SóProvas


ID
1834735
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Marilândia - ES
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Bento Rodrigues tem cor de tragédia e cheiro de morte

    O cheiro de morte cerca Bento Rodrigues inteiro. É o cheiro da decomposição dos animais que a avalanche de lama soterrou no começo de novembro, após o rompimento da barragem do Fundão. E tem a cor da tragédia: o marrom das casas, das árvores e dos pássaros que mergulham nas poças de água cheias de rejeitos de minério. Um vazio marrom domina todo o centro do extinto distrito de Mariana. As casas que não foram levadas viraram escombros.  
   Dentro e em volta delas, os rastros do caos: roupas, panelas, sofás, brinquedos e documentos espalhados, motos soterradas, carros destruídos, cachorros e galinhas abandonadas. É clichê, mas é real: o lugar virou cenário de filme   pós‐apocalíptico. Com direito até a um cartão postal: a imagem do carro carregado pela lama e colocado caprichosamente sobre o muro de uma casa. Só algumas poucas casas e um ginásio permaneceram quase intactos – e foi ali onde centenas de pessoas se abrigaram à espera do resgate. 
     A lama que saiu da barragem da Samarco, mineradora que pertence à Vale e à anglo‐australiana BHP Billiton, devastou também outras áreas próximas de Mariana. A pequena cidade de Barra Longa perdeu casas e a praça principal – os bancos e as árvores deram lugar aos caminhões de limpeza. Mas ainda não se compara visualmente ao estrago de Bento Rodrigues. A lama varreu de vez o distrito, tirou o ponto do mapa. Por ali nunca mais vão existir casas, bairros ou a famosa fábrica artesanal de geleia de pimenta? A Samarco, responsável pela destruição, pretende reconstruir Bento em outro lugar. Ali talvez vire até outra barragem (os moradores contam que a mineradora já cobiçava comprar as casas e o terreno de Bento Rodrigues há algum tempo).
    Por ora, 356 pessoas que viviam por lá estão hospedadas em hotéis de Mariana. Há 22 dias, essas pessoas vivem sob as regras do hotel, com horário pré‐determinado para comer, sem espaço para as crianças brincarem. Perderam não só a casa e o bairro. Perderam a vida que levavam. Boa parte agora deles passa o dia em frente aos hotéis. E volta e meia os funcionários da Samarco aparecem para perguntar por uma ou outra pessoa para falar sobre indenização ou oferecer uma casa alugada. 
    Mas nem depois dessa tragédia toda, do maior desastre ambiental da história do Brasil, a Samarco perde poder ou moral em Mariana. Pouca gente se atreve a falar mal da mineradora – e muitos ainda a defendem. “Não fala mal da Samarco por aí que o pessoal fica bravo", avisou um morador. Toda a história da cidade está ligada à mineração. Se antes o ouro guiava a economia da região, hoje é o minério de ferro. 80% da economia local é ligada direta ou indiretamente à atividade. É daí que vem todo o poder das mineradoras: a maior parte da população trabalha lá e tem medo de perder a única fonte de renda. Mas enquanto a Samarco fatura milhões com a exploração de minérios, a cidade segue pobre e corrupta (foram 7 prefeitos em 5 anos). 
    E essa “mãezona" abandonou as crias no momento da tragédia. Ou melhor: expôs todos eles ao perigo. Passou anos sem colocar em ação um programa emergencial, mesmo a barragem do Fundão sendo classificada de alto risco, e ainda aumentou a produção de rejeitos no último ano. Foi por isso que as pessoas de Bento Rodrigues não receberam alarmes, foi a comunicação dos funcionários pelo rádio que salvou a vida de dezenas de pessoas. Agora a Samarco trabalha para tentar reparar os irreparáveis danos causados às vítimas (sem qualquer questionamento do governo municipal ou estadual: o acompanhamento psicossocial, por exemplo, é feito por funcionários da mineradora). Até lá, espera‐se que a barragem de Germano, muito maior que a do Fundão, não tenha o mesmo fim que a outra.
(Carol Castro, Felipe Floresti. Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/bento‐rodrigues‐tem‐cor‐de‐tragedia‐e‐cheiro‐de‐morte.   Acesso em: 01/12/2015.)

Em “Toda a história da cidade está ligada à mineração.”, o acento grave indicador de crase está corretamente empregado. Assinale a alternativa em que o referido acento está INCORRETAMENTE empregado.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra D


    Vários repórteres que foram à Mariana e entrevistaram a população atingida. Errado


    Vários repórteres que voltaram de Mariana..., portanto a frase não possui crase

  • Quem vai à, volta da = crase há
    Quem vai a, volta de = crase pra quê? (caso da questão: ''Quem vai a Mariana, volta de Mariana. Sem crase.).

  • a) Quanto à Samarco, a sua penalidade não está definida. (antes de nomes próprios femininos a crase é facultativa)

    b) A tragédia em Mariana provocou danos irreparáveis às vítimas. (irreparáveis a + as vítimas = crase)

    c) À medida que a lama avança em direção ao mar, muitos peixes morrem. (à medida que = é a forma correta para a locução conjuntiva proporcional (assim com crase), quando se quer dar o sentido de à proporção que )

    d) Vários repórteres que foram à Mariana e entrevistaram a população atingida. (Quem vai a Mariana, volta DE mariana = não há crase )

    Se algo estiver errado favor comentar.

  • Se você utilizou VIM DE, é porque o nome da localidade NÃO ADMITE artigo, logo NÃO ADMITE CRASE.

    Se você utilizou VIM DA, é porque o nome da localidade ADMITE ARTIGO, logo admite crase.

    VIM DA, CRASE HÁ!

    VIM DE, CRASE PRA QUÊ ? 


    GAB:D

  • Mayla,

    seu comentário está quase perfeito. No entanto, quanto a nomes próprios de "lugar", não é facultativo. É ideal seguir a regrinha da salvação mencionada pelos colegas. Se fosse facultativo, a alternativa não estaria incorreta.

  • Recebe o acento grave o "a" inicial das locuções conjuntivas (à medida que, à proporção que), formadas por núcleo feminino. 

  • Pelo que entendi na alternativa A ,tem a palavra empresa subentendida antes de Samarco, por isso está correta

  • Macete !

    Vou a e volto dá ( crase no A ) Fui à Bahia, volto da Bahia.

    Vou a e volta de ( crase para quê ?) Fui a São paulo, volto de São Paulo.

  • vou  a mariana....

    volto De mariana 

    >)

  • A- Quanto à Samarco, a sua penalidade não está definida.

    Significa em relação a, logo há crase.

  •  

    A resposta do colega Adamir Alves ficou perfeita. "Pelo que entendi na alternativa A ,tem a palavra empresa subentendida antes de Samarco, por isso está correta". 

     

    Gabarito letra D

  • Antes de nome proprio feminino a crase é facultativa.

  • Letra D.  Vou a  Mariana ( cidade)  e  não nome  próprio feminino. Volto de  Mariana

  • letra = d

    Bizu: "Se vou a e volto da, crase no a,

    se vou a e volto de, crase pra que."

    Mariana no caso seria a cidade de MARIANA.

  • LUGAR - Se vou A e volto DA, crase há; se vou A e volto DE, crase pra quê?!

  • Não há crase antes de cidades.
  • Não há crase antes de cidades.

     

    quem te falou isso louco!

  • Se vai  A e volta DE, CRASE PRA QUÊ

    ?

  • GABARITO - LETRA D

     

    Vários repórteres que foram à Mariana e entrevistaram a população atingida. (Vim de mariana. Estou em Mariana).

     

    DISCIPLINA, DISCIPLINA, DISCIPLINA.

  • volto DE......= não há crase / volto DA = há crase . no caso da questão: volto DE mariana = não há crase

     

    Gabarito -----> D

     

    Bons estudos! foco!

  • Quem vai de Mariana/ Volta de Mariana = Não há crase.

    Vou a e volto dá ( crase no A ) Fui à Bahia, volto da Bahia.

    Vou a e volta de ( crase para quê ?) Fui a São paulo, volto de São Paulo.

    d.

  • Só eu achei que o nome "Samarco" era nome próprio masculino ?

  • Al. Kelver, creio q nesse caso a crase é empregada pois a palavra "empresa" está subentendida antes d "Samarco".

    Ex: Quanto à (empresa) Samarco, a sua penalidade não está definida.