Essas três esferas de controle da produção e consumo do espaço urbano pela classe dominante podem ser exemplificadas da seguinte forma:
-> a esfera econômica seria, por exemplo, o controle do mercado imobiliário que produz bairros da classe dominante no local onde elas desejam
-> a esfera política configura-se no controle do Estado no espaço urbano que se manifesta pelo controle da localização da infra-estrutura urbana; pelo controle da localização dos aparelhos do Estado e pelo controle da legislação de uso e ocupação do solo.
-> já a esfera ideológica manifesta-se pelo desenvolvimento de toda uma ideologia por parte da classe dominante a respeito do espaço, no intuito de auxiliar a dominação e torná-la aceitável pelos dominados.
O meio de controle da classe dominante sobre as demais classes se aplica em diversos âmbitos da
sociedade, estando presente até mesmo nos níveis mais “sutis”, como nas relações entre as pessoas,
de forma “naturalizada”, mas que de natural não tem nada. A classe dominante controla e produz o
espaço urbano, de acordo com seus interesses, e influenciando em sua divisão e consumo pelas
demais classes. Tanto as relações quanto os conflitos sociais podem se dar nas dimensões
econômica, política e ideológica. Na esfera econômica, a classe dominante está presente no controle
das propriedades privadas, e dos meios de produção e exploração do trabalho. Na política, não é tão
diferente, visto que majoritariamente ocupam-se os cargos de grande importância, não medindo
esforços para beneficiar sua classe elitizada. No quesito ideológico, a classe dominante está mais
profundamente enraizada na sociedade, com seus símbolos, mensagens, representações em todas
as dimensões, com a imposição de um discurso tido como hegemônico, “correto”, e que se faz
presente em todas as instituições, desde a escola até as empresas, estando assim já “naturalizado”
nos discursos construídos socialmente.
Fonte de pesquisa: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901984000300004