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ID
1790338
Banca
COMPERVE
Órgão
UFRN
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                O clima definitivamente entrou na pauta global

                                                                                                                    Reinaldo Canto

      Já não era sem tempo e nem por falta de sinais gritantes das mudanças climáticas, cada vez mais intensos e preocupantes. Finalmente, a questão foi reconhecida como uma seríssima ameaça à sobrevivência do ser humano num planeta mais quente e instável.

      As boas notícias começaram no encontro do G-7, o grupo de países mais desenvolvidos do mundo (Alemanha, França, Reino Unido, Itália, EUA, Canadá e Japão) reunidos na Alemanha, que decidiu, pela primeira vez, encarar de frente o desafio de “descarbonizar" a economia. Ou seja, por um fim, mesmo que a longo prazo, ao uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural), que tem sido a base energética da economia mundial ao menos há 200 anos.

      Inicialmente, o acordo dos países ricos prevê a redução entre 40 e 70%, até o ano de 2050, das emissões de gases de efeito estufa; e o comprometimento com aportes de recursos para um fundo de US$ 100 bilhões a serem investidos em tecnologia para a adoção de energias limpas e renováveis nos países pobres, principalmente no continente africano.

      O objetivo mais imediato dos países que compõem o G7 é o de frear o aquecimento do planeta para que não ultrapasse os dois graus centígrados, considerados pelos cientistas um patamar crítico, já que o aumento da temperatura média poderá acarretar mais fenômenos climáticos extremos, extinção acelerada de espécies, além de acarretar o aumento nos níveis dos oceanos, entre outras consequências. Segundo o comunicado emitido pelo G7, a economia mundial deverá estar “descarbonizada" até o ano de 2.100.

      Ainda faltam detalhes sobre como será a execução do plano na prática, mas o anúncio e a importância dada ao tema são inéditos e demonstram claramente a preocupação desses líderes com o futuro do planeta. Isso não é pouca coisa. Muitos entenderam a posição como histórica, por representar o início do fim da era dos combustíveis fósseis, até aqui a base da economia global desde a Revolução Industrial.

      A outra boa notícia veio do Vaticano e eis que, mais uma vez, o Papa Francisco surpreende e renova o seu empenho em falar sobre problemas contemporâneos. Desta feita, em sua primeira encíclica – “Laudato si'" (Louvado sejas), ele cita o Patriarca Ecumênico Bartolomeu: “Um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus".

      Se não fosse pouca coisa, o Papa ainda afirma, fazendo uma direta referência às mudanças climáticas, que o urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar.

      Em consonância com os preceitos adotados desde a Conferência das Nações Unidas, a Rio+20, no Rio de Janeiro em 2012, que colocou o desenvolvimento sustentável ao lado da erradicação da pobreza, o Papa Francisco fez coro e reforçou a sua preocupação com os menos favorecidos: “São inseparáveis as preocupações com a natureza, a justiça para com os pobres, o empenho da sociedade e a paz interior".

      E agora, Brasil?

Em recentes declarações durante o encontro de cúpula com a União Europeia, a Presidenta Dilma Rousseff afirmou que o Brasil tem sido um dos países que mais reduziu suas emissões, graças principalmente à queda do desmatamento. Mesmo assim, para a 21ª Conferência do Clima a ser realizada em Paris no final do ano, será preciso um compromisso mais efetivo e não apenas jogo de palavras.

      Nessa ocasião, deverão ser assumidos novos compromissos para substituir o Protocolo de Kyoto, com metas mais ambiciosas para todos os países. Ainda mais entre os maiores emissores, caso do Brasil, que ocupa a 10ª posição. As pressões sobre o governo já começaram, entre elas, o Lançamento da Coalizão Brasil: Clima, Florestas e Agricultura, movimento com a presença de mais de 50 entidades representantes do setor privado e de importantes organizações do terceiro setor, que “pretende propor e promover políticas públicas para o estímulo à agricultura, à pecuária e à economia florestal que impulsionem o Brasil como protagonista na liderança global da economia sustentável e de baixo carbono, gerando prosperidade, com inclusão social, geração de emprego e renda".

      A Coalizão vai divulgar um documento que apresenta propostas de políticas e ações efetivas que devem contribuir para a estruturação da posição do Brasil na COP21.

      Nesses seis meses que faltam para o encontro de Paris, novas discussões e debates virão, e o Brasil deve entrar no clima positivo que começa a tomar corpo mundo afora. 

Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/o-...> . Acesso em: 06 ago. 2015. [Adaptado]

No texto, há presença de

Alternativas
Comentários
  • injunção

    substantivo feminino

    1. 1.

      ato de injungir, de ordenar expressamente uma coisa; ordem precisa e formal.

    2. 2.
      influência coercitiva de leis, regras, costumes ou circunstâncias; imposição, exigência, pressão.


       No texto, não vemos situações em que há comando de ordem/ordenamento. Vemos explicações e argumentações relacionadas ao tema mencionado.


  • Resposta: Letra C.

    O artigo caracteriza-se como texto dissertativo argumentativo, cujas principais metas são explicar o tema e argumentar em favor de determinada ideia. Essas atividades são verificadas ao longo do texto: o autor constantemente apresenta os últimos acontecimentos sobre o debate ambiental, com o objetivo de demonstrar que o tema adquiriu importância global.

    Não obstante, a questão poderia ser resolvida por eliminação. O texto injuntivo é caracterizado por apresentar comandos, ordens ou instruções, predominando o uso do modo imperativo, como em receitas culinárias ou em manuais de instrução. Uma vez que não há injunção no texto, apenas a alternativa C estaria correta.

    Espero ter contribuído...

    Abraços!

  • Quanto aos tipos de texto:

    O texto INJUNTIVO, é aquele que apresenta a finalidade de instruir e orientar o leitor, utilizando verbos no infinitivo, no imperativo ou presente do indicativo, sempre indeterminando o sujeito. Os genêros que se apropriam da estrutura injuntiva são:manual de instrunções, receitas culinárias, bulas, regulamentos, editais, códigos, leis.

  • Mais suscinta. Trata-se de um texto argumentativo e sua função foi explicar e informar.

    O texto injuntivo/instrucional é aquele tipo textual que dá dicas, modo de fazer, como construir, passo-a-passo. Ex: Receita de bolo.

    Sabendo disso, a questão veio de graça.

  • O texto injuntivo ou instrucional está pautado na explicação e no método para a concretização de uma ação, ou seja, indicam o procedimento para realizar algo, por exemplo, uma receita de bolo, bula de remédio, manual de instruções, editais e propagandas. Sabendo essa definição já podemos eliminar as quatro opções que constam o mesmo. 

  • Letra C

    O texto injuntivo dá ordens, é mais caracterização no imperativo.

    Com isso eliminamos 3 alternativas, restando-nos apenas a correta.

    O texto é uma mistura de argumentação com explicação de fatos.

     

  • Injunção -> Ordem

    Obs: Essa questão contradiz aquela corrente de chutes por repetição rsrs...

  • O Texto Injuntivo é marcado por verbos no imperativo: Ex.: Venha, Veja, Use, Faça.