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ID
1662658
Banca
FGV
Órgão
TCM-SP
Ano
2015
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

Considere a taxa de câmbio nominal definida como: R$/US$, em que R$ = Reais e US$ = Dólares.

A desvalorização real da moeda brasileira ocorre quando: 

Alternativas
Comentários
  • Considerando que a taxa real de câmbio é dada por : r=e*(Pext/Pint), quando há deflação no Brasil os preços internos diminuem e por outro lado quando há inflação externa os preços externos aumentam. Dessa forma a relação preços externos(Pext) por preços internos (Pint) aumenta. Assim a taxa real de câmbio também aumenta e quando a taxa de câmbio aumenta a moeda desvaloriza (Mais reais são necessários para comprar um dólar, o que indica desvalorização do real).

  • A Taxa de Câmbio é um dos principais preços da economia, uma vez que ela afeta os resultados da balança comercial (ou seja, ela reflete a competitividade dos produtos comercializáveis no mercado internacional), do Produto Interno Bruto (as exportações líquidas, para determinada taxa de câmbio, dinamizam a atividade econômica) e da inflação (valorizações e desvalorizações cambiais tendem a causar impactos positivos – queda dos preços – e negativos – aumento dos preços –, respectivamente).

     

    Conceitualmente, há 3 tipos de taxas de câmbio: nominal (TCN), real (TCR) e real efetiva (TCRE).

     

    - Nominal: expressa a relação de troca entre duas unidades monetárias de países diferentes; isto é, ela é o preço em moeda nacional de uma unidade de moeda estrangeira. Por exemplo, atualmente (à época que o artigo foi escrito) a taxa de câmbio do real em relação ao dólar se encontra ao redor de R$ 3,15/US$ 1,00, ou seja, cada dólar vale 3,15 reais.

     

    - Real: quando a TCN é ponderada pela razão entre preços (inflação) externa e interna, tem-se a taxa de câmbio real (TCR). Mais especificamente, a TCR informa quanto custam os produtos comercializáveis em diferentes países e reflete a competitividade das exportações de um país. Em termos de equação comportamental, a TCR entre real e dólar é expressa da seguinte maneira: TCR = TCN.(PUSA/PBR), em que PUSA e PBR são, respectivamente, as inflações nos Estados Unidos e no Brasil. Pela referida equação, ocorre uma desvalorização da TCR quando a TCN se eleva ou a inflação brasileira é menor do que a inflação norte-americana, ao passo que há uma valorização da TCR quando a TCN se reduz ou os preços dos bens e serviços dos EUA são relativamente mais baratos do que os preços dos bens e serviços brasileiros. Exemplificando, no final do ano passado a TCN, reais por dólar, foi 3,26 e as taxas de inflação no Brasil e nos Estados Unidos foram, respectivamente, 6,29% e 2,1%. Logo, a TCR, reais por dólar, fechou o ano em 3,13.

     

    - Efetiva: a ponderação da TCR pela participação de cada país de destino nos fluxos das relações comerciais define a taxa de câmbio real efetiva (TCRE). Analiticamente, TCRE = ∑ [αi . TCNi. (Pi*/P)], em que ∑ é a somatória, sendo que i varia de 1 (país) até n (enésimo país), αi capta os pesos das relações bilaterais de comércio, TCNi são as taxas de câmbio nominais, Pi* são as taxas de inflação dos países estrangeiros e P é a taxa de inflação doméstica. Para maiores detalhes sobre a evolução recente da TCRE brasileira, veja a série histórica no IPEADATA.

     

    Fonte: https://www.supercambio.com.br/blog/2017/05/22/entendendo-a-taxa-de-cambio-por-fernando-ferrari/

  • É importante consignarmos que, a taxa de câmbio entre duas moedas é o preço de uma moeda em relação à outra, no conceito nominal ela representa as unidades da moeda doméstica necessárias para a aquisição de uma unidade da moeda estrangeira, enquanto no conceito real é a razão entre o nível geral de preços externos e o nível geral de preços internos. Contudo, como os preços externos estão expressos em moeda estrangeira, é necessário convertê-los em moeda nacional. Para isso, multiplicamos os preços externos pela taxa de câmbio nominal, resultando na seguinte expressão:

    R = eP*/P

    onde R é a taxa de câmbio real, e é a taxa de câmbio nominal, P* é o nível de preços externos e P é o nível de preços internos ou domésticos.

    Assim, um aumento da taxa de câmbio real ou uma depreciação real da moeda doméstica faz com que os preços externos se elevem em relação aos preços internos, já uma redução da taxa de câmbio real ou uma apreciação  real da moeda doméstica faz com que os preços internos se elevem em relação aos preços externos.

    Fonte: ECONOMIA MICRO e MACRO, de Marco Antônio Sandoval de Vasconcellos


    De posse destes conceitos, podemos analisar as alternativas:

    A) Errado. Quando tratamos do conceito real da taxa de câmbio, precisamos relacionar os preços internos e externos, então esta alternativa está descartada.

    B) Errado. A questão fala em desvalorização real da moeda brasileira.

    C) Errado. Conforme letra “A".

    D) Certo. Se os preços do Brasil, internos, caem e os preços dos EUA, externos, aumentam, mantida a taxa de câmbio nominal, conforme equação da taxa de câmbio real, R = eP*/P, a taxa de câmbio real aumenta, ou seja, há uma desvalorização real da moeda brasileira.

    E) Errado. Se os preços no Brasil superarem o preço do produto estrangeiro, mantida a taxa de câmbio nominal, a taxa de câmbio real diminui, ou seja, há uma valorização real da moeda brasileira.


    Gabarito: Letra “D".
  • Podemos fazer por eliminação também das alternativas:

    A) Errado. Se for pela taxa de câmbio, devemos relacionar os preços internos e externos, não há redução nesse caso.

    B) Errado. Contrário, pois o comando da questão fala da desvalorização real da moeda brasileira e.

    C) Errado. Redundante a alternativa “A".

    D) Certo. Num cenário de deflação, os preços do Brasil, caem e os preços dos EUA, aumentam, mantida a taxa de câmbio nominal, (R = eP*/P ) onde a taxa de câmbio real aumenta desvalorizando a moeda brasileira.

    E) Errado. Se os preços no Brasil superarem o estrangeiro, com a taxa de câmbio nominal, a taxa de câmbio real diminui, havendo uma valorização real da moeda brasileira.

  • A desvalorização real da moeda brasileira ocorre quando: 

    A) a taxa de câmbio efetiva diminui; Se a taxa efetiva é igual à real, ela não pode ter diminuído, antes, deve aumentar. Como o outro colega trouxe, a taxa efetiva conta diversos países, o que nesse caso, dada a ausência de informações adicionais do comando da questão, resulta no mesmo.

    B) a moeda brasileira se valoriza em relação ao dólar; O enunciado fala da desvalorização real da moeda brasileira

    C) a taxa de câmbio nominal diminui; A taxa de câmbio nominal difere da real. Pode ter diminuído, e o câmbio real, a relação do nível de preços em ambas as economias, ter mudado a ponto de nada ocorrer na prática. Ora, quem nunca ouviu falar que na África há muitos milionários? Muito provavelmente um país hiperinflacionário que diminui seu câmbio não altera significativamente o nível de preços com a moeda comparada.

    D) há deflação no Brasil e inflação nos EUA; Dada a relação de câmbio real = e* (P*/P) [ambos os preços medidos na mesma moeda para efeitos de comparação, e "e" a taxa nominal], sob um cenário de deflação daqui, os preços brasileiros (P) caem e os americanos (P*), aumentam. Na mesma taxa de câmbio nominal, ocorre aumento do câmbio real, ou desvalorização, ou depreciação do câmbio.

    E) o índice de preços no Brasil supera o preço do produto estrangeiro, medido em moeda brasileira. Se câmbio real = e* (P*/P), os preços brasileiros (P) aumentando mais que os estrangeiros (P*), diminui-se o fator que multiplica o câmbio nominal (e), ocasionando a diminuição da taxa de câmbio, ou seja, a sua valorização ou apreciação.

    Avisem-me qualquer erro.

    "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-Me." São Lucas IX