Duas fortes motivações converteram-se em molas de
composição desta obra:
a) por um lado, o desejo de contar e cantar episódios em torno de uma figura lendária que trazia em si os
atributos do herói, entendido no senso mais lato possível
de um ser entre humano e mítico, que desempenha certos
papéis, vai em busca de um bem essencial, arrosta
perigos, sofre mudanças extraordinárias, enfim vence ou
malogra...;
b) por outro lado, o desejo não menos imperioso de
pensar o povo brasileiro, nossa gente, percorrendo as
trilhas cruzadas ou superpostas da sua existência selvagem,
colonial e moderna, à procura de uma identidade
que, de tão plural que é, beira a surpresa e a indeterminação.
(Alfredo Bosi. Céu, inferno, 2003. Adaptado.)
Tal comentário aplica-se à obra