SóProvas


ID
1740619
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TJ-MG
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.

                            Magistrado faz sentença em linguagem coloquial para combater “juridiquês”

               Ao decidir que uma das partes deveria indenizar a outra, João Batista Danda disse que o valor a ser
                                                      pago não pode ser “tão pesado que vire um inferno”.

O mundo das leis não precisa ser um universo indecifrável. Para provar isso, um magistrado gaúcho redigiu uma sentença trocando o tom pomposo do Direito pela linguagem do dia a dia. O resultado foi um texto de fácil compreensão e uma repercussão maior do que ele imaginava: virou notícia no meio jurídico — e fora dele.
A ideia surgiu quando João Batista de Matos Danda, então juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, viu‐se completamente perdido em uma conversa com a filha. Por mensagem, a jovem contava sobre um novo emprego, na área do marketing.

— Ela escreveu expressões como “startup”, “incubada”, “transmídia”, “DNA de marca”. Aí, eu perguntei: “minha filha, o que tu estás falando exatamente? Traduz, por favor” — conta Danda, ainda achando graça do papo que não lhe fez sentido.

Ao se dar conta de que a linguagem técnica acaba restringindo o entendimento a poucos, geralmente aqueles que trabalham na mesma área, o juiz, então, se propôs ser mais claro em suas decisões — desafio que levou com certo exagero em abril passado, quando foi relator no processo em que o pedreiro Lucas de Oliveira pedia vínculo de emprego e indenização por danos morais, após sofrer acidente em uma obra particular, de propriedade de Itamar Carboni.

Danda foi direto na explicação do rolo. “Três meses depois de iniciada a obra, o pedreiro caiu da sacada, um pouco por falta de sorte, outro pouco por falta de cuidado, porque ele não tinha e não usava equipamento de proteção. Ele, Itamar, ficou com pena e acabou pagando até o serviço que o operário ainda não tinha terminado”, disse o juiz na sentença.

Lá pelas tantas do acórdão, ao falar do processo de revisão da sentença, o magistrado soltou essa: “para julgar de novo, vou ler as declarações de todos mais uma vez e olhar os documentos. Pode ser que me convença do contrário.
Mas pode ser que não. Vamos ver”.

É um texto tão coloquial que parece não ter nada de mais, certo? Errado. O próprio juiz conta como normalmente essa ideia seria escrita, em um processo “normal”:
— Inconformado com a sentença, que julgou improcedente a ação, recorre o reclamante buscando sua reforma quanto ao vínculo de emprego e indenização por acidente de trabalho. Com contrarrazões sobem os autos a este tribunal. É o relatório. Passo a decidir.
Na decisão, Danda defendeu que não havia vínculo de emprego na situação, mas que isso não impedia o trabalhador de receber indenização por danos morais. A reparação, segundo o juiz, “serve para amenizar um pouco o sofrimento de Lucas, mas também serve para Itamar lembrar que tem obrigação de cuidar da segurança daqueles que trabalham na sua casa, mesmo quando não são empregados”.

(Bruna Scirea. Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/06/magistrado‐faz‐sentenca‐em‐linguagem‐coloquial‐paracombater‐juridiques‐4774852.html. Acesso em: 10/2015.)

“Três meses depois de iniciada a obra, o pedreiro caiu da sacada, um pouco por falta de sorte, outro pouco por falta de cuidado, porque ele não tinha e não usava equipamento de proteção. Ele, Itamar, ficou com pena e acabou pagando até o serviço que o operário ainda não tinha terminado.” (5º§) O uso do termo em destaque no trecho anterior tem por finalidade:

Alternativas
Comentários
  • Gab. B




    São duas as regras que uso pra distinguir um porque causal do porque explicativo.



    1ª. Todo porque explicativo pode ser substituído pela palavra [que]: (em regra, o PORQUE explicativo vem antecedido por vírgula, mas a prova dos "9 fora" será substituir pelo QUE).


    ●Não demore, porque (que) o filme já vai começar.


    ●Entre, porque (que) está muito frio.


    ●Não quero mais comer, porque (que) estou satisfeito.



    Não sendo possível a substituição temos o porquê causal:


    ●Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.


    ●Os balões sobem porque são mais leves que o ar.


    ●Ela não veio porque está doente.


    Obs: perceba que fazendo a substituição do porque pelo que, a oração não tem uma certa lógica ou fica ambígua.



    2ª. A diferença está no verbo: se este estiver no imperativo, a conjunção será coordenativa explicativa:


    Fecha a janela, porque faz frio.


    ●Não corraporque o chão está molhado.



    Obs: Na assertiva em apreço, quando fazemos a substituição do porque pelo que (1ª regra), ainda não dá pra diferenciar totalmente, mas quando procuramos algum verbo no imperativo para caracterizá-la como explicativa, dai não encontramos fundamento. Dessa forma, de fato, temos uma oração Subordinada Adverbial Causal.




                                            "Um ao outro ajudou, e ao seu irmão disse: Esforça-te" - Is. 41:6

  • Boa explicação!

    Valeu!

  • Excelente explicação, obrigada :)

  • Elvis, ótima explicação! Obrigada

  • Pessoal para diferença do porque causal e explicativo. .Segundo um professor esqueci o nome dele rsrs..diz :

    Na frase escrita, vc irá observar se o fato ja aconteceu ou irá acontecer: Se o fato ja tiver se concretizado será porque causal e se não for concretizado sera explicativo.  Ex:Três meses depois de iniciada a obra, o pedreiro caiu da sacada, um pouco por falta de sorte, outro pouco por falta de cuidado, porque ele não tinha e não usava equipamento de proteção.  Observe q ja aconteceu o fato, o pedreiro caiu, logo será porque causal..

  • consequência: caiu da escada

    por quê causa? não tinha nem usava equipamento de proteção 

    obs1: o período já começa com oração adverbial.

    obs2: a explicativa é sempre coordenada, ou seja, não depende das outras orações para ter sentido completo. NA QUESTÃO SÓ PODE SER ORAÇÃO SUBORDINADA (NO CASO CAUSAL) PQ FICA IMPOSSIVEL SEPARAR AS ORAÇÕES E TER SENTIDO, LOGO TEMOS SUBORDINAÇÃO.

  • Mas então todo pedreiro que não usar equipamento de proteção vai cair da sacada??

    Ele não usava equipamento por falta de sorte/ cuidado! 

    Não é?

     

  •  

    “Três meses depois de iniciada a obra, o pedreiro caiu da sacada, um pouco por falta de sorte, outro pouco por falta de cuidado, porque ele não tinha e não usava equipamento de proteção. Ele, Itamar, ficou com pena e acabou pagando até o serviço que o operário ainda não tinha terminado.”

    O período que interessa: O pedreiro caiu da sacada, um pouco por falta de sorte, outro pouco por falta de cuidado, porque ele não tinha e não usava equipamento de proteção.

    O pedreiro caiu da sacada (ação no passado), porque ele não tinha e não usava equipamento de proteção (causa que ele caiu).

    ", um pouco por falta de sorte, outro pouco por falta de cuidado," Aposto.

  • Gabarito: b

    O pedreiro caiu da escada POR CAUSA da falta de equipamento de proteção.

  • Distinguir um PORQUE CASUAL do PORQUE EXPLICATIVO 

    1ª. Todo porque explicativo pode ser substituído pela palavra [que]: (em regra, o PORQUE explicativo vem antecedido por vírgula, mas a prova dos "9 fora" será substituir pelo QUE).

     

    ●Entre, porque (que) está muito frio.

     

    ●Não demore, porque (que) o filme já vai começar.

     

    Não sendo possível a substituição temos o porquê causal:

     

    ●Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.

     

    ●Os balões sobem porque são mais leves que o ar.

     

    ●Ela não veio porque está doente.

     

    Obs: perceba que fazendo a substituição do porque pelo que, a oração não tem uma certa lógica ou fica ambígua.

     

     

    2ª. A diferença está no verbo: se este estiver no imperativo, a conjunção será coordenativa explicativa:

     

    Fecha a janela, porque faz frio.

     

    ●Não corraporque o chão está molhado.

     

    ●Entre, porque (que) está muito frio.

     

    ●Não quero mais comer, porque (que) estou satisfeito.

     

    SÓ COPIANDO O QUE MEU COLEGA ELVIS DISSE ...

  • Porque causal  x Porque explicativo

    Faça a seguinte pergunta:

    O fato expresso pelo verbo da frase que não tem o porque  ocorreu antes ou depois do verbo expresso junto com o porque?

    1. Se sim: Causal

    O Zeca deu a ordem porque é chefe.

    Pergunta: Antes de dar a ordem, o Zeca era chefe?

    Sim = SUBORDINADA ADVERBIAL CAUSAL

    2. Se não: Explicativa

    Choveu porque as ruas estão molhadas

    Pergunta: Antes de chover, as ruas estavam molhadas?

    Se não: COORDENATIVA EXPLICATIVA

     

    Na questão:

    O pedreiro caiu da sacada porque ele não usava o equipamento de proteção

    Pergunta: Antes de cair o pedreiro não usava o equipamento de proteção?

    SIM = CAUSAL

     

     

     

  • Uma dica para diferenciar a oração causal da explicativa (professora Geneide do EVP)

    Causal =  (troca a conjunção por POR + VERBO NO INFINITIVO)

    Com o exemplo da questão:

    ... o pedreiro caiu da sacada, (....) , porque ele não tinha e não usava equipamento de proteção. (por não usar)

    Com os exemplos do colega Elvis:

    Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.

                                             por                 dispor

    Os balões sobem porque são mais leves que o ar.

                                       por     ser

    Ela não veio porque está doente.

                            por      estar

  • Quebrando a banca: Quando há 2 alternativas opostas, o mais provável é que uma delas seja a resposta. Letra A causa e Letra B explicação. Os conectivos usados para causa e explicação são idênticos, como o caso do porque, isso muitas vezes as relações de causa e explicação se confundem. No explicação não existe a relação CAUSA x EFEITO

    Não cheguei atrasado, porquanto  não queria ser demitido CAUSAL

                             por não querer

    Ela está de biquíni porque vai à praia EXPLICATIVO

     Vejam que no último caso não há relação CAUSA x EFEITO. Se ela está usando biquíni (com acento), não significa que vai à praia(e não na praia), ela pode ir à piscina ou à cachoeira, ou mesmo pegar um sol na laje (com J).

    Comentar as questões ajuda fixar a memória. No mais, bons estudos

     

     

     

     

     

     

  • Resposta B

    Efeito - Causa: porque, que, como, pois que, uma vez que, visto que, porquanto, já que, etc.

  • Causais 

    Introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc. 

    Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. 


    Explicativas

    Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. As conjunções que merecem destaque são: que, porque pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem as orações coordenadas sindéticas explicativas.

    Vou embora, que cansei de esperá-lo.
    Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro.
    Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.

     

    Atenção:

    Cuidado para não confundir as orações coordenadas explicativas com  as subordinadas adverbiais causais. Observe a diferença entre elas:

    - Orações Coordenadas Explicativas: caracterizam-se por fornecer um motivo, explicando a oração anterior. 

    A criança devia estar doente, porque chorava muito. (O choro da criança não poderia ser a causa de sua doença.)

     

    - Orações Subordinadas Adverbiais Causais: exprimem a causa do fato. 

    Henrique está triste porque perdeu seu emprego. (A perda do emprego é a causa da tristeza de Henrique.)

     

    Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.

     

     

  • O pedreiro caiu da sacada (ação no passado), porque ele não tinha e não usava equipamento de proteção (causa que ele caiu).

    "um pouco por falta de sorte, outro pouco por falta de cuidado" Aposto.

  • Excelente, Elvis! Parabéns!! =)

  • Fato consumado: PORQUE = CAUSA
    Fato não consumado: PORQUE = EXPLICATIVO

  • Caiu da escada por causa que ele não tinha e não usava equipamento de proteção

  • Pessoal diferença entre CAUSA e EXPLICAÇÃO é o fato de já ter acontecido ou não ter acontecido.

    Nesse caso o pedreiro caiu porque caiu da sacada.Ou seja,ele já caiu.

    Se ele ainda não tivesse caido,seria explicação,poderia trocar por "pois" também.

    Força pra nós!

  • o porque em questão é CAUSAL. Dica: causal está relacionado a fato / explicativo está relacionado à opinião. Na dúvida, substitua o porque por como, coloca-se a frase no início do período. Se der sentido, é causal. Como ele não tinha e não usava equipamento de proteção, três meses depois de iniciada a obra, o pedreiro caiu da sacada.... Resposta B