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ID
1667719
Banca
FCC
Órgão
METRÔ-SP
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
− E se a vida for como um cardápio? A pergunta pegou Rosinha de surpresa. Ela levantou os olhos do menu e se deparou com o marido em estado reflexivo. − Ora, Alfredo, deixe de filosofar e escolha logo o prato que vai querer. Os dois haviam saído para jantar e estavam na varanda do Bar Lagoa, de onde se pode ver um cantinho de céu e o Redentor. − Rosinha, pense nas consequências do que estou dizendo. Se a vida for como um cardápio, nós talvez estejamos escolhendo errado. No lugar da buchada de bode em que nossas vidas se transformaram, poderíamos nos deliciar com escargots. Experimentar sabores novos, mais sofisticados... − Por que a vida seria como um cardápio, Alfredo? Tenha dó. − E por que não seria? Ninguém sabe de fato o que é a vida, portanto qualquer acepção é válida, até prova em contrário. − Benhê, acorda. Ninguém vai aparecer para servir o seu cardápio imaginário. Na vida, a gente tem que ir buscar. A vida é mais parecida com um restaurante a quilo, self-service, entende? − Boa imagem. Concordo com o restaurante a quilo. É assim para quase todo mundo. Mas, quando evoluímos um pouco, chega a hora em que podemos nos servir à la carte. Rosinha, nós estamos nesse nível. Podemos fazer opções mais ousadas. − Alfredo, se você está querendo aventuras, variar o arroz com feijão, seja claro. Não me venha com essa conversa de cardápio existencial. Além disso, se a nossa vida virou uma buchada de bode, com quem você pensa experimentar essa coisa gosmenta, o tal escargot? − Querida, não reduza minhas ideias a uma trivial variação gastronômica. Minha hipótese, caso correta, tem implicações metafísicas. Se a vida for como um cardápio, do outro lado teria que existir o Grand Chef, o criador do menu. − Alfredo, fofo, agora você viajou na maionese. É o cúmulo querer reconstruir o imaginário religioso baseado no funcionamento de um restaurante. Só falta você dizer que, nesse seu céu, os anjos são os garçons! Nesse momento, dois chopes desceram sobre a mesa. Flutuaram entre as mãos alvas, quase diáfanas, de um dos velhos garçons do Bar Lagoa. Alfredo e Rosinha trocaram olhares de espanto e antes que pudessem dizer que ainda não haviam pedido nada, o garçom falou com voz grave: − Cortesia da casa. Já olharam o cardápio?
(FARIA, Antônio Carlos de. "Cardápio existencial". Disponível em: ttp://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult686u141.shtml)

A pergunta pegou Rosinha de surpresa. Ela levantou os olhos do menu e se deparou com o marido em estado reflexivo.
As frases acima estão reescritas em um único período, mantendo-se a coerência e a correção, em:

Alternativas
Comentários
  • LETRA B


    A pergunta pegou rosinha de surpresa. Qual foi a consequência?  Ela levantou os olhos ...  


    Utiliza-se a conjunção consecutiva - de maneira que , poderíamos usar também de sorte que , de modo que ...

  • Sobre o verbo deparar(-se)

    "O verbo deparar tem uma sintaxe muito rica e variada. Antes de mais pode ser conjugado pronominalmente ou não. 
    Quando surge na forma não pronominal ocorre em três situações distintas (os exemplos apresentados foram extraídos do dicionário Novo Aurélio XXI, tendo alguns sido adaptados): 
    1 – Sem preposição, tendo como sujeito uma entidade não humana e significando «fazer aparecer de repente»: 
    Ex.: O acaso depara muitas situações interessantes. 
    2 – Sem preposição, tendo como sujeito uma entidade humana e significando «encontrar inesperadamente»: 
    Ex.: Na curva da estrada deparámos um lago belíssimo. 
    3 – Com preposição, com sujeito humano e significando «encontrar inesperadamente»: 
    Ex.: Deparei com ele quando passeava. 
    Na forma pronominal, surge em duas situações distintas: 
    4 – Pronominal, sem preposição e com sujeito não humano, significando «chegar, aparecer, apresentar-se»: 
    Ex.: Deparou-se-me uma oportunidade irrecusável. 
    Note-se a posição pós-verbal do sujeito «uma oportunidade irrecusável». 
    5 – Pronominal, com preposição e com sujeito humano, significando «encontrar inesperadamente, defrontar-se»: 
    Ex.: E deparou-se com um jovem forte, alto, de grande beleza. 
    Em síntese, o verbo pode ser pronominal e não pronominal, pode ter sujeito humano ou não humano, pode surgir com ou sem preposição, implicando pequenas variações de sentido. "

    Fonte: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/sobre-o-verbo-deparar-se/15437

  • Obrigado Maria Clara. Não tinha a minima ideia de que o verbo deparar poderia ser não pronominal.

  • de maneira que : consequência

    uma vez que : causa

    Rosinha levantou os olhos depois de ficar surpresa. O que ocorre primeiro é sempre a causa e depois a consequência.