"Gramsci (2001) afirma existir diferença entre “educação” e “instrução”. Contudo, afirma que esta distinção foi exageradamente colocada pela proposta pedagógica idealista e que não se pode dizer que a instrução também não seja educação: “Para que a instrução não fosse igualmente educação, seria preciso que o discente fosse uma mera passividade, um ‘recipiente mecânico’ de noções abstratas, o que é absurdo, além de ser ‘abstratamente’ negado pelos defensores da pura educatividade precisamente contra a mera instrução mecanicista.” (GRAMSCI, 2001, p. 44). Gramsci (2001) afirma que a falta de unidade entre instrução e educação e, portanto, entre escola e vida só pode ser resolvida a partir do trabalho docente. A função do professor, enquanto indivíduo consciente das diferenças naturais entre o tipo de sociedade e de cultura do educando e de si mesmo, deve ser a de formar o educando sob o cenário de luta entre o tipo superior e o tipo inferior. (GRAMSCI, 2001). Parece-nos que este conceito, se não tratado com o devido cuidado, pode nos levar à um ensino sob princípios ideológicos calcados em interesses hegemônicos de classe, representados pelo docente, caso não se tratar de um profissional devidamente politizado e comprometido com os interesses das classes subalternas."
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/30/art17_30.pdf