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ID
165949
Banca
ACEP
Órgão
Prefeitura de Quixadá - CE
Ano
2010
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

De acordo com os teóricos e pesquisadores da saúde mental e do trabalho, observa-se hoje, nas organizações, uma espécie de anestesiamento humano no que diz respeito ao sofrimento do outro, bem como uma maior manipulação psicológica pelo uso do medo. Por intermédio de uma exagerada necessidade de obtenção de status de funcionário perfeito, a ética é posta de lado em favor dos próprios interesses, tornando as relações interpessoais mais desumanas. Os chamados programas de qualidade total tendem a ficar mais focados na produtividade que na qualidade de vida do trabalhador. Assinale a alternativa CORRETA sobre os danos que podem advir desta situação.

Alternativas
Comentários
  • · medo - está presente em todos os tipos de ocupações profissionais, principalmente, aquelas que estão expostas a riscos relacionados à integridade física. Uma prova a mais da existência e da intensidade do medo é fornecida pelos problemas de sono e, sobretudo, pelo consumo de medicamentos psicotrópicos;

    · ansiedade, tensão nervosa e carga psicosensorial – relacionadas ao medo, geralmente decorrentes da vigilância, da concentração e memorização, contribuindo para o sofrimento sentido;

    · ansiedade - em uma organização é facilmente identificada em relação ao desempenho de cada indivíduo, principalmente relativa à produtividade, ritmo, cotas de produção, rendimento, aos prêmios e bonificações;

    · agressividade, hostilidade e perversidade - geradas pelas relações do trabalho, isto é: com a hierarquia, chefia, supervisão, outros trabalhadores;

    · alcoolismo;

    ·uso de drogas.

  • · sentimento de desqualificação: cujo sentido repercute não só para si com para o ambiente de trabalho.

    A vivência depressiva condensa de alguma maneira os sentimentos de indignidade, de inutilidade e de desqualificação, ampliando-os. Esta depressão é dominada pelo cansaço. Cansaço que se origina não só dos esforços musculares, mas também dos psicosensoriais. Associados ao cansaço por serem também importantes estão:

    · fadiga - resultante da sobrecarga de trabalho;

    · insatisfação - resultante do confronto com a esfera das aspirações, motivações ou desejos;

    · satisfação - a satisfação do trabalho ocupa uma posição fundamental na problemática da relação saúde-trabalho. Muitas vezes, negligenciada ou desconhecida, está na origem não só de numerosos sofrimentos somáticos de determinismo físico direto, mas também de outras doenças do corpo mediatizadas por algo que atinge o aparelho mental;

    · frustração - resultante de um significante conteúdo inadequado às potencialidades e às necessidades do indivíduo;

    · angústia - resultante de um conflito intra-psíquico, isto é, de uma contradição entre dois impulsos inconciliáveis (duas pulsões, dois desejos...);

  • I – A saúde mental do trabalhador

    Para Codo, Sampaio e Hitomi (1993), a organização do trabalho exerce, sobre o homem, uma ação específica, cujo impacto é o aparelho psíquico. Em certas condições, emerge um sofrimento que pode ser atribuído ao choque entre uma história individual, portadora de projetos, de esperanças e de desejos, e uma organização do trabalho que os ignora. Esse sofrimento, de natureza mental, começa quando o homem, no trabalho, já não pode fazer nenhuma modificação na sua tarefa no sentido de torná-la mais conforme às suas necessidades fisiológicas e a seus desejos psicológicos, isto é, quando a relação homem-trabalho é bloqueada.

    Segundo Codo, Sampaio e Hitomi (1995), do choque entre um indivíduo, dotado de uma história personalizada e a organização do trabalho, portadora de uma injunção despersonalizante, emergem uma vivência e um sofrimento que determinarão a saúde na organização e seu funcionamento.

    E o sofrimento do indivíduo traz conseqüências sobre o seu estado de saúde e igualmente sobre o seu desempenho, pois existem alterações e/ou disfunções pessoais e organizacionais. Esse sofrimento advém de sentimentos gerados por diversos aspectos e que atingem a organização em todo o seu contexto. Os sentimentos como geradores de disfunções são inúmeros e, entre eles estão:

    · sentimento de indignidade: experimentado como a vergonha de ser robotizado, de não ser mais que um apêndice da máquina, às vezes de ser sujo, de não ter mais imaginação ou inteligência, etc;

    · sentimento de inutilidade: percebido pela falta de qualificação e de finalidade de trabalho, já que muitas vezes não conhecem a própria significação de seu trabalho em relação ao conjunto da atividade da organização;