SóProvas


ID
1740616
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TJ-MG
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.

                            Magistrado faz sentença em linguagem coloquial para combater “juridiquês”

               Ao decidir que uma das partes deveria indenizar a outra, João Batista Danda disse que o valor a ser
                                                      pago não pode ser “tão pesado que vire um inferno”.

O mundo das leis não precisa ser um universo indecifrável. Para provar isso, um magistrado gaúcho redigiu uma sentença trocando o tom pomposo do Direito pela linguagem do dia a dia. O resultado foi um texto de fácil compreensão e uma repercussão maior do que ele imaginava: virou notícia no meio jurídico — e fora dele.
A ideia surgiu quando João Batista de Matos Danda, então juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, viu‐se completamente perdido em uma conversa com a filha. Por mensagem, a jovem contava sobre um novo emprego, na área do marketing.

— Ela escreveu expressões como “startup”, “incubada”, “transmídia”, “DNA de marca”. Aí, eu perguntei: “minha filha, o que tu estás falando exatamente? Traduz, por favor” — conta Danda, ainda achando graça do papo que não lhe fez sentido.

Ao se dar conta de que a linguagem técnica acaba restringindo o entendimento a poucos, geralmente aqueles que trabalham na mesma área, o juiz, então, se propôs ser mais claro em suas decisões — desafio que levou com certo exagero em abril passado, quando foi relator no processo em que o pedreiro Lucas de Oliveira pedia vínculo de emprego e indenização por danos morais, após sofrer acidente em uma obra particular, de propriedade de Itamar Carboni.

Danda foi direto na explicação do rolo. “Três meses depois de iniciada a obra, o pedreiro caiu da sacada, um pouco por falta de sorte, outro pouco por falta de cuidado, porque ele não tinha e não usava equipamento de proteção. Ele, Itamar, ficou com pena e acabou pagando até o serviço que o operário ainda não tinha terminado”, disse o juiz na sentença.

Lá pelas tantas do acórdão, ao falar do processo de revisão da sentença, o magistrado soltou essa: “para julgar de novo, vou ler as declarações de todos mais uma vez e olhar os documentos. Pode ser que me convença do contrário.
Mas pode ser que não. Vamos ver”.

É um texto tão coloquial que parece não ter nada de mais, certo? Errado. O próprio juiz conta como normalmente essa ideia seria escrita, em um processo “normal”:
— Inconformado com a sentença, que julgou improcedente a ação, recorre o reclamante buscando sua reforma quanto ao vínculo de emprego e indenização por acidente de trabalho. Com contrarrazões sobem os autos a este tribunal. É o relatório. Passo a decidir.
Na decisão, Danda defendeu que não havia vínculo de emprego na situação, mas que isso não impedia o trabalhador de receber indenização por danos morais. A reparação, segundo o juiz, “serve para amenizar um pouco o sofrimento de Lucas, mas também serve para Itamar lembrar que tem obrigação de cuidar da segurança daqueles que trabalham na sua casa, mesmo quando não são empregados”.

(Bruna Scirea. Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/06/magistrado‐faz‐sentenca‐em‐linguagem‐coloquial‐paracombater‐juridiques‐4774852.html. Acesso em: 10/2015.)

“O sentido de temporalidade expresso no discurso refere‐se a uma ocasião arbitrária, reconhecível pelos interlocutores relativamente a um ponto de referência instituído no próprio discurso.” O expresso anteriormente pode ser exemplificado através do destacado em:

Alternativas
Comentários
  • nossa..rsrs

    Acertei porque interpretei que o examinador queria apenas saber qual o termo grifado que significa uma consequência do que já se falou antes...

    O texto de referência fala em simplificar e lá vem o examinador complicando....afff

  • “Ao se dar conta"................., então,.....

    Quer dizer naquele momento ou instante. Aí está a temporalidade, certo?
    Ao + Verbo no infinitivo, indica ideia de tempo = Quando
  • Nem entendi o comando da questão.

    Ter que adivinhar o que  examinador quer é fod... oh banquinha arbitrária.

  • ... o juiz, então, ... - Entendo que o significado de "então" neste caso é o de "naquele momento", "naquela ocasião", uma ocasião "arbitrária". 

    Percebam o enunciado da questão: "O sentido de temporalidade expresso no discurso refere‐se a uma ocasião arbitrária..."

    O "então" é o ponto de referência instituído no discurso. Não é determinado. Refere-se a um momento incerto, arbitrário. "Então" quando?

  • Li, reli e ainda não entendi. :s

  • Matei assim:

     

    Temporalidade - Então

    ocasião  Arbitrária - propôs

    no próprio discurso  - em suas decisões

     

     

    Se não for isso, foi sorte!

  • Por que não seria a letra "a", uma vez que o termo sublinhado é dia a dia

  • gabarito C

    A ideia surgiu quando João Batista de Matos Danda, então juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região. (quando ainda era juiz)

    Ao se dar conta de que a linguagem técnica acaba restringindo o entendimento a poucos, geralmente aqueles que trabalham na mesma área, o juiz, então, se propôs ser mais claro em suas decisões (naquele momento)

     

  • A resposta não seria a letra A porque a referência da temporalidade está no momento em que o juiz entendeu a necessidade de ser mais claro em suas decisões.

  • Gabarito: c

     

    "Então" passa a idéia de temporalidade.

  • Senhor das questões incompreensíveis! Auxiliai-nos! Amém. Essa banca me enlouquece, gente.

    Enunciado: O sentido de temporalidade expresso no discurso (...)
    a) INCORRETA. Grifou-se a expressão dia a dia , mas isso não indica a temporalidade como é solicitado no encunciado.

    b) INCORRETA. Grifou-se "completamente" que é um advérbio que relaciona com o verbo "perdido". Poderíamos substituir por outras expressões como: bastante, profundamente, demasiadamente, enfim.

    c) CORRETA. "Ao se dar conta" (...), "então" são duas expressões que, quando juntas, conseguem expressar a TEMPORALIDADE solicitada pelo enunciado dessa banca do umbral. Podemos substituir por: Quando ele se deu conta, se propôs (...)

    d) INCORRETA. "um pouco" é um adjunto adverbial que se relaciona com amenizar. Nesse aspecto, não corresponde a temporalidade, mas sim à maneira de caracterizar a quantidade que seria amenizada.

  • "Ao se dar conta" --> momento reconhecível por um dos interlocutores..

    Então, estaria com valor de a partir daquele momento.. Inferi uma situação temporal..

    Bom, consegui interpretar desta forma

  • .......uma ocasião arbitrária(a linguagem técnica acaba restringindo o entendimento a poucos, geralmente aos que trabalham na mesma área). Noção de temporaliedade ....então,...........

  • O destacado aí tanto pode ser o período entre aspas quanto o termo sublinhado. Na hora da prova, como saber se é um ou se é outro?

    E eu achava que a FGV era a pior das piores.

  • Reposta C

     

    “Ao se dar conta de que a linguagem técnica acaba restringindo o entendimento a poucos, geralmente aqueles que trabalham na mesma área, o juiz, então, se propôs ser mais claro em suas decisões [...]” (4º§)

     

    *É só observar onde há sentido de temporalidade. O "então" está no sentido de: No momento em que o juiz se deu conta que a linguagem técnica acaba restringindo o entendimento a poucos, ENTÃO, se propôs a ser mas claro em suas decisões.

  • Apesar de ter sido bem sucedida na questão, deveras hermética!

  • “Ao se dar conta de que a linguagem técnica acaba restringindo o entendimento a poucos, geralmente aqueles que trabalham na mesma área, o juiz, então, se propôs ser mais claro em suas decisões [...]” (4º§)

    O expresso anteriormente pode ser exemplificado através..

    Transcrevendo, O juiz se propôs ser mais claro em suas decisões quando? Ao se dar conta de que... o "então" retoma o que foi expresso anteriormente.

  • Galerinha. A questão não é tão difícil quanto parece, mas é preciso dar uma boa viajada para chegar ao gabarito.

     

    Obs: Apesar de eu ter acertado a questão, achei de uma puta maldade do examinador além de ser uma questão anulável.

     

    Vamos lá, primeiro temos que entender que o examinador quer a passagem que dá uma ideia de ação temporal, que ocorre em um determinado momento. ok?

     

    a) Errada. Aqui temos uma ideia de finalidade. Com a finalidade de provar algo, o Juiz fez alguma coisa...

     

    b) Erada. Nessa passagem temos a ideia de modo, confirmada pelo adverbio "completamente". De que MODO ele se viu? Completamente perdido...

     

    c) Gabarito. Perceba a sutileza da interpretação... Quando o juiz se deu conta(...), então, ele propôs...Olha aqui a ideia de tempo que acontece em um determinado momento. Só quando ele se deu conta que ele propôs...

     

    d) Errada. Traz uma ideia de intensidade..

  • Definitivamente o português da Consulplan é grego...pelo menos pra mim!

  • Patricia Lucena, acredito que tenho as mesmas dificuldades. Mas veja pelo lado legal: além do texto, interpretamos o enunciado! É um duplo desafio que nos deixará mais competitivas kkkk...Don´t give up! 

    Boa sorte na sua prova. 

  • Significado de então:

    advérbio

    1.nesse ou naquele tempo ou momento

    2.nesse caso

    3.em vista disso

    Fonte: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/ent%C3%A3o

  • Verdade Brenda Fleury! kkkk Temos sempre que ver o lado bom das coisas. Boa prova pra vc tb! Bjs.

  • O que é então: Advérbio que indica nesse ou naquele tempo.

  • Para quem não entendeu:

    Expressão que tem sentido de tempo no período:

    LETRA C

    1° - Vamos colocar em ordem :

    O juiz, então, se propôs ser mais claro em suas decisões ao se dar conta de que a linguagem técnica acaba restringindo o entendimento a poucos, geralmente aqueles que trabalham na mesma área.( SUBSTITUA O ENTÃO POR NAQUE MOMENTO - expressão qualquer com sentido temporal)

    Perceba que esse termo realmente tem um sentido  temporal.

    #FÉFORÇAFOCO

     

     

  • Pessoal,interpretação de textos torna-se mais clara e objetiva quando a gente fragmenta o texto e pegamos palavras chaves.Especialmente em textos dificeis assim.A Consulplan tem mania de rebuscar demais a escrita dela,então é só a gente não se importar com o ego do examinador e sermos objetivos.

    Vejam só:

    O enunciado tem duas palavras chaves cruciais para para a questão : TEMPORALIDADE (ou seja,tempo) e PONTO DE REFERENCIA.

     

    “O sentido de temporalidade expresso no discurso refere‐se a uma ocasião arbitrária, reconhecível pelos interlocutores relativamente a um ponto de referência instituído no próprio discurso.” O expresso anteriormente pode ser exemplificado através do destacado em:

     

    c) “Ao se dar conta de que a linguagem técnica acaba restringindo o entendimento a poucos, geralmente aqueles que trabalham na mesma área, o juiz, então, se propôs ser mais claro em suas decisões [...]” (4º§)

     

    A TEMPORALIDADE encontramos no ENTÃO que significa naquele momento ou seja,dá ideia de tempo.

     

    O PONTO DE REFERENCIA pode ser exemplificado em "ao se dar conta" ou seja partiu de um pressuposto,de um ponto de partida.Foi quando?Foi ontem? Foi mês passado? Não! Foi ao se dar conta. E o então tbm dá essa ideia de ponto de referencia pois foi a partir de "então",daquele momento.

     

    Repetição,repetição,repetição! Treino,treino,treino! Conseguiremos!

    Consulplan vai chorar! hehehehe

    Força,guerreiros!