SóProvas


ID
1689763
Banca
NC-UFPR
Órgão
COPEL
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Caetano e o ‘mal’ uso da crase 

    Na terça-feira, Caetano Veloso postou nas redes sociais um vídeo no qual corrige uma frase escrita pelo pessoal que trabalha com ele. 
    O trecho era este: “Homenagem à Bituca”. Bituca é o apelido do grande Milton Nascimento. No vídeo, Caetano não se limita a dizer que o “a” não deve receber o acento grave (ou acento indicador de crase). O Mestre dá a explicação completa (e perfeita) da questão. 
    Aproveito o “barulho” que o caso gerou para trocar duas palavras sobre o tema com o caro leitor. Comecemos pela palavra “crase”, que não vem ao mundo como o nome do acento. De origem grega, “crase” significa “fusão, mistura”. Ao pé da letra, pode-se dizer que Coca-Cola com rum ou leite com groselha são casos de crase, já que são fusões. 
    Em gramática, crase vem a ser a fusão de duas vogais iguais, o que ocorre, por exemplo, na evolução de muitas palavras do latim para o português. Quer um exemplo? O verbo “ler”. Sim, o verbo “ler”. Na evolução do latim para o português, saímos de “legere” e chegamos a “ler”, mas antes passamos por “leer” (que, por sinal, foi a forma que se fixou no espanhol, outra língua neolatina). Na evolução de “leer” para “ler”, as duas vogais se fundiram numa só, o que caracteriza a crase. 
    Como se vê, pode-se dizer que ocorreu crase na evolução de “legere” para “ler”. Esse caso de crase não é marcado com o acento grave.
    Hoje em dia, quando se fala de crase, pensa-se basicamente na fusão da preposição “a” com um segundo “a”, que quase sempre é artigo definido feminino (atenção: “quase sempre” não equivale a “sempre”). Quando se escreve algo como “Você já foi à Bahia?”, por exemplo, emprega-se o acento grave para indicar a crase que de fato ocorre: a preposição “a”, regida pelo verbo “ir” (ir A algum lugar), funde-se com o artigo feminino “a”, exigido por “Bahia” (“Gosto muito dA Bahia”; “Ele mora nA Bahia”). 
    No caso da construção corrigida por Caetano (“Homenagem à Bituca”), é óbvio que o acento indicador de crase é mais do que inadequado, já que no trecho só existe um “a”, a preposição “a”, regida pelo substantivo “homenagem”; por ser substantivo masculino, “Bituca” obviamente rejeita o artigo feminino. 
    Os erros no emprego do acento grave são muitos e frequentes. Quer uma bela lista? Lá vai: “traje à rigor”, “Viajou à convite de...”, “carro à álcool/gás”, “Vender à prazo”, “à 100 metros”, “Vem à público”, “ir à pé”, “sal à gosto”, “Vale à pena ir lá”, “Parabéns à você”, “Atendimento à clientes” etc., etc., etc. 
     Alguns gênios sugerem pura e simplesmente a eliminação do acento grave. Lamento informar que a língua portuguesa escrita não sobrevive sem esse acento. [...] 
     Em tempo: como nada é tão ruim que não possa piorar, alguém postou no YouTube o depoimento de Caetano com este título: “Caetano Veloso grava vídeo repreendendo sua própria equipe de internet por mal uso da crase”. “Mal uso”? Não seria “mau uso”? Elaiá! É isso. 

(Pasquale Cipro Neto, publicado em < http://www1.folha.uol.com.br/colunas/pasquale/2015/06/1647510-caetano-e-o-mal-uso-da-crase.shtml>.
Acesso em: 25/06/2015. Adaptado) 

A partir da explicação dada pelo autor, considere o uso do acento indicador de crase nas seguintes afirmativas:

1. Os dois saíram às compras no final da tarde. 2. Nas férias, gostava muito de ir à Pernambuco.

3. Os acidentes de trânsito relacionam-se à grande taxa de imperícia e imprudência dos motoristas.

4. Os refrigerantes serão servidos em copo devido à não devolução dos vasilhames.

5. Os novos casos impeliram os responsáveis à exceções no tratamento das condutas.

Está correto o uso do acento indicador de crase em:

Alternativas
Comentários
  • Não entendi por que houve crase antes de Pernambuco.

  • Thamiris , aquele velho macete .

    Se eu vou lá e volto "da", Crase lá está.

    Se eu vou lá e volto "de" , Crase para que ? 

  • Pois, é, Fransuar

    Quem vai A Pernambuco não volta DA Pernambuco, volta DE. 

    A questão está errada. HAHA, Sou pernambucana!

  • CRASE

     

    Regra única: O termo anterior exige a preposição A e o termo posterior aceita o artigo A ou AS

     

    OBS1: Também é possível usar o acento grave em pronomes demonstrativos (Ex: àqueles, àquelas)

     

    OBS2: Locuções adverbiais femininas (modo, lugar, tempo..) são sempre acraseadas.

  •  

    texto associado   

    A partir da explicação dada pelo autor, considere o uso do acento indicador de crase nas seguintes afirmativas:

    1. Os dois saíram às compras no final da tarde.

    2. Nas férias, gostava muito de ir à Pernambuco.

    3. Os acidentes de trânsito relacionam-se à grande taxa de imperícia e imprudência dos motoristas.

    4. Os refrigerantes serão servidos em copo devido à não devolução dos vasilhames.

    5. Os novos casos impeliram os responsáveis à exceções no tratamento das condutas.

    Gabarito letra C, realmente não há crase antes de Pernambuco, mas a alternativa C está correta porque dá como certo os itens 1,3 e 4 e o item que que fala de Pernambuco é o item 2, só ficou meio desorganizado no enunciado do Qconcursos.

  • No sentido de em razão depor causa deDEVIDO sempre será acompanhado da preposição a. Essa relação entre um verbo e um termo que o complementa, estabelecida através de uma preposição, é chamada de regência verbal.

     

  • Não entendi a crase antes do não.

    "4. Os refrigerantes serão servidos em copo devido à não devolução dos vasilhames. "

  •  

    "4. Os refrigerantes serão servidos em copo devido à não devolução dos vasilhames. "

    A expressão "devido " exige a preposição "a", pois equivale a "em razão de"; e a expressão " não devolução dos vasilhames" aceita o atigo "a". Nesse caso, então, haverá crase antes do "não".

  • LETRA C.

    1 Os dois saíram às compras no final da tarde. NESSE CASO, TEMOS UMA LOCUÇÃO ADVERBIAL COM NÚCLEO FEMININO, PORTANTO O ACENTO É OBRIGATÓRIO.

    2 Nas férias, gostava muito de ir à Pernambuco. NA REGRA GERAL, NÃO HÁ ACENTO ANTES DE PALAVRA MASCULINA. E Se vou a Pernambuco, e volto de Pernambuco, Crase pra quê?

    3 Os acidentes de trânsito relacionam-se à grande taxa de imperícia e imprudência dos motoristas. TEMOS UMA PREPOSIÇÃO ORIUNDA DO VERBO RELACIONAR-SE MAIS UM ARTIGO ANTES DO SUBSTANTIVO TAXA. PORTANTO A + A= À

    4 Os refrigerantes serão servidos em copo devido à não devolução dos vasilhames. O VERBO DEVIDO É REGIDO PELA PREPOSIÇÃO A E TEMOS UM ARTIGO POR CAUSA DA PALAVRA DEVOLUÇÃO. PORTANTO A + A= À

    5 Os novos casos impeliram os responsáveis à exceções no tratamento das condutas. ARTIGO NO SINGULAR MAIS PALAVRA NO PLURAL, NÃO HÁ CRASE.

  • GABARITO : C

    Diante da dificuldade, substitua o não consigo pelo : Vou tentar outra vez ! 

    RUMO #PCPR

  • 1) CERTO - Locução adverbial seguida de palavra feminina - caso obrigatório.

    2) ERRADO - Motivo: Topônimos neutros (de) sem especificação. Perceba que a banca já inseriu o ponto final após Pernambuco, sem preocupar em especificar algo sobre a cidade - caso especial, é preciso avaliar.

    3) CERTO - Motivo: Regência do verbo relacionar. Fusão (preposição + artigo) - caso obrigatório. Retirei a resposta de uma questão aqui do QC (Q333448) "pois ocorre a exigência da preposição “a” e o termo seguinte admite o artigo “a”. Questões semelhantes: Q470036 - Q360864.

    4) CERTO - Motivo: As locuções prepositivas seguidas de palavra feminina e que puderem vir acompanhadas por determinantes (artigo, por exemplo), exigem o acento grave indicativo da crase - caso obrigatório. Exemplo: junto a. devido a, graças a.

    5) ERRADO - Motivo: Antes de palavra feminina (exceções) com o A no singular - caso proibido.

    GAB: C.

  • Se a Banca armar uma questão com um erro desse na pc -pr , corto os pulsos.

  • #Rumo_PCPR.

    #Fica_em_casa.

  • Eu não consigo entender o emprego de crase antes da palavra nâo.

  • Com relação à alternativa 2:

    No caso de nomes de lugares, em caso de dúvida, basta inserir o substantivo em uma frase que utilize as preposições "em" ou "de", e verifique se ocorrem as contrações "na" ou "da". Por exemplo: "Vou a Bahia" ou "Vou à Bahia"? Mudando a frase, vemos que dizemos "Sou da Bahia", e não "Sou de Bahia" - ou seja, utilizamos sempre o artigo "a" antes do substantivo "Bahia", portanto, há crase.

    Posso então escrever "Vou à Pernambuco"? A resposta é não! Dizemos "Estou em Pernambuco", não "Estou na Pernambuco". Portanto, o correto é "Vou a Pernambuco", sem crase.

    Fonte: https://www.uninassau.edu.br/noticias/seis-dicas-para-nao-errar-na-hora-de-usar-crase

    BONS ESTUDOS!!!

  • errei pela desorganização dos enunciados, espero que na prova não esteja assim.

  • SAÍRAM é um VERBOOOOOOOOOOOO

  • PORQUE A 4ª TÁ CERTA:

    1 - É só SUBSTITUIR o termo seguinte "à não" por outra palavra! Se o "à" mudar para "ao" é porque tá certa a crase! Mas se permanecer como "à" é porque não tem crase!

    Ex: 4. Os refrigerantes serão servidos em copo devido à não devolução dos vasilhames.

    Agora SUBSTITUA o termo seguinte ("Devolução") por outra Palavra!

    Ex: Susbtituindo por Restabelecimento:

    Os refrigerantes serão servidos em copo devido AO não RESTABELECIMENTO dos vasilhames.

    Veja que a mudança do termo fez com que o "À" mudasse para "AO". Se aconteceu isso é porque o A, na frase original, exige a crase! Mas se o "A" permanecesse, seria porque ele não deveria estar acrasiado!

    OU

    2 - O que é Devido é devido A Alguem, devido A ALguma coisa --> Por isso A é acrasiado!

  • PC-PR 2021