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ID
1605607
Banca
FCC
Órgão
TRT - 3ª Região (MG)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Lições dos museus 

     Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna: nasceram durante a Revolução Francesa, no final do século XVIII. Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres e se serviram de bens, mobiliário e objetos de arte. O quebra-quebra era um jeito de decretar que acabara o tempo dos privilégios. A Assembleia Nacional debateu durante meses para chegar à conclusão de que os restos do luxo dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio da nação. Seriam, portanto, reunidos e instalados em museus que todos visitariam, preservando agradavelmente a lembrança de tempos anteriores.  

      A questão em debate era a seguinte: será que fazia sentido preservar o passado, uma vez que estava começando uma nova era em que os indivíduos não mais seriam julgados por sua origem, mas por sua capacidade e potencialidades pessoais? Não seria lógico destruir os vestígios de épocas injustas para começar tudo do zero? Prevaleceu o partido segundo o qual era bom conservar os restos do passado iníquo e transformá-los em memórias coletivas. 

   Dessa escolha nasceram os museus e, logo depois, a decisão de preservar os monumentos históricos. Na mesma época, na Europa inteira, ganhou força o interesse pela História. A justificativa seria: lembrar para não repetir. Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois nunca paramos de repetir o pior. No fundo, não queremos que o passado decida nosso destino: o que nos importa, em princípio, é sempre o futuro. 

(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 330-331) 

Atente para as seguintes afirmações:

I. Da leitura do 1o parágrafo, depreende-se que, a princípio, os bens dos nobres passaram às mãos de revolucionários, configurando-se então uma apropriação de caráter particular, ainda não público.

II. No 2o parágrafo, informa-se que a posição vencida nos debates da Assembleia Nacional foi a de quem advogava em favor da preservação dos bens apreendidos, para que não se perdesse a memória dos méritos da aristocracia.

III. No 3o parágrafo, manifestando uma opinião pessoal, o autor do texto julga imprescindível a existência de museus, uma vez que eles acabam exercendo uma função educativa, cuja importância há muito vem se demonstrando.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • I) correto

    II) eles não tinham interesse em não perder a memoria dos méritos dos aristocratas.

    III) o autor não manifesta opinião pessoal


  • Letra A

    I. Da leitura do 1o parágrafo, depreende-se que, a princípio, os bens dos nobres passaram às mãos de revolucionários, configurando-se então uma apropriação de caráter particular, ainda não público.

    Correto, a expressão a princípio (= primeiramente) na frase, quer dizer que, num primeiro momento, os bens dos nobres foram tomados pelos revolucionários, os parisienses revoltados citados no texto.

    II. No 2o parágrafo, informa-se que a posição vencida nos debates da Assembleia Nacional foi a de quem advogava em favor da preservação dos bens apreendidos, para que não se perdesse a memória dos méritos da aristocracia.

    Errado, os méritos da aristocracia não existem segundo o texto, depreende-se pela frase: "...uma nova era em que os indivíduos não mais seriam julgados por sua origem, mas por sua capacidade e potencialidades pessoais?"

    A aristocracia era reconhecida pela sua origem e não pela capacidade e potencialidade pessoal de cada um de seus membros.

    III. No 3o parágrafo, manifestando uma opinião pessoal, o autor do texto julga imprescindível a existência de museus, uma vez que eles acabam exercendo uma função educativa, cuja importância há muito vem se demonstrando.

    Errado, a importância da função educativa não está sendo demonstrada, conforme o trecho: "A justificativa seria: lembrar para não repetir. Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois nunca paramos de repetir o pior."

  • Onde que diz no texto a configuração de uma APROPRIAÇÃO DE CARÁTER PARTICULAR, AINDA QUE NÃO PÚBLICO? Alguém pode ajudar?

  • O texto fala o tempo todo em lembrar do passado para não repetir o futuro. Aí o gabarito não contempla o enunciado número 2. Absurdo! Ora, as peças da nobreza não fazem lembrar do passado aristocrático? Questão extremamente mal elaborada. Você estuda, estuda e estuda...para pegar uma questão dessa!

  • I. Da leitura do 1o parágrafo, depreende-se que, a princípio, os bens dos nobres passaram às mãos de revolucionários, configurando-se então uma apropriação de caráter particular, ainda não público.

     

    COMENTARIO -> CORRETO... A RESPOSTA ENCONTRA-SE NO EXCERTO DO TEXTO> Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres e se serviram de bens, mobiliário e objetos de arte.

     

    II. No 2o parágrafo, informa-se que a posição vencida nos debates da Assembleia Nacional foi a de quem advogava em favor da preservação dos bens apreendidos, para que não se perdesse a memória dos méritos da aristocracia.

     

    COMENTARIO -> ERRADO ... O erro da questao tá no negrito acima; em verdade, nao se tratava de conservar o mérito da aristocracia: O QUE SE PRETENDIA ERA MOSTRAR O QUAO A ARISTOCRACIA FOI RUIM PARA A COMUNIDADE COMO UM TODO.

     

    III. No 3o parágrafo, manifestando uma opinião pessoal, o autor do texto julga imprescindível a existência de museus, uma vez que eles acabam exercendo uma função educativa, cuja importância há muito vem se demonstrando.

     

    COMENTARIO -> ERRADO .... O erro encontra-se no negrito acima, haja vista, consoante o texto >>>>>  Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois nunca paramos de repetir o pior. No fundo, não queremos que o passado decida nosso destino: o que nos importa, em princípio, é sempre o futuro.

  • O texto não diz que os bens dos nobres foram tomados pelos revolucioários.

    "Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres e se serviram de bens, mobiliário e objetos de arte."

  • F)nenhuma das alternativas

     

     Quero saber em que lugar está depreendido que os bens passaram às mãosdos nobres, eram bens particulares. Nem aqui nem na China.

  • "Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres e se serviram de bens, mobiliário e objetos de arte."

    Os parisienses revoltados (não todos os parisienses, apenas os revoltados, os revolucionários) quebraram as casas e se serviram de bens.

    Quem é que se serviram de bens? OS PARISIENSES REVOLTADOS.

    Logo, a princípio, os bens ficaram com eles, não nos museus.

     

  • Bruno, o erro da II não está na finalidade "para que não se perdesse a memória dos méritos da aristocracia", mas sim na afirmação de que "a posição vencida nos debates da Assembleia Nacional foi a de quem advogava em favor da preservação dos bens apreendidos". Na verdade essa posição foi VENCEDORA E NÃO VENCIDA nos debates: "Prevaleceu o partido segundo o qual era bom conservar os restos do passado iníquo e transformá-los em memórias coletivas".

  • Concordo, Juarez! Mas como achei as outras duas bem mais erradas, acabei indo apenas na 1...