SóProvas


ID
1711153
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
EBSERH
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A CHAVE
Ela abre mais do que uma porta, inaugura um novo tempo
IVAN MARTINS
    Certos objetos dão a exata medida de um relacionamento. A chave, por exemplo. Embora caiba no bolso, ela tem importância gigantesca na vida dos casais. O momento em que você oferece a chave da sua casa é aquele em que você renuncia à sua privacidade, por amor. Quando pede a chave de volta - ou troca a fechadura da porta - está retomando aquilo que havia oferecido, por que o amor acabou.
    O primeiro momento é de exaltação e esperança. O segundo é sombrio. 
   Quem já passou pela experiência sabe como é gostoso carregar no bolso - ou na bolsa - aquela cópia de cinco reais que vai dar início à nova vida. Carregada de expectativas e temores, a chave será entregue de forma tímida e casual, como se não fosse importante, ou pode vir embalada em vinho e flores, pondo violinos na ocasião. Qualquer que seja a cena, não cabe engano: foi dado um passo gigantesco. Alguém pôs na mão de outro alguém um totem de confiança.
    Não interessa se você dá ou ganha a chave, a sensação é a mesma. Ou quase.
    Quem a recebe se enche de orgulho. No auge da paixão, e a pessoa que provoca seus melhores sentimentos (a pessoa mais legal do mundo, evidentemente) põe no seu chaveiro a cópia discreta que abre a casa dela. Você só nota mais tarde, quando chega à sua própria casa e vai abrir a porta. Primeiro, estranha a cor e o formato da chave nova, mas logo entende a delicadeza da situação. Percebe, com um sorriso nos lábios, que suas emoções são compartilhadas. Compreende que está sendo convidado a participar de outra vida. Sente, com enorme alívio, que foi aceito, e que uma nova etapa tem início, mais intensa e mais profunda que anterior. Aquela chave abre mais do que uma porta. Abre um novo tempo.
    O momento de entregar a chave sempre foi para mim o momento de máximo otimismo.
    [...]
    Você tem certeza de que a outra pessoa ficará feliz e comovida, mas ao mesmo tempo teme, secretamente, ser recusado. Então vê nos olhos dela a alegria que havia antecipado e desejado. O rosto querido se abre num sorriso sem reservas, que você não ganharia se tivesse lhe dado uma joia ou uma aliança. (Uma não vale nada; para a outra ela não está pronta). Por isto ela esperava, e retribui com um olhar cheio de amor. Esse é um instante que viverá na sua alma para sempre. Nele, tudo parece perfeito. É como estar no início de um sonho em que nada pode dar errado. A gente se sente adulto e moderno, herdeiro dos melhores sonhos da adolescência, parte da espécie feliz dos adultos livres que são amados e correspondidos - os que acharam uma alma gêmea, aqueles que jamais estarão sozinhos.
    Se as chaves de despedida parecem a pior coisa do mundo, não são.
    [...]
    A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito. 
   Pode ser que dentro de três meses ou três anos a chave inútil e esquecida seja encontrada no bolso de uma calça ou no fundo de uma bolsa. Ela já não abrirá porta alguma exceto a da memória, que poderá ser boa ou ruim. O mais provável é que o tato e a visão daquela ferramenta sem propósito provoquem um sorriso agridoce, grisalho de nostalgia. Essa chave do adeus não dói, ela constata e encerra.
  Nestes tempos de arrogante independência, em que a solidão virou estandarte exibido como prova de força, a doação de chaves ganhou uma solenidade inesperada. Com ela, homens e mulheres sinalizam a disposição de renunciar a um pedaço da sua sagrada liberdade pessoal. Sugerem ao outro que precisam dele e o desejam próximo. Cedem o seu terreno, correm o risco. É uma forma moderna e eloquente de dizer “eu te amo". E, assim como a outra, dispensa “eu também". Oferece a chave quem está pronto, aceita a chave quem a deseja, reciproca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso, verdadeiramente. Nada mais triste que uma chave falsa. Ela parece abrir uma esperança, mas abre somente uma ilusão.

Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/04/chave.html

Em “... quando chega à sua própria casa e vai abrir a porta.", a crase

Alternativas
Comentários
  • GABARITO A. Crase facultativa, pois antes do pronome "sua" o artigo é facultativo, neste caso, a crase também.

  • ALTERNATIVA: A

    "Diante de pronome possessivo, crase passa fome. Porém quando o pronome for possessivo é FACULTATIVO".


    ATENÇÃO - Diante de pronome possessivo acompanhado de substantivo o artigo é facultativo (frase acima), PORÉM DIANTE DE POSSESSIVO SOZINHO O ARTIGO É OBRIGATÓRIO.


    Ex.:

    Refiro-me a sua irmã (v)

    Refiro-me à sua irmã (v)

    Esta bolsa é igual a minha (f)

    Esta bolsa é igual à minha (v)

  • Letra- A.

    A crase é facultativa nos seguintes casos:

    -->Diante de nomes próprios femininos. Ex.: Entreguei o prêmio à Vovó Mafalda. / Entreguei o prêmio a Vovó Mafalda.

    -->Diante de pronome possessivo feminino. Ex.: Cedi o assento à minha bisavó. / Cedi o assento a minha bisavó.

    -->Depois da preposição até. Ex.: Fui até à praia. / Fui até a praia.

  • O uso da crase é facultativo, antes de pronome possessivo, demonstrativo, feminino e no singular.

  • Ju Nunes
    Crase não é facultativo antes de p.demonstrativo, cuidado ao passar informações erradas.

  • Segundo o Professor Carlos Zambeli, a Crase é Facultativa em apenas TRÊS casos:
    1) Pronomes possessivos femininos adjetivos no singular ( caso da questão )
    2) Antes de Nomes Próprios Femininos
    3) Depois da PREPOSIÇÃO ATÉ. ( Depois da preposição ATÉ, até pode ter crase - bizuzin prá lembrar ) =]

  • Neste caso acima de acordo com a regência do verbo chega existe a presença da preposição "a" = Quem chega , chega a algum lugar.

    Porém antes de pronomes possessivos a crase é opcional pois na frase acima o pronome "sua" já indica que "casa" é um substantivo feminino.

  • Casos facultativos:

    - depois da palavra "até": dirija-se até à (a) porta.

    - nomes próprios femininos: escrevi à (a) Lúcia.

    - pronomes possessivos femininos: referiu-se à (a) minha viagem.

    Gab: A

  • A Crase é facultativa antes de Pronomes Possessivos femininos (sua)

  • Se o pronome adjetivo possessivo feminino aparecer no plural, o emprego do acento grave será, em regra, obrigatório.

    Ex.: O cônsul enviou várias cartas às suas filhas. Fonte: Estratégia Concursos, prof Fabiano Sales.
  • CRASE = JUNÇÃO DO A1 (preposição) COM O A2 (artigo ou pronome (quando se torna)).

    Quando o artigo "a" for facultativo = Antes de nome personativo feminino ; Antes do pronome de tratamento "DONA" ; Antes de pronome possessivo adjetivo feminino.

    Quando a preposição "A" for facultativa = Caso Único: Depois da preposição ATÉ - Na considerada locução prepositiva: até a.

  • O verbo chegar, assim como o ir e o voltar são Verbos Transitivos Indiretos (V.T.I) e exigem preposição: a, de ou para.

    Chegar a algum lugar, chegar de algum lugar...

    O pronome possessivo após o verbo chegar é sua casa, classificado como pronome possessivo adjetivo, portanto a crase é facultativa.

    Regras para crase facultativa:

    1. Antes de nomes próprios femininos;

    2. Antes da preposição até; e

    3. Antes de pronomes possessivos adjetivos.


    obs.: antes de pronomes possessivos substantivos, o uso é obrigatório.


    Fonte: Prof. Pablo Jamilk - AlfaConcursos e http://www.normaculta.com.br/regencia-verbal

  • SOMA AI NOS SEUS MNEMÔNICOS DE CRASE !

    ***CASOS FACULTATIVOS***

     

    ATÉ A POSSE DA DONA DILMA !

    ATÉ = APÓS A PREPOSIÇÃO "ATÉ"

    POSSE = PRONOME POSSESSIVO FEMININO

    DONA/SENHORA/SENHORITA = APÓS A PALAVRA "DONA"

    DILMA = NOMES PRÓPRIOS FEMININOS

  • Em uma opção diz que é facultativa, na outra diz que é obrigatória, não precisa nem ler as outras opções pra saber que uma das duas é a correta.

  • "Maria, deixa de drama pow...Eu te amo, porra !!! "

     

    Ano: 2015 Banca: IADES Órgão: CRC-MG Prova: Auxiliar Administrativo

    Assinale a alternativa que apresenta oração na qual o emprego do sinal indicativo de crase é facultativo.  

     a) Todo cidadão deve preservar o respeito à Pátria.

     b) A capital mineira fica à distância de 716 quilômetros da capital federal.

     c) Diversas solicitações às nossas autoridades são feitas diariamente. 

     d) Guimarães Rosa sempre voltava à terra onde nasceu e cresceu. 

     e) A população mineira demonstra dedicação às tradições religiosas e culturais.

     

     

    PRONOME POSSESSVIO FEMININO CRASE É FACULTATIVA:

    meu(s), minha(s)

    teu(s), tua(s)

    seu(s), sua(s)

    nosso(s), nossa(s)

    vosso(s), vossa(s)

    seu(s), sua(s)

     

     

     

    GABARITO ''A''

  • Só é facultativa se o PRONOME POSSESSIVO FEMININO estiver no SINGULAR e for seguido de SUBSTANTIVO (palavra) feminino.

  • A______________ estava bonita Substitua agora 'sua própria casa' no espaço. Ficaria com sentido então foi adequado o uso da crase, mas perceba que se tirar o artigo A ficaria : Sua própria casa estava bonita. Então a crase é facultativa.
  • Casos facultativos:

    - depois da palavra "até": dirija-se até à (a) porta.

    - nomes próprios femininos: escrevi à (a) Lúcia.

    - pronomes possessivos femininos: referiu-se à (a) minha viagem.

    Gab: A

  • Quando é pronome adjetivo -> Facultativa

    Quando é pronome substantivo -> Obrigatória

  • GABARITO: LETRA A

    ☸É facultativo o uso da Crase:

    ☉Diante de pronome possessivo.

    ↪Ex: Assistirei à sua apresentação.

           Assistirei a sua apresentação.

                                           

    ☉Diante de nomes próprios de pessoas do sexo feminino, quando não se costuma usar artigo não ocorre crase.

    ↪Ex: Esse vestido é de Maria.

          Entregue-o a Maria.

    - Quando há intimidade entre as pessoas e costuma-se usar artigo, há crase.

    ↪Ex: Esse vestido é da Maria.

          Entregue-o à Maria.

    ⇛ MEU RESUMO DO LIVRO: GRAMÁTICA - ERNANI & FLORIANA.

  • Para responder a esta questão, exige-se conhecimento em crase. Vejamos o conceito de crase:

    Crase é a fusão de A + A, sendo que o primeiro é sempre a preposição, o segundo pode ser artigo definido "a" ou pronome "aquela, aquele, aquilo..."

    Após vermos o conceito, iremos assinalar a assertiva que possui a obrigatoriedade ou não do emprego de crase corretamente. Analisemos:

    Em “... quando chega à sua própria casa e vai abrir a porta.”

    O verbo "chegar" é de locomoção, isto é, indica movimento. Dessa forma, exige a preposição A, por sua vez, o pronome possessivo feminino "sua" aceita o artigo A de forma facultativa. Assim, pode ser feita a união entre vogais idênticas (A + A= À) ou empregar somente a preposição A.

    Portanto, o emprego da crase é facultativo

    Gabarito: A