SóProvas


ID
1841395
Banca
COMPERVE
Órgão
Prefeitura de Boa Saúde - RN
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Com a força de um trator

   A primeira mulher a operar máquinas pesadas no Estádio Mané Garrincha
      conta como superou o preconceito e mudou os rumos de sua carreira

      Eunice da Silva Oliveira teve de aprender cedo a superar desafios. Ficou viúva cedo e precisou sustentar sozinha a filha de 11 meses. Hoje, aos 39 anos, orgulha -se em dizer que Thaís, que tem 18, já está na faculdade, incentivada pelo perfil trabalhador e arrojado da mãe. Características que afloraram novamente em 2011, no canteiro de obras do Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF). Oito meses depois de ser admitida para serviços de limpeza, Eunice foi promovida. Assumiu a direção de uma empilhadeira e passou a ser a primeira mulher a operar máquinas pesadas na obra.

      O salário aumentou de 730 para 4.200 reais. Entre as novas atribuições, estavam empilhar e suspender meia tonelada de tijolos por dia. “Nunca tive medo de pegar no pesado", diz. Eunice já tinha carteira de habilitação, mas foi selecionada para a vaga após um curso de condução de veículos pesados de três dias.

      Reconstruída, a arena Mané Garrincha teve sua capacidade ampliada de 45.000 para 70.800 lugares, obra que custou 1,2 bilhão de reais e levou 1.027 dias para ficar pronta.

Olhar feminino

     No começo, ela lutou para se familiarizar com o novo universo. Além da tensão por causa da enorme responsabilidade, Eunice enfrentou algumas piadinhas machistas. “Sempre tinha um que soltava uma graça, 'cuidado que é mulher no volante', mas a maioria me dava apoio". Operando uma das empilhadeiras, virou exemplo de superação entre os operários. “ Não acho que é um serviço só para homens e muito menos que deixo de ser feminina", afirma Eunice, que não abria mão do batom antes de iniciar a jornada de trabalho.

      Com o dinheiro que ganhou na obra da Copa, Eunice quitou suas dívidas, reformou a casa e comprou um carro novo. “E ainda consegui guardar um dinheirinho na poupança", conta. Estimulada pela experiência no Mané Garrincha, Eunice quis permanecer no setor da construção civil. Após a conclusão da arena, fez questão de tirar carteira de habilitação na categoria D para também poder dirigir ônibus, caminhões e outros tipos de tratores. Passou cinco meses desempregada, até ser contratada por uma empresa em Brasília, e hoje segue dirigindo veículos pesados. “As empreiteiras em geral dão preferência aos homens, mas acabei conseguindo por causa da minha experiência no Mané Garrincha".

      E, mesmo não sendo muito fã de futebol, a operária pretende viver a emoção de assistir a pelo menos um jogo no estádio que ajudou a erguer. “Sempre que passo lá, bate uma saudade daqueles tempos. Foi um trampolim para mim e para muitos amigos que tive o prazer de conhecer". 

Abril na Copa – Edição especial. Placar. São Paulo: Editora Abril, n. 1391, jun. 2014. [Adaptado] 

A relação entre o texto e os prováveis leitores da revista em que foi publicado é

Alternativas
Comentários
  • d) por mais subjetiva que seja, a alternativa apresenta o verbo "pode", possibilitando tal relação.

  • Gab. D (para turma que não assina o QC) - MAS, questão horrível e passível de EXTINÇÃO!!!

    Não concordo com a banca em fazer esse tipo de questão. O grau de subjetividade é muito amplo, dando margens para diversos pensamentos.

    # Opção A - inadequada, pois, numa publicação intitulada Abril na Copa, espera-se que se fale diretamente de futebol, e não de temáticas adjacentes.

    Inadequado, guarda uma enorme ponderação entre "certo e errado", não esta sendo categórico, logo, é logicamente possível que se espere assuntos relacionado com futebol, na revista PLACAR e na publicação "ABRIL NA COPA"

     

    # Opção B - questionável, uma vez que, dentre os prováveis leitores da revista, a maioria não se importa com o assunto abordado no texto.

    Eu escolhi essa opção. Novamente usa-se ponderações, desta vez com a palavra "questionável". A maioria dos leitores da PLACAR querem ver assuntos sobre ESPORTES e não sobre os operários (homem ou mulher) que operaram uma empilhadeira. É uma contestação de baixo valor social, mas se você tem segmentos no mercado, ele serve para isso. Por acaso, alguém abre uma PLAYBOY para saber o que as modelos comem, para ter aquele corpo? ou mesmo qual é a técnica utilizada pelo fotógafo? PODE até ser, mas NÃO A MAIORIA dos prováveis leitores.

     

    # Opção C - problemática, já que o assunto abordado no texto se afasta do esperado pelos leitores da revista.

    Também concordo, em parte, com esse ponto de vista. Pela mesma ideia da letra B, se eu compro um gibi da Turma da mônica, não quero ver uma entrevista com Maurício de Souza, a respeito do quanto foi difícil para ele, no início da carreira, conseguir quem comprasse os livros..

     

    # Opção D - adequada, pois a temática desenvolvida no texto pode interessar ao público leitor da revista.

    É muito complicado!! A banca considera "adequada", pois "PODE interessar", mas não acha que nenhuma opção acima "POSSA", também, ser verdadeira.  A banca foi infeliz com a questão, e piorou a situação dela com essa resposta, pois se baseou num "PODE"; Nossa Senhora!! Se ela desse uma opção mais lógica, devido a semântica do texto e tal, talvez...

     

    É como se vc tivesse que responder sob um olhar humanístico e social, tipo uma visão romântica.

     

     

  • LETRA D!

     

    - adequada, pois a temática desenvolvida no texto pode (não obrigatoriamente) interessar ao público leitor da revista.

     

    ===> Pessoas que gostam de futebol e são leitores da revista PLACAR normalmente se interessam em saber curiosidades a respeito de contruções/reformas de estádios de futebol.

  • Essa questão é muito subjetiva! vai além do ponto de vista de um único leitor. Na sua grande maioria, os leitores da revista placar tendem a querer informações de futebol e outras coisas correlatas. Realmente, a Comperve com suas questões de interpretação e compreensão muito mais dificeis do que as de gramática.

  • Nossa, que banca sensível, que vibe positiva! Mas ela deve ter feito uma pesquisa pormenorizada com um grupo grande de assinantes da revista sobre a matéria em questão.

    Eu creio nisso ...

    Amém!

  • Essa matéria encaixaria melhor na Você S/A, Exame...