A dimensão referente aos sentimentos e emoções provocados no trânsito, como estresse, agressividade e impaciência, pode ser entendida a partir da análise do dilema do trânsito, onde se constitui uma contradição entre a concepção de rua como um espaço construído para todos e indivíduos com uma mentalidade marcada pela hierarquia aristocrática. Além disso, há no Brasil uma crença compartilhada por condutores de veículos, motociclistas e pedestres: a de que os problemas do trânsito estão relacionados a fatores externos - ausência de estrutura física adequada de funcionamento das vias públicas. A partir disso pode-se destacar a falta de conscientização em relação aos direitos e, principalmente, aos deveres de cada um ao sair de casa.
(PITANGA, C. V. Fé em Deus e pé na tábua: ou como e por que o trânsito enlouquece no Brasil. Horiz. antropol., Porto
Alegre, v. 18, n. 37, June 201. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arte&pid=S0104-71832012000100021&Ing=en&nrm=iso>