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ID
1646278
Banca
IBFC
Órgão
SAEB-BA
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O direito à privacidade como elo da cidadania
Quando o STF vier a julgar a ação de inconstitucionalidade movida pela Associação Nacional dos Editores de Livros contra o artigo do Código Civil que prevê a autorização para biografias comercializadas, os juízes estarão, mais uma vez, diante do dilema da Justiça, dos dois pratos da balança e qual deles fazer pesar mais com sua força. A liberdade de expressão de um lado e o direito à privacidade do outro, e cada juiz, ainda uma vez, diante do ato de decidir pela garantia de ambos estabelecida na Carta Magna.
Ora, se preferirem dar ganho de causa à Adin dos editores, fortemente apoiada pelos meios de comunicação (TVs em especial), estarão contrariando os que, do outro lado, clamam pela garantia do seu direito à privacidade. Se a estes contemplarem com seu voto, estarão contrariando os primeiros, os grandes interessados em que vidas pessoais sejam livremente retratadas, transformadas em ativos comerciais de grande valor para a montagem do espetáculo midiático que está, hoje em dia, para muito além do interesse público na circulação da informação, o jornalismo.
Independentemente do que venha a decidir o STF em relação à questão, nós da associação Procure Saber, no âmbito do nosso pequeno foro e em que pesem as tantas dúvidas e posições entre nós, resolvemos exercer o nosso direito democrático de associação, de opinião e de manifestação, levando a público o nosso propósito de defender o direito à privacidade como elo importante da cadeia da cidadania soberana, chamando a atenção de toda a sociedade para a necessidade de amplo e profundo debate em torno desse tema, da delicada situação em que se encontra esse prato da balança do direito civil em nosso tempo, a privacidade, o que ela significa, o que ainda é possível fazer para que ela tenha sentido, para que os que ainda nela creem e confiam possam encontrar nas regras, nas normas e nas leis alguma garantia. O debate afinal toma corpo, podendo contribuir para posicionamentos mais conscientes, mais maduros e mais equilibrados sobre que tipo de vida queremos e podemos viver, se os indivíduos nos confins de suas vidas privadas ainda devem ser levados em conta, ainda reconhecidos e respeitados em seus direitos ou se já não importam mais.
Temos tido sempre justificado apreço pelos que, ao longo da História, se mostram capazes de compreender os dilemas e contradições da vida em sociedade e que, apesar da dor e do sofrimento dessa condição trágica, estão dispostos a reconhecer de que lado estão. Como disse Francisco Bosco referindo-se ao dilema entre o interesse público e o privado, em seu escrito neste jornal, semana passada, é o princípio da soberania decisória sobre a vida privada que deve prevalecer. É a mesma, nossa opinião.
(Gilberto Gil, O Globo, 15/10/2013)

Quanto à observação das diversas modalidades de uso da língua, percebe-se que o texto de Gil apresenta:

Alternativas
Comentários
  • "STF", "Adin", "Carta Magna" são expressões jurídicas... Não entendi por que não a letra C.

  • GABARITO LETRA E.

     

    O texto não tem termos rebuscados, alto teor técnico no vocabulário, mas é predominantemente formal, sem usos de gírias, contendo dessa forma, linguagem de cunho popular. 

    O texto foi publicado no jornal O GLOBO, adaptado para os leitores, que conseguem mesmo desconhecendo o assunto dar "conta" do conteúdo sem grandes dificuldades. Em linhas gerais, o Gilberto Gil defende seu ponto de vista com fortes argumentações.

     

     

  • Gabarito Letra E

    O texto tem libnguagem formal, apesar das expressóes jurídicas ele não possui um vocabulário técnico, mas expressa sua opinião de maneira formal, sem uso de gírias. 

  • Esse "ora" na linha 5, não é marca de oralidade?

  • Acho que o erro da alternativa C está em falar "predominantemente". Ele tem linguagem técnica,mas a que predomina é a formal.

  • " P R E D O M I N A N T E M E N T E "

    Tem gente que procura cabelo em ovo.

    O texto tem linguagem técnica? SIIIIIIIIIMMMMMMMM

    O texto marca oralidade? SIIIIIIIIIMMMMMMMMMM

    Tais termos predominam no texto? NÃOOOOOOOOOO

    GAB. E