SóProvas


ID
1740622
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TJ-MG
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.

                            Magistrado faz sentença em linguagem coloquial para combater “juridiquês”

               Ao decidir que uma das partes deveria indenizar a outra, João Batista Danda disse que o valor a ser
                                                      pago não pode ser “tão pesado que vire um inferno”.

O mundo das leis não precisa ser um universo indecifrável. Para provar isso, um magistrado gaúcho redigiu uma sentença trocando o tom pomposo do Direito pela linguagem do dia a dia. O resultado foi um texto de fácil compreensão e uma repercussão maior do que ele imaginava: virou notícia no meio jurídico — e fora dele.
A ideia surgiu quando João Batista de Matos Danda, então juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, viu‐se completamente perdido em uma conversa com a filha. Por mensagem, a jovem contava sobre um novo emprego, na área do marketing.

— Ela escreveu expressões como “startup”, “incubada”, “transmídia”, “DNA de marca”. Aí, eu perguntei: “minha filha, o que tu estás falando exatamente? Traduz, por favor” — conta Danda, ainda achando graça do papo que não lhe fez sentido.

Ao se dar conta de que a linguagem técnica acaba restringindo o entendimento a poucos, geralmente aqueles que trabalham na mesma área, o juiz, então, se propôs ser mais claro em suas decisões — desafio que levou com certo exagero em abril passado, quando foi relator no processo em que o pedreiro Lucas de Oliveira pedia vínculo de emprego e indenização por danos morais, após sofrer acidente em uma obra particular, de propriedade de Itamar Carboni.

Danda foi direto na explicação do rolo. “Três meses depois de iniciada a obra, o pedreiro caiu da sacada, um pouco por falta de sorte, outro pouco por falta de cuidado, porque ele não tinha e não usava equipamento de proteção. Ele, Itamar, ficou com pena e acabou pagando até o serviço que o operário ainda não tinha terminado”, disse o juiz na sentença.

Lá pelas tantas do acórdão, ao falar do processo de revisão da sentença, o magistrado soltou essa: “para julgar de novo, vou ler as declarações de todos mais uma vez e olhar os documentos. Pode ser que me convença do contrário.
Mas pode ser que não. Vamos ver”.

É um texto tão coloquial que parece não ter nada de mais, certo? Errado. O próprio juiz conta como normalmente essa ideia seria escrita, em um processo “normal”:
— Inconformado com a sentença, que julgou improcedente a ação, recorre o reclamante buscando sua reforma quanto ao vínculo de emprego e indenização por acidente de trabalho. Com contrarrazões sobem os autos a este tribunal. É o relatório. Passo a decidir.
Na decisão, Danda defendeu que não havia vínculo de emprego na situação, mas que isso não impedia o trabalhador de receber indenização por danos morais. A reparação, segundo o juiz, “serve para amenizar um pouco o sofrimento de Lucas, mas também serve para Itamar lembrar que tem obrigação de cuidar da segurança daqueles que trabalham na sua casa, mesmo quando não são empregados”.

(Bruna Scirea. Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/06/magistrado‐faz‐sentenca‐em‐linguagem‐coloquial‐paracombater‐juridiques‐4774852.html. Acesso em: 10/2015.)

A reescrita do segmento “Na decisão, Danda defendeu que não havia vínculo de emprego na situação, mas que isso não impedia o trabalhador de receber indenização por danos morais”. (9º§) cuja correção linguística encontra‐se preservada pode ser identificada em (desconsidere possíveis alterações de sentido):

Alternativas
Comentários
  • Na "b" não falta uma vírgula após o primeiro "que" para ficar correto?

  • Qual o erro da D?


  • Comentários de um professor de português amigo meu:
    "Na D tem um erro de pontuação grave. Deveria ser um ; antes de por conseguinte

    Na B , em tese, deveria ser ESTARIA

    Mas a correlação, digamos, menos grave é a B mesmo

    Mas eu entraria com recurso"

  • D) não é pq haver no sentido de existir é invariável?

  • PEÇO POR GENTILEZA QUE OS COMPANHEIOROS DE JORNADA TAMBEM

    FAÇAM E COMENTEM AS PROVAS DA COPEVE-UFAL, POIS NOS

    ENRIQUECEM! ABRAÇOS FRATERNOS !

  • Acredito que a letra D deveria ter a seguinte redação: "Na decisão, Danda defendeu que não havia vínculo de emprego na situação, por conseguinte, isso não impediria o trabalhador de receber indenização por danos morais.

  • Erros que encontrei.

     a) Na decisão, Danda defendeu que ainda que não HOUVESSE vínculo de emprego na situação, o trabalhador poderia receber indenização por danos morais.

     b) Na decisão, Danda defendia que mesmo não havendo vínculo de emprego na situação, o trabalhador não estava impedido de receber indenização por danos morais. (CORRETA)

     c) Danda defendeu, na decisão, que não HAVIA vínculos de emprego na situação, mas que isso não impedia o trabalhador de receber indenização por danos morais.

     d) Na decisão, Danda defendeu que não havia vínculo de emprego na situação, MAS/POREM... isso não impedia o trabalhador de receber indenização por danos morais.

  • Complementando

    Por conseguinte = por isso

    Ex: A educação é importante para o homem, por conseguinte, deve-se estudar.

    Fonte: Dicionário Informal.

  • A LETRA D ME PEGOU!

    a conjunção POR CONSEGUINTE É CONCLUSIVA, assim não poderia estar na frase pq esta tem sentido de oposição e deveria SER UMA ADVERSATIVA ( MAS, PORÉM, NO ENTANTO....)

  • Na letra b, em "Danda defendia que mesmo não havendo vínculo...", falta uma vírgula entre "que" e "mesmo". Acertei pq era a menos errada.

  • Gabarito: b

     

    Atenção aos tempos verbais: DEFENDIA e ESTAVA - ambos no Pretérito Imperfeito do Indicativo.

  • O erro da letra D) não pode ser apenas a troca de "mas" por "por conseguinte", já que o comando traz a instrução: "(desconsidere possíveis alterações de sentido)". 

  • Dica de Estudo: Tempos e modos verbais e Paralelismo Sintático.

  • Nula. Devia ter vírgula depois de "defendia que". Abraços.

  • A Letra "b" contém um erro grave, apesar de ter sido o gabarito: há uma oração coordenada concessiva intercalada, que deveria estar obrigatoriamente entre virgulas; faltou uma após a conjunção integrante "que".

    Abraços!

  • Nossaaa!! Foi mesmo um professor de português que redigiu a letra B com esse erro medonho de pontuação?!

    Fui ao site da Consulplan conferir o gabarito, mas eles não deixam as provas disponíveis para consulta. Vergonha.

  • Na decisão, Danda defendia que mesmo não havendo vínculo de emprego na situação, o trabalhador não estava impedido de receber indenização por danos morais.

  • DESCORDO DO GABARITO :

    Enunciado "cuja correção linguística encontra‐se preservada pode ser identificada em (desconsidere possíveis alterações de sentido):

    D )Na decisão, Danda defendeu que não havia vínculo de emprego na situação, por conseguinte, isso não impedia o trabalhador de receber indenização por danos morais.

    A troca da conjunção adversativa pela conclusiva provoca alteração de sentido não de correção linguística.

    AFF!

     

  • Não está faltando um par de vírgulas nessa letra B?

  • Parece ser veredito entre nós que falta uma vírgula depois do "que". Mas vem cá, se esse "que" pode ser substituido por "isso", então ele é uma conj. integrante, não? Logo, a oração que ele introduz é uma subordinativa substantiva, portanto não deve vir acompanhada de vírgula.

  • Essa questão deveria ter sido anulada.

    Além do erro na letra B (durante a prova, para todos os efeitos, a falta da vírgula é um erro proposital do examinador), a banca praticamente te induz ao erro em relação à alternativa D, por colocar que você deve se atinar quanto à correção linguística e desconsiderar possíveis alterações de sentido.

  • Adversativa E Concessiva se equivalem, DESDE QUE na alteração dos conectivos (MAS = MESMO QUE), a ênfase continue recaindo na oração que contém a adversativa.

    Bons estudos.