SóProvas


ID
1658713
Banca
IDECAN
Órgão
UFAL
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O fumo em lugares fechados 
Incrível como esse tema ainda gera discussões acaloradas. Como é possível considerar a proibição de fumar, nos lugares em que outras pessoas respiram, uma afronta à liberdade individual?
As evidências científicas de que o fumante passivo também fuma são tantas e tão contundentes, que os defensores do direito de encher de fumaça bares, restaurantes e demais espaços públicos só podem fazê-lo por duas razões: ignorância ou interesse financeiro. Sinceramente, não consigo imaginar terceira alternativa.
Vamos começar pela ignorância. Num país de baixos níveis de escolaridade como o nosso, nem todos têm acesso a conhecimentos básicos. A fumaça expelida dos pulmões fumantes contém, em média, um sétimo das substâncias voláteis e particuladas do total inalado. Já aquela liberada a partir da ponta acesa contém substâncias tóxicas em concentrações bem maiores: três vezes mais nicotina, três a oito vezes mais monóxido de carbono, 47 vezes mais amônia, quatro vezes mais benzopireno e 52 vezes mais DNPB (estes dois, cancerígenos potentes). 
Por serem de tamanho menor, as partículas que se desprendem da ponta acesa, produzidas durante 96% do tempo em que um cigarro é consumido, penetram com mais facilidade nos alvéolos pulmonares.
Depois de uma manhã de trabalho num escritório em que várias pessoas fumam, a concentração de nicotina no sangue de um abstêmio pode atingir os níveis de quem tivesse fumado três a cinco cigarros. Empregados de bares e restaurantes, que passam seis horas em ambientes carregados de fumaça, chegam a ter concentrações sanguíneas de nicotina equivalentes a de quem fumou cinco ou mais cigarros.
Mulheres gestantes expostas à poluição do fumo, em casa ou no trabalho, apresentam nicotina não apenas na corrente sanguínea, mas no líquido amniótico e no cordão umbilical do bebê.
[...]
Agora, vamos ao interesse pessoal dos que entendem que proibir a poluição ambiental causada pelo fumo é uma interferência do Estado na liberdade individual. Se ainda não foi inventado um método de exaustão capaz de impedir que a fumaça se dissemine pelo ambiente inteiro, esses senhores defendem o indefensável. Liberdade para através de uma ação individual causar mal à coletividade? Não sejamos ridículos.
Os sindicatos dos empregados de bares e restaurantes, que sempre se levantaram contra a proibição, alegando risco de desemprego (fato que não ocorreu em nenhuma cidade do mundo), que medidas tomaram até hoje para proteger seus associados da poluição ambiental em que trabalham? Alguma vez lutaram para que eles recebessem adicional de insalubridade? Para que tivessem um plano de saúde decente?
Não é função do Estado proteger o cidadão do mal que ele causa a si mesmo. Mas é dever, sim, defendê-lo do mal que terceiros possam fazer contra ele.
(Dráuzio Varella. Disponível em: http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/tabagismo/o-fumo-em-lugares-fechados-3/. Adaptado.)

Assim como em “[...] uma afronta à liberdade individual?" (1º§), o uso do sinal indicativo de crase também é obrigatório em:

Alternativas
Comentários
  • a) Não vendemos à prazo. 

    Nunca ocorre crase antes de masculino (palavra masculina)

    b) Os marujos não desceram à terra.A palavra terra, no sentido de chão firme, tomada em oposição a mar ou ar, se não vier determinada, não aceita o artigo e não ocorre a crase.

    c) Refiro-me à sua matrícula no curso.Uso facultativo da crase, antes de pronomes possessivos femininos.

    d) Não me refiro à secretária experiente. 

    Haverá crase sempre que:

    I.o termo antecedente exija a preposição a;

    II.o termo conseqüente aceite o artigo a.

     e) Fui à casa, mas regressei em pouco tempo.A palavra casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa, se não vier determinada por um adjunto adnominal não aceita o artigo, portanto não ocorre a crase.

    Portanto, gab. D

    Fonte: http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/crase-regras

  • Letra D, verbo referir exige preposição.

  • Já reparei que a IDECAN adora uma resposta que seja igualzinha ao enunciado. Vejamos:

    "[..] uma afronta à liberdade individual?" quem afronta, afronta a alguma coisa... nesse caso foi uma palavra feminina( liberdade) sendo adjetivada (individual)

     

    "Não me refiro à secretária experiente." quem se refere, refere a alguma coisa... idêntico ao exemplo (VTI), secretária (palavra feminina) idem e adjetivada também (experiente).

     

    o essencial é invisível aos olhos...

  • Me refiro a algum coisa.
  • Letra D, verbo referir exige preposição.

    Não me refiro à secretária experiente.

  • GABARITO: LETRA D

    ACRESCENTANDO:

    Tudo o que você precisa para acertar qualquer questão de CRASE:

    I - CASOS PROIBIDOS: (são 15)

    1→ Antes de palavra masculina

    2→ Antes artigo indefinido (Um(ns)/Uma(s))

    3→ Entre expressões c/ palavras repetidas

    4→ Antes de verbos

    5→ Prep. + Palavra plural

    6→ Antes de numeral cardinal (*horas)

    7→ Nome feminino completo

    8→ Antes de Prep. (*Até)

    9→ Em sujeito

    10→ Obj. Direito

    11→ Antes de Dona + Nome próprio (*posse/*figurado)

    12→ Antes pronome pessoal

    13→ Antes pronome de tratamento (*senhora/senhorita/própria/outra)

    14→ Antes pronome indefinido

    15→ Antes Pronome demonstrativo(*Aquele/aquela/aquilo)

    II - CASOS ESPECIAIS: (são7)

    1→ Casa/Terra/Distância – C/ especificador – Crase

    2→ Antes de QUE e DE → qnd “A” = Aquela ou Palavra Feminina

    3→ à qual/ às quais → Consequente → Prep. (a)

    4→ Topônimos (gosto de/da_____)

    a) Feminino – C/ crase

    b) Neutro – S/ Crase

    c) Neutro Especificado – C/ Crase

    5→ Paralelismo

    6→ Mudança de sentido (saiu a(`) francesa)

    7→ Loc. Adverbiais de Instrumento (em geral c/ crase)

    III – CASOS FACULTATIVOS (são 3):

    1→ Pron. Possessivo Feminino Sing. + Ñ subentender/substituir palavra feminina

    2→ Após Até

    3→ Antes de nome feminino s/ especificador

    IV – CASOS OBRIGATÓRIOS (são 5):

    1→ Prep. “A” + Artigo “a”

    2→ Prep. + Aquele/Aquela/Aquilo

    3→ Loc. Adverbiais Feminina

    4→ Antes de horas (pode está subentendida)

    5→ A moda de / A maneira de (pode está subentendida)

    FONTE: Português Descomplicado. Professora Flávia Rita

     

  • A questão é sobre crase e quer saber em qual das alternativas abaixo o uso do sinal indicativo de crase é obrigatório. Vejamos: 

     .

    A) Não vendemos à prazo.

    Errado. A crase aqui é proibida, pois não se usa crase antes de palavra masculina (o prazo).

    • NUNCA ocorre crase diante de palavras masculinas. Ex.: Assisto a filme de comédia.

     .

    B) Os marujos não desceram à terra.

    Errado. A crase aqui é proibida, pois não devemos usar crase antes de "terra", no sentido de "chão firme". No entanto, caso "terra" esteja especificado, haverá crase. Ex.:Os heróis chegaram à terra do petróleo.

    • NUNCA ocorre crase diante da palavra “casa” (no sentido de “lar, moradia”) e “terra” (no sentido de “chão firme”), uma vez que essas palavras não admitem a anteposição do artigo “a”. Ex.: Voltamos a casa. Os marinheiros desceram a terra.

     .

    C) Refiro-me à sua matrícula no curso.

    Errado. A crase antes do pronome possessivo "sua" é facultativa.

    • Antes de pronome possessivo. Ex.: Entregue os livros a minha irmã. (ou: à minha irmã). Dirija-se a sua sala. (ou: à sua sala)

     .

    D) Não me refiro à secretária experiente.

    Certo. Aqui a crase é obrigatória, pois ocorre a fusão da preposição "a" exigida pelo verbo "referir" (não me refiro A algo) + o artigo feminino "a" de "A secretária": A + A = À.

     .

    E) Fui à casa, mas regressei em pouco tempo.

    Errado. A crase aqui é proibida, pois não devemos usar crase antes de "casa", no sentido de "lar, moradia". No entanto, caso "casa" esteja especificado, haverá crase. Ex.: Retornamos rápido à casa de seu amigo.

     .

    Gabarito: Letra D