-
· medo - está
presente em todos os tipos de ocupações profissionais,
principalmente, aquelas que estão expostas a riscos relacionados à
integridade física. Uma prova a mais da existência e da intensidade
do medo é fornecida pelos problemas de sono e, sobretudo, pelo
consumo de medicamentos psicotrópicos;
· ansiedade,
tensão nervosa e carga psicosensorial – relacionadas ao medo,
geralmente decorrentes da vigilância, da concentração e
memorização, contribuindo para o sofrimento sentido;
· ansiedade - em
uma organização é facilmente identificada em relação ao
desempenho de cada indivíduo, principalmente relativa à
produtividade, ritmo, cotas de produção, rendimento, aos prêmios e
bonificações;
· agressividade,
hostilidade e perversidade - geradas pelas relações do trabalho,
isto é: com a hierarquia, chefia, supervisão, outros trabalhadores;
· alcoolismo;
·uso de drogas.
-
· sentimento de
desqualificação: cujo sentido repercute não só para si com para o
ambiente de trabalho.
A vivência
depressiva condensa de alguma maneira os sentimentos de indignidade,
de inutilidade e de desqualificação, ampliando-os. Esta depressão
é dominada pelo cansaço. Cansaço que se origina não só dos
esforços musculares, mas também dos psicosensoriais. Associados ao
cansaço por serem também importantes estão:
· fadiga -
resultante da sobrecarga de trabalho;
· insatisfação
- resultante do confronto com a esfera das aspirações, motivações
ou desejos;
· satisfação -
a satisfação do trabalho ocupa uma posição fundamental na
problemática da relação saúde-trabalho. Muitas vezes,
negligenciada ou desconhecida, está na origem não só de numerosos
sofrimentos somáticos de determinismo físico direto, mas também de
outras doenças do corpo mediatizadas por algo que atinge o aparelho
mental;
· frustração -
resultante de um significante conteúdo inadequado às
potencialidades e às necessidades do indivíduo;
· angústia -
resultante de um conflito intra-psíquico, isto é, de uma
contradição entre dois impulsos inconciliáveis (duas pulsões,
dois desejos...);
-
I – A saúde
mental do trabalhador
Para Codo, Sampaio e
Hitomi (1993), a organização do trabalho exerce, sobre o homem, uma
ação específica, cujo impacto é o aparelho psíquico. Em certas
condições, emerge um sofrimento que pode ser atribuído ao choque
entre uma história individual, portadora de projetos, de esperanças
e de desejos, e uma organização do trabalho que os ignora. Esse
sofrimento, de natureza mental, começa quando o homem, no trabalho,
já não pode fazer nenhuma modificação na sua tarefa no sentido de
torná-la mais conforme às suas necessidades fisiológicas e a seus
desejos psicológicos, isto é, quando a relação homem-trabalho é
bloqueada.
Segundo Codo,
Sampaio e Hitomi (1995), do choque entre um indivíduo, dotado de uma
história personalizada e a organização do trabalho, portadora de
uma injunção despersonalizante, emergem uma vivência e um
sofrimento que determinarão a saúde na organização e seu
funcionamento.
E o sofrimento do
indivíduo traz conseqüências sobre o seu estado de saúde e
igualmente sobre o seu desempenho, pois existem alterações e/ou
disfunções pessoais e organizacionais. Esse sofrimento advém de
sentimentos gerados por diversos aspectos e que atingem a organização
em todo o seu contexto. Os sentimentos como geradores de disfunções
são inúmeros e, entre eles estão:
· sentimento de
indignidade: experimentado como a vergonha de ser robotizado, de não
ser mais que um apêndice da máquina, às vezes de ser sujo, de não
ter mais imaginação ou inteligência, etc;
· sentimento de
inutilidade: percebido pela falta de qualificação e de finalidade
de trabalho, já que muitas vezes não conhecem a própria
significação de seu trabalho em relação ao conjunto da atividade
da organização;