A história e o exame do estado mental do pa- ciente também constituem os recursos básicos de um diagnóstico e se desenvolvem, como outras interações clínicas, no contexto de uma entrevista (Strauss, 1999). Num modelo psicológico, a história e o exame do paciente permitem a coleta de subsídios introdutórios que vão fundamentar o processo a que chamamos de psicodiagnóstico.
Em muitos casos, a tarefa do psicólogo tam- bém vai se restringir à utilização desses recur- sos, dependendo das condições do paciente e/ ou dos objetivos do exame.
Primeiramente, há pacientes que não são testáveis, dado o grau de comprometimento das funções do ego ou das funções cognitivas, pelo menos em determinadas fases da doen- ça. Por outro lado, deve-se considerar que a maioria das técnicas e testes pressupõe algu- ma forma de comunicação intacta e um míni- mo de condições de seguir instruções e de co- laborar. Sem estarem preservadas essas condi- ções, dificilmente um paciente será encaminha- do a um psicólogo, exceto se este trabalha num contexto hospitalar ou em outros serviços de saúde. Dessa maneira, quanto mais grave o estado do paciente, tanto mais o trabalho do psicólogo se assemelhará ao do psiquiatra. O objetivo de tal avaliação seria descritivo ou de classificação nosológica. Em segundo lugar, ainda dependendo dos objetivos, a tarefa do psicólogo pode se res- tringir à história e ao exame do paciente, sem a administração de testes, se se pretende ape- nas chegar a uma avaliação compreensiva com vistas a uma intervenção terapêutica imedia- ta, ou a um entendimento dinâmico, para a identificação de conflitos e possíveis fatores psicodinâmicos.Como história, pode-se compreender a história pessoal ou anamnese, a história clínica ou história da doença atual e, ainda, a avaliação psicodinâmica, que também explora a perspectiva histórica para entender uma problemática atual dentro de um contexto vital de desenvolvimento.