É possível considerar a questão como errada tendo em mente que o período mencionado se refere aos governos militares posteriores ao de Castelo Branco, ou seja, àqueles que retomaram alguns princípios da PEI (Política Externa Independente), como a adoção do universalismo e a autonomia nos fóruns internacionais - contradizendo a afirmativa.
A PEI surgiu no governo de Jânio Quadros e prossegue, em grande medida, até os dias atuais, tendo sido abandonada temporariamente apenas no governo do primeiro presidente do Regime Militar (1964-1967) reconhecido como o "passo fora da cadência".
Contudo, buscando maior precisão na análise do exercício, vemos que a afirmativa parece ter sido elaborada em exata oposição ao que é afirmado na obra mencionada - História do Brasil Nação, de Daniel Aarão Reis - conforme podemos perceber no trecho abaixo:
"Os dois governos militares subsequentes, do marechal Costa e Silva (1967-1969) e do general Emílio Médici (1969-1974), tiveram que lidar com as crescentes exigências comerciais de balanço de pagamentos e de mercados do país, mitigando o fervor ideológico dos primeiros anos do regime militar. Assim, logo no início do governo Costa e Silva (...) e já sob a influência do embaixador Azeredo da Silveira, o país buscou uma posição de enfrentamento com os países industrializados, exigindo melhores condições de trocas internacionais." (v. 5, p. 144)
Errado
Mesmo em Castelo Branco, fortemente marcado pela ideologia bipolar da guerra fria, o Brasil divergia das posições dos países industrializados em questões de comércio internacional, como evidenciado nas conferências da UNCTAD e GATT.
"Em 1964, as delegações brasileiras junto à UNCTAD e ao GATT defenderam a doutrina da “segurança econômica coletiva“, que atribuía à comunidade internacional a responsabilidade pelo desenvolvimento dos povos atrasados, a ser impulsionado pela reforma do comércio internacional."