Carlos,
Estas questões de empréstimos da FCC geralmente estão mais pra matemática financeira que pra contabilidade.
A primeira coisa que temos que entender é que o valor de empréstimo a ser considerado não é de R$ 10.000.000,00, pois a empresa, no ato, incorreu em custos de transação de R$ 750.000,00. Então, o valor efetivo do empréstimo é de R$ 9.250.000,00.
Os juros do mês serão o custo efetivo da operação pelo saldo devedor: 1,57% * R$ 9.250.000,00 = R$ 145.225,00. Este é o valor da despesa financeira que aparecerá no balanço.
O saldo devedor do mês seguinte será: saldo devedor anterior + juros - parcela efetivamente paga (amortização). Como nada foi pago neste mês, teremos que o saldo devedor que aparecerá no balanço será: R$ 9.250.000,00 + R$ 145.225,00 = R$ 9.395.225,00.
[letra A]
Espero que ajude, bons estudos, Elton.
Excelentes as resoluções dos colegas! obrigada.
Só para treinar as contabilizações:
Na data do empréstimo:
D - Caixa ou Bancos - 9.250.000
D - Custos de Transação a Amortizar - 750.000 (redutora de Passivo)
C - Empréstimos - 10.000.000 (Passivo)
Em 31/12/2013: pela apropriação dos encargos financeiros (juros + amortização de custos de transação):
D - Encargos Financeiros (DRE) - 145.225
(--Juros (despesas financeiras) -1,3% sobre 10.000.000 = $130.000)
(---Amortização de custos - $ 15.225 -> chega por subtração: 145.225 (1,57% sobre 9.250.000) MENOS 130.000
C - Empréstimos - 130.000
C - Custos de Transação a Amortizar - 15.225
Pelo pagamento da 1ª parcela - em 01/06/2014:
D - Empréstimos
C - Caixa ...........R$ 805.793,71
Fonte: Contabilidade Avançada - Ferreira, Ricardo J., 7ª edição, RJ, 2014.
CPC 08 - NBC TG 08 – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos
Observação (quem discordar, por favor, corrija):
1 – O efeito na DRE (apropriação de juros e amortização dos custos de transação) não se iguala com a o valor da parcela paga, porque na parcela só se leva em conta os juros nominais (1,3%) e na DRE estão os juros efetivos (1,57%); (também porque a apropriação na DRE é mensal e o pagamento da parcela é semestral, mas, se fizer as contas da apropriação para seis meses, assim mesmo não irá igualar o valor da parcela).
2 – Neste caso não usou a conta Juros a Transcorrer (redutora de Passivo).
No Balanço, usa-se a conta Juros a Transcorrer nos seguintes casos (pelo menos):
no caso de financiamentos de compras de ativos (de maquina, equipamentos, etc.) e
no caso de desconto de duplicatas
nos dois casos acima vc já evidencia no passivo o valor total da divida (Valor Nominal), com a redutora no valor dos juros, ficando assim indicado, pela subtração, o valor líquido (sem os juros). Conforme vai apropriando os juros, diminui o valor da conta redutora e o valor da dívida vai se aproximando do valor final de pagamento.
no caso de empréstimos, vc evidencia no passivo apenas o Valor Principal (valor presente); o valor dos juros será acrescido mês a mês, direto na contrapartida de despesas, conforme a apropriação; na data do pagamento da dívida, a dívida já terá somado todos os juros e estará computada no passivo pelo valor total a ser pago.
Gabarito “A”
Empréstimo BP¹ = (Empréstimo – Custos de transação) * (1 + Taxa efetiva) ^ n
Empréstimo BP¹ = (10.000.000 – 750.000) * (1+0,0157)
Empréstimo BP¹ = 9.250.000,00 * 1,0157 = 9.395.225,00¹
Portanto, o empréstimo obtido apresentado no balanço patrimonial de 31/12/2013 é 9.395.225,00.
Encargos = 9.395.225,00¹ - 9.250.000,00 = 145.225,00
Dica: O encargo do mês de Dezembro também pode ser encontrado pela seguinte fórmula:
Encargo = Valor do empréstimo¹ * taxa efetiva
Encargo = 9.395.225,00 * 0,0157 = 145.225,00.
Por: Fernando de Sousa Leal
Meu grupo de estudo de Contabilidade Geral
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