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ID
1825870
Banca
CONSULPLAN
Órgão
CBM-PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                           As desigualdades e a questão social

      Há processos estruturais que estão na base das desigualdades e antagonismos que constituem a questão social. Dentre esses processos, alguns podem ser lembrados agora. O desenvolvimento extensivo e intensivo do capitalismo, na cidade e no campo, provoca os mais diversos movimentos de trabalhadores, compreendendo indivíduos, famílias, grupos e amplos contingentes. As migrações internas atravessam os campos e as cidades, as regiões e as nações. Movimentam trabalhadores em busca de terra, trabalho, condições de vida, garantias, direitos. A industrialização e a urbanização expandem‐se de modo contínuo, por fluxos e refluxos, ou surtos. Assim como ocorre a metropolização dos maiores centros urbano‐industriais, também ocorre a abertura e reabertura das fronteiras. Os surtos de atividades agrícolas, pecuárias, extrativas, mineradoras e industriais, ao longo das várias repúblicas, assinalam os mais diversos momentos de populações e negócios, de fatores econômicos ou forças produtivas. As crescentes diversidades sociais estão acompanhadas de crescentes desigualdades sociais. Criam‐se e recriam‐se as condições de mobilidade social horizontal e vertical, simultaneamente às desigualdades e aos antagonismos. Esse é o contexto em que o emprego, desemprego, subemprego e pauperismo se tornam realidade cotidiana para muitos trabalhadores. As reivindicações, protestos e greves expressam algo deste contexto. Também os movimentos sociais, sindicatos e partidos revelam dimensões da complexidade crescente do jogo das forças sociais que se expandem com os desenvolvimentos extensivos e intensivos do capitalismo na cidade e no campo.

      [...] Aos poucos, a história da sociedade parece movimentada por um vasto contingente de operários agrícolas e urbanos, camponeses, empregados e funcionários. São brancos, mulatos, negros, caboclos, índios, japoneses e outros. Conforme a época e o lugar, a questão social mescla aspectos raciais, regionais e culturais, juntamente com os econômicos e políticos. Isto é, o tecido da questão social mescla desigualdades e antagonismos de significação estrutural.  

(IANNI, Octavio. Pensamento social no Brasil. Bauru: Edusc, 2004. (com adaptações).)

O uso do acento grave, indicador de crase, está exemplificado no texto através da expressão “simultaneamente às desigualdades” (1º§). O contrário, ou seja, o uso INCORRETO do acento grave, indicando crase, pode ser visto em:

Alternativas
Comentários
  • Alguém pode explicar?

  • Entendo que a pegadinha esteja na letra a. Em "caminhamos até à praia" a crase é opcional.

    Regra: com a palavra "até" a crase é opcional.

     

  • Ok, é o seguinte:

     

    “Caminhamos até à praia.” (a crase é facultativa depois da preposição até, por quê? porque a preposição "a" é facultativa, então tanto faz escrever caminhamos até a praia ou caminhamos até à praia)

     

    “Não retornarei àquele lugar.” (o verbo retornar exige como complemento a preposição "a", e o termo regido começa com a letra a; admite-se, portanto, a junção da preposição "a" a pronomes demonstrativos "aquele, aquela, aquilo", sempre que o termo regente exigir a preposição "a")

     

    “Foi a carta à que fiz referência.” (está errada porque o vocábulo "referência" só exige a preposição "a", e o pronome relativo "que" não tem nenhum artigo; o certo seria: "foi a carta a que fiz referência")

     

    "Àquela época tudo era diferente.” (A + Aquela = àquela)

     

    “Não conseguimos ler a placa à distância de dez metros.” (Usa-se crase antes das palavras "casa, terra e distância" sempre que vierem especificadas. A verdade é que elas acabam formando locuções prepositivas femininas)

     

     

     

  • – Referir
    É transitivo direto e indireto no sentido de narrarcontar, com objeto direto de coisa e indireto de pessoa (rege a preposição a):
    O avô refere várias histórias aos netos.
    Na acepção de dizer respeito é pronominal e transito indireto (rege a preposição a):
    Não me referia a seu irmão.

    -----------------------------------------------------------------

    “Foi a carta (a) que fiz referência.” (Quem faz referência, faz referência a alguma coisa.)

    ~> Fiz referência à carta.

    Contextualizando:

    Por que mesmo ao pedir preposição, não o colocamos? A resposta é, porque logo após o 'a' craseado, existe um pronome relativo (QUE) ... e de acordo com as regras gramaticais, não se coloca crase antes de pronomes em Geral, salvo algumas exceções, que não é o caso desse em questão.

    No caso a seguir, o emprego da crase está feito de forma correta também: 

    “Foi a carta à qual fiz referência.”

    “Foi a carta (a) (a qual) fiz referência."

                  prep + pron relativo

  • A crase é proibida antes de pronomes relativos!

     

  • tem sim crase em pronomes relativos ,isso depende do verbo !!

    no caso da letra C ,nao pode ter crase antes do verbo no infinitivo

  • A crase é proibida antes de pronomes relativos exceto: à qual , às quais.

  • C- “Foi a carta à que fiz referência.”

  • De acordo com a Gramática do Pestana:

    Obs.: Não obstante, pode haver crase:

    "do pronome relativo a qual:"

    Ex.: “A fórmula à qual a economia brasileira está subordinada não passa de uma regra básica.”