SóProvas


ID
1760740
Banca
FGV
Órgão
Prefeitura de Niterói - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1 – Mandamentos do consumismo I

   A publicidade cerca-nos de todos os lados - na TV, nas ruas, nas revistas e nos jornais – e força-nos a ser mais consumidores que cidadãos. Hoje, tudo se reduz a uma questão de marketing. Uma empresa de alimentos geneticamente modificados pode comprometer a saúde de milhões de pessoas. Não tem a menor importância, se uma boa máquina publicitária for capaz de tornar a sua marca bem aceita entre os consumidores. Isso vale também para o refrigerante que descalcifica os ossos, corrói os dentes, engorda e cria dependência. Ao bebê-lo, um bando de jovens exultantes sugere que, no líquido borbulhante, encontra-se o elixir da suprema felicidade.

   A sociedade de consumo é religiosa às avessas. Quase não há clipe publicitário que deixe de valorizar um dos sete pecados capitais: soberba, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxúria. Capital significa cabeça. Ensina meu confrade Tomás de Aquino (1225-1274) que são capitais os pecados que nos fazem perder a cabeça e dos quais derivam inúmeros males.

   A soberba faz-se presente na publicidade que exalta o ego, como o feliz proprietário de um carro de linhas arrojadas ou um portador de cartão de crédito que funciona como a chave capaz de abrir todas as portas do desejo. A inveja faz as crianças disputarem qual de suas famílias tem o melhor veículo. A ira caracteriza o nipônico quebrando o televisor por não ter adquirido algo de melhor qualidade. A preguiça está a um passo dessas sandálias que convidam a um passeio de lancha ou abrem as portas da fama com direito a uma confortável casa com piscina. A avareza reina em todas as poupanças e no estímulo aos prêmios de carnês. A gula, nos produtos alimentícios e nas lanchonetes que oferecem muito colesterol em sanduíches piramidais. A luxúria, na associação entre a mercadoria e as fantasias eróticas: a cerveja espumante identificada com mulheres que exibem seus corpos em reduzidos biquínis. (Frei Betto, 08/05/2011)

Segundo o texto 1, a publicidade nos força a ser mais consumidores que cidadãos. Isso equivale a dizer que devemos ser mais:

Alternativas
Comentários
  • Os atributos de consumismo (inconsciência/imprudência) e cidadania (consciência/sensatez) têm a ver com o arbítrio do indivíduo associado à publicidade referida no texto. Por exclusão restarão os itens A e D da questão, cujos conceitos se adequam melhor ao contexto do excerto. O examinador quer testar o candidato acerca do sentido semântico da expressão "devemos ser". Se for interpretada no sentido de "temos de ser", levará o candidato a responder a alternativa D (peguinha). Mas se for interpretada no sentido de "acabamos por ser", levará a resposta ao item A (gabarito), uma vez que a questão pediu a equivalência semântica com os termos "consumidores" e "cidadãos" respectivamente. Portanto certa letra A.

  • Alternativa A - CERTA

    Isso equivale a dizer que devemos [segundo a publicidade] ser mais “inconscientes que conscientes”


    Alternativa B – ERRADA

    isso não vale para a publicidade de modo geral (segundo a ideia que é exposta no texto)


    Alternativa C - ERRADA

    isso não vale para a publicidade de modo geral (segundo a ideia que é exposta no texto)


    Alternativa D – ERRADA

    ideia totalmente oposta a pregada pela publicidade em geral


    Alternativa E – ERRADA

    isso não vale para a publicidade de modo geral (segundo a ideia que é exposta no texto)

  • Gente, só eu que achei que o enunciado nos leva a ter dois tipos diferentes de interpretação? Quem acertou com certeza teve a sorte de ter tido o pensamento da banca, mas eu li como se fosse um conselho. Acho que a grafia correta é:"Isso equivale a dizer que somos:". Massa enfim, eu não tenho que achar nada, né? Rezemos. 

  • Errei a questão por tê-la interpretado mal, marquei a letra D... analisando friamente é realmente o que se pede.

  • Pelo que percebi trata-se de uma questão de compreensão e não de interpretação. Letra A

  • O enunciado é ambiguo. 

  • ate no enunciado eles complicam as coisas

  • Essa questão é ambígua. No dia da prova fiquei na dúvida. Posteriormente fiz a questão e fiquei com a mesma dúvida. O Cateto Jr. explicou bem. Ao meu ver caberia um recurso. Abreize e foco

  • Devemos ser, segundo a publicidade... É isso?


  • eu entendi o contrário. rsrsrs.  eu entendi que se a propaganda nos força ser mais CONSUMIDOR que cidadão...nós deveriamos ser o contrário disso ou seja mais sensatos que imprudentes kkkk .     mas acho que o que a questão queria era o sinônimo para consumidor e cidadão né.

  • Cateto Jr e Isabela Andrade, no momento em que estava fazendo a prova, eu fiquei na dúvida EXATAMENTE neste ponto, se eles queriam as respostas de acordo com o que "temos de ser" ou "acabamos por ser". 
    Tenho inclusive essas dúvidas anotadas aqui no meu caderno de questões.
     Acabei marcando a letra "D", por ter entendido que o enunciado se referia ao "temos de ser". Caí na pegadinha..questão super ambígua mesmo..

  • Entendi que a questão queria um possível sinônimo pra consumidor e cidadão. Sendo o gabarito A, as outras alternativas não cabem, pois ser "econômico" ,"vendedor", "imprudente", "conservador" não se relaciona com ser um "cidadão", ao passo que ser "consciente" sim.

    Gab: A

  • Não se trata de uma questão de interpretação nem de compreensão, mas de advinhação.

  • Eu acabei errando a questão em marcar a resposta (D)  mesmo sabendo que se tratava de um texto de compreensão.

    Segundo o texto...  Tava na cara só que se não tivermos atenção induz a erramos a questão.

    Compreensão é o que o texto diz objetivo direto e se seguirmos o descrever do texto a única questão correta seria (A)

  • Meu Deus a FGV quer que você adivinhe a resposta da questão.

  • Nessa questão a chave primeiro é saber que ele quer algo que EQUIVALE, não o contrário.    Depois fiz a seguinte associação: cidadão = pessoa consciente / consumidor "compulsivo " = pessoa inconsciente.

  • O enunciado da questão induz o candidato a errar se não estiver muito atento: "Isso equivale a dizer que devemos ser mais:"  

  • pontinho da sorte

  • Que banca mais desgraçada... a intenção dela é n se fazer entender pro candidato errar. N tem necessidade disso, acho q é pq ela n tem competência pra fazer uma questão bem elaborada

  • FGV elabora umas questões já sabendo q o camarada vai errar. Ela tem estilo. Sabe Aquele 1% ? é sacanagem!

  • FGV sendo FGV  #bizarro

  • Eles queriam dizer isto (mas não têm competência):

    Segundo o texto 1, a publicidade nos força a ser mais consumidores que cidadãos. Isso equivale a dizer que somos forçados a ser mais:

  • Mas aquele 1% é vagabundo.

  • Com todo o respeito a todos nós que ralamos para tentar um cargo público. Essas questões só ratificam a minha opinião com relação ao funcionalismo público do nosso país. Tão lento e com tanta gente incompetente...

    Na boa, o texto diz A, o trecho do enunciado diz A mas a pergunta diz sobre o que devemos ser, equivalendo ao que a expressão do enunciado disse. Ou seja, mesmo havendo a palavra "equivale", no enunciado, é bem fácil termos senso crítico para distinguir "o que devemos ser" após lermos o texto do Frei. Pelo amor!

    E assim, os sem ou com pouca lógica entram em um concurso para a área pública e fica lá interpretando do avesso tudo o que o povo necessita. Bacana!  

  • Ora pede se compreensão mas na verdade é para você interpretar, ora pede interpretação mas na verrdade é para compreender. Sei que o que digo é mais do mesmo dito por muitos aqui, contudo o mais grave que considero neste tipo de banca é que não se avalia um candidato pelo conhecimento, mas, pela adivinhação, pelo fato dele ter descoberto qual é a artimanha da coisa e isso desconstrói a forma moral do funcionalismo público.

    A FGV passa a ideia de que como não sabem elaborar questões de  difícil raciocínio,  parte para a apelação. 

  • Questão bem fácil!

  • De fato a questão é ambígua. Mas, analisando mais minuciosamente podemos entender o seguinte. Apesar de a opinião do autor ser crítica à publicidade e ao que ela prega, o enunciado não pede segundo o autor e também não pede a interpretação do texto de forma ampla. Ele recorta a primeira frase: "A publicidade (...) força-nos a ser mais consumidores que cidadãos" e quer que seja assinalado ao que isso equivale. Ora, o recorte por si só realmente não leva a nada sobre o que devemos ser como preceito moral ou algo do tipo, embora o texto, no seu todo, vá para esse lado. Acho que, marcando a letra D, cometemos o erro do extrapolamento. Seria diferente se o enunciado se referisse à opinião do autor ou "ao texto", de forma abrangente, mas ele diz "ISSO equivale a dizer". E "a publicidade (...) força-nos a ser mais consumidores que cidadãos" não equivale a dizer que devemos ser mais sensatos que imprudentes, porque isso seria uma reflexão posterior, não está contido na oração.

  • A publicidade cerca-nos de todos os lados - na TV, nas ruas, nas revistas e nos jornais – e força-nos a ser mais consumidores que cidadãos. Hoje, tudo se reduz a uma questão de marketing. Uma empresa de alimentos geneticamente modificados pode comprometer a saúde de milhões de pessoas. Não tem a menor importância, se uma boa máquina publicitária for capaz de tornar a sua marca bem aceita entre os consumidores. Isso vale também para o refrigerante que descalcifica os ossos, corrói os dentes, engorda e cria dependência. Ao bebê-lo, um bando de jovens exultantes sugere que, no líquido borbulhante, encontra-se o elixir da suprema felicidade.

    Que consciência tem uma pessoa que ingere tal bebida? Porém, é exatamente isso que a propapaganda deseja: inconscientizar as pessoas das consequências acima citadas e voltá-las apenas ao prazer estimulante do produto, gerando consumismo e lucro.

    Gabarito letra: A

  • Por cortesia alguém retira a classificação de "figuras de linguagem" . Essa questão é de compreensão textual.

  • Alternativa A 

    A publicidade quer que os consumidores ajam com emoção (inconciente) e não com a razao (conciente) ao comprarem.

     

     

  • Uma banca que preza pela raazoabilidade semântica, pregando uma pessa dessa, logo no enunciado. #oremos

  • O enunciado leva o candidato ao erro. Erraria mil vezes.

  • Questão ambígua! O que a questão quis dizer — por força do gabarito dado como certo — foi exatamente o que o colega @Mulato Sensu comentou (abaixo). Mas o que eu e muitos outros colegas entenderam (e por isto a ambiguidade) foi mais ou menos algo do tipo: Já que a publicidade nos força a ser mais inconscientes do que conscientes, DEVEMOS SER MAIS sensatos que imprudentes, justamente para nos livrarmos dessa inconsciência que a publicidade nos atinge.

    Comentário do @Mulato Sensu:

    "Eles queriam dizer isto (mas não têm competência):

    Segundo o texto 1, a publicidade nos força a ser mais consumidores que cidadãos. Isso equivale a dizer que somos forçados a ser mais:"

  • o enunciado da questão ficou ambíguo.

  • a ambiguidade foi proposital. Tanto que a alternativa D é a única que tem uma qualidade positiva primeiro e depois a negativa

  • "Devemos" tem vários significados: endividamento, proposição, hipótese, etc. A banca quer que interpretemos à luz do contexto.

    Acredito que "devemos ser mais..." não é um imperativo, ou seja, não é uma ordem, tampouco uma prescrição. A forma verbal adequada nesse caso seria "deveríamos", e, sendo assim, a resposta poderia ser "sensatos" ("deveríamos ser mais sensatos"). Este desvio da norma do tempo verbal é empregado validamente na forma coloquial, e a questão, ou o texto em si, não aponta indícios de coloquialidade.

    Além disso, observem que o enunciado pede uma equivalência. O dever de sermos mais sensatos, diversamente, seria uma consequência.

    "devemos", se levarmos em conta a análise semântica (contexto) e o tempo verbal (presente, e não futuro do pretérito), expressa uma inferência da parte para o todo, valendo-se de uma equivalência: "se somos mais consumidores do que cidadãos, logo devemos ser (de uma forma geral - e no presente) mais inconscientes do que conscientes".

  • horrível!

  • no enunciado o certo seria: equivale a dizer que somos, e não devemos ser ... mas FGV é assim mesmo, pior banca de língua portuguesa!!! o português deles é de outro planeta

  • a publicidade nos força a ser mais consumidores que cidadãos. Isso equivale a dizer que devemos ser mais:

    quanto a A:

    inconscientes que conscientes

    -> preferir a inconsciência (do consumidor) à consciência (do cidadão)

  • que rolo em. tendi foi é nada.

  • absurdo.