Resposta letra D.
da Agência Folha, em Sobradinho
Nascido em Guaratinguetá (SP) no dia de São Francisco, 4 de outubro, o bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, 61, consolidou sua liderança religiosa e entre movimentos sociais há dois anos, ao desafiar o governo pela primeira vez com uma inesperada greve de fome contra a transposição das águas do rio São Francisco.
Até então, o filho caçula de imigrantes italianos radicados no interior paulista era um nome conhecido principalmente entre os ribeirinhos do São Francisco, por onde peregrinou por um ano, entre 1992 e 1993, da nascente à foz, pregando sua fé e defendendo a conservação ambiental.
Cappio foi quase só para a sua primeira greve de fome. Atropelou as instâncias da Igreja contrárias ao ato. Em pouco tempo, seu jejum era admirado pelas organizações sociais como um ato de protesto e desafio ao poder, e de sacrifício e amor aos pobres, pelos fiéis. Formava-se ali a combinação social e religiosa que o fez ícone da "salvação" do rio São Francisco.
Na recente invasão do canteiro de obras da transposição, em Cabrobó (PE), promovida pelos movimentos sociais em junho, Cappio esteve lá em um momento em que a organização encontrava dificuldades para manter o protesto. Ele discursou contra o governo e depois rezou. Saiu aplaudido.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u356382.shtml