeleceu as bases estruturais das
doenças e a técnica de necrópsia com o estudo sistemático de cada órgão. Em
1866 já tinha feito mais de 30 mil necrópsias. Na sua técnica, os orgãos são
examinadosin situ, ou seja, dentro
do cadáver, um a um. Desta forma, nesta técnica são realizados vários cortes em
todos os orgãos internos, depois para serem retirados um a um.
TÉCNICA DE M. LETULLE: nesta técnica, é feita a evisceração através de um único
bloco. Esta retirada se dá, no segmento toracoabdominal, da seguinte forma: a
pele abaixo da região mentual é rebatida, juntamente com os planos musculares,
e é feito um corte nos musculos localizados abaixo da língua. A língua então
será tracionada no sentido ântero-inferior, e o patologista também irá começar
a dissecar os músculos da região cervical, liberando a traquéia e o esôfago,
que virão juntamente com a língua. A dissecação deste conjunto continuará a ser
feita, sendo que o mediastino posterior será descolado da coluna vertebral, e
os pulmões, liberados. O diafragma então será cortado em sua porção mais
posterior, e o fígado será liberado juntamente com o pâncreas e o estômago. Os
intestinos delgado e grosso então são descolados da parede abdominal, através
da secção do mesentério. Na porção terminal do intestino grosso é feito um nó
duplo, para evitar o vazamento de conteúdo intestinal quando o corte final for
feito. Os rins também são retirados quando os intestinos estão sendo
descolados.
TÉCNICA DE GHON: nesta técnica, a evisceração se dá através de monoblocos de
órgãos anatomicamente e/ou funcionalmente relacionados. Abaixo serão descritas
as etapas da necrópsia segundo a técnica de Ghon.
“Abertura da cavidade craniana: inicialmente, a incisão no couro cabeludo, chamada de bimastoide, deve ser feita cerca de 1 a 2cm atrás da borda inferior do pavilhão auricular direito, estendendo-se pela convexidade do crânio até alcançar o ponto correspondente contralateral. As duas partes devem ser descoladas da calota craniana e rebatidas: a anterior até próximo das órbitas e a posterior até a protuberância occipital externa. [...] Não se deve cortar completamente o osso com a serra [...] Feito isso, utiliza-se a extremidade em gancho do martelo e puxa-se a calota. [...] Retira-se a dura-máter cortando-a com a tesoura [...]". PRESTES JUNIOR, Luiz Carlos Leal e ANCILLOTTI, Roger Vinicius. Manual de Técnicas em Necropsia Médico-Legal, 2ª edição, Ed, Rubio.
GABARITO DO PROFESSOR: LETRA A.