Neste exemplo, em uma sessão de terapia, a paciente diz “sinto que não sou uma boa mãe, pois gritei com meu filho quando ele não estava se comportando bem”. Para questionar a paciente socraticamente, o terapeuta pode escolher uma ou mais das formulações seguintes, a fim de guiá-la na descoberta de evidências que comprovem se esta afirmação é verdadeira ou não: “- “O que é mesmo ser uma boa mãe? Dessas características, enumeradas por você, do que é ser uma boa mãe, quais você possui? ” - “Quem você considera uma boa mãe? Por que [essa pessoa] é considerada uma boa mãe? ” - “O que uma boa mãe faz após ter gritado com o filho e se sentido mal com isso? ” - “O que você acha que estava sentindo antes de gritar com seu filho o que você acha que estava pensando antes de gritar com seu filho? ” - “As habilidades que uma pessoa necessita para ser uma boa mãe já nascem com ela, ou a pessoa pode aprender a ser uma boa mãe? ””..
...é possível observar que o modelo terapêutico cognitivo-comportamental visa primordialmente envolver ativamente o paciente no processo de aprendizagem, de modo que este seja incitado à prática de “pensar sobre o pensamento” e, assim, provocar insights. Desta forma, o paciente inserido nesta abordagem terapêutica é constantemente estimulado a segmentar seu sofrimento psíquico para autoexploração, em consequência de seus aprendizados adquiridos. Assim sendo, a técnica do questionamento socrático apesar de simples e polivalente, abrange inúmeras vantagens nesse processo, compreendendo desde a intensificação da relação terapêutica, estimulação da indagação, maior entendimento das cognições e comportamentos importantes, bem como, a acessão do engajamento ativo do paciente na terapia.
fonte: A relevância da técnica de questionamento socrático na prática Cognitivo-Comportamental
Camila Elidia Messias dos SANTOS e Francisco de Assis MEDEIROS