Está CORRETA. Segundo o filósofo prussiano Immanuel Kant a apreciação do belo pode ser independente de qualquer aquisição prévia de conhecimento, bastando apenas a capacidade cognitiva do ser humano para alcança-lo. O caráter subjetivo desta afirmativa, entretanto, não isola o sujeito admirador do belo, pois esta seria uma categoria universal possível para todos os homens. A estética, de outra forma, exigiria não apenas uma determinada capacidade cognitiva como também uma detida atenção a fim de compreender os valores expressos nas formas apresentadas.
Dessa forma, podemos pensar que a concepção de beleza é uma construção social, portanto, a está submetida aos mais diversos julgamentos dentro das mais diversas sociedades. Para ilustrar e confirmar a correção da afirmativa, poderíamos citar Claude Lévi-Strauss, não um filósofo, mas um antropólogo francês que estudou alguns grupos ditos primitivos, dentre eles diversas tribos brasileiras. Em seu livro “Tristes trópicos" o autor comenta sobre determinada tribo que ignorava por completo flores coloridas que nossa sociedade julga serem belíssimas e são por eles consideradas ordinárias, indignas de tanta atenção e admiração. Por outro lado, seriam, estes índios, grandes admiradores de plantas e folhas que nossa sociedade consideraria ordinárias, capins. Segundo Lévi-Strauss isso se daria por esse grupo ver em tais plantas suas utilidades, seus usos e, portanto, seus significados para a vida. No mesmo livro o autor faz um grande comentário sobre a arte dos índios Kadiwéus, dotada de um grafismo bastante típico e jamais encontrado em outros grupos. Tanto o grafismo Kadiwéus como as folhas admiradas possuem estéticas particulares carregadas de significados que compõem o que estes grupos denominam como “belo".