Questão 1835398

• Banca: FGV
• Órgão: TJ-RO
• Ano: 2015
• Provas: FGV - 2015 - TJ-RO - Jornalista
• Disciplina: Jornalismo
• Assuntos: Produção Gráfica; Revista; Comunicação Visual; Estética da Produção Gráfica; Formatos Midiáticos; Gêneros Jornalísticos; História da Imprensa; História do Jornalismo; Notícia

O Segundo Reinado foi marcado pela consolidação política e também pela economia cafeeira. No governo de Dom Pedro II, foram inauguradas as primeiras linhas telegráficas e também as primeiras estradas de ferro, além de ter sido dada ênfase às ciências e à cultura. Entretanto, os gastos com a Guerra do Paraguai e as crescentes pressões contra a escravidão, entre outros fatores, contribuíram para a crise da monarquia. Crônicas e charges pontuaram o período, divulgando ideais republicanos e abolicionistas, destacando-se a Revista Illustrada. Sobre essa publicação, é correto afirmar que:

• A. apesar das críticas à Monarquia, as ilustrações raramente satirizavam as elites agrárias nacionais, responsáveis pela sustentação econômica daquele hebdomadário;
• B. a dinâmica social e política do Segundo Reinado foi retratada com imparcialidade, assim como assuntos relacionados às ciências e à cultura;
• C. outros títulos hemerográficos congêneres que antecederam a Revista Illustrada não publicavam litografias ou imagens;
• D. os desenhos de Angelo Agostini espelhavam as formulações de Joaquim Nabuco sobre o abolicionismo;
• E. a Revista Illustrada, publicada pelo italiano Angelo Agostini, expunha as miudezas da vida cotidiana da capital do império, mas se eximia de retratar aspectos arquitetônicos ou urbanísticos do Rio de Janeiro.

Gabarito: D

Comentários

• GABARITO: LETRA D

   

  "Em janeiro de 1876, [Angelo Agostini] fundou no Rio de Janeiro a Revista Ilustrada, cuja popularidade cresceu rapidamente a ponto de transformá-la em um dos maiores acontecimentos da imprensa brasileira. Sua tiragem chegou a quatro mil exemplares, padrão jamais visto em nenhum periódico editado na América do Sul. (...) Difundindo ideias liberais, republicanas e anticlericais, envolveu-se ativamente na campanha abolicionista, ao lado de José do Patrocínio e Joaquim Nabuco. Este último expressou o alcance da revista denominando-a "Bíblia da Abolição dos que não sabem ler". As caricaturas contundentes de Agostini mostraram o sofrimento dos escravos, mas também expuseram os desmandos da classe dominante, a disseminação da febre amarela, os folguedos de carnaval, as fraudes eleitorais, a decadência do imperador Pedro II e a questão religiosa: um verdadeiro desenho da vida do país."

   

  Livro: Dicionário histórico-biográfico da Primeira República (1889-1930). Alzira Alves de Abreu (coord.). Rio de Janeiro: FGV, 2015.