O FIM DO SUPERPODER NOS NOVOS TEMPOS
Uma das características centrais desses tempos de mudança é a diluição dos superpoderes - fenômeno que
começa a ser estudado por especialistas internacionais. É o que está por trás de mudanças empresariais, de
crises políticas, e das pedras atiradas diuturnamente sobre a velha ordem moribunda.
O século 20 foi a era da grande burocracia, dos formatos de gestão que igualaram corporações ocidentais
oligopolizadas com estatais dos países comunistas, as burocracias de Estado e até as organizações sociais.
De longe, tratava-se da forma mais eficiente de gestão que alavancou o crescimento das empresas e levou-as a
processos de verticalização visando ganhos de escala, mas, acima de tudo, afastar as concorrentes.
Modelos como o da General Motors - de constituir uma constelação de subsidiárias semiautônomas fornecendo
para a empresa mãe, tornaram-se hegemônicos.
No campo empresarial, o avanço da telemática permitiu o surgimento de outros modelos, como o da Toyota,
terceirizando sua produção para fornecedores independentes, trabalhando em conjunto no desenvolvimento de
soluções.
Com o tempo, o avanço da tecnologia e o crescimento dos próprios fornecedores permitiram novos arranjos para
o desenvolvimento de novos produtos.
Finalmente, com a entrada da era da Internet, o modelo exclusivista e verticalizado das grandes corporações
entrou definitivamente em xeque.
A Microsoft tornou-se um gigante emperrado, da mesma forma que a IBM. E a própria Apple, mesmo com o furor
inovador de Steve Jobs, acabou perdendo espaço para o modelo colaborativo do Google.
Pode ser que o avanço do setor acabe gerando novos cartéis. Mas, nesse momento, os modelos abertos e
colaborativos tornaram-se vitoriosos.
Em todos os campos ocorreu essa diluição de poder. No campo político, sucessivas primaveras tiraram
definitivamente dos governos e das grandes corporações de mídia o controle sobre a opinião pública.
A beleza da história é que não há lugar para acomodamento. Governantes que não se guiarem por ideais
grandiosos serão inevitavelmente soterrados. A parte preocupante da história é o vácuo institucional que se dá
em um momento em que o velho morreu e o novo ainda não se apresentou.
Analise as proposições a seguir.
I. A era da grande burocracia, na década de vinte, foi marcada, principalmente, pelo avanço da telemática,
que possibilitou o surgimento de modelos como o da Toyota, pioneira na terceirização de sua produção
para fornecedores independentes.
II. Com a entrada da era da Internet, empresas como a Microsoft e a IBM tornaram-se “ gigantes
emperrados" , o que não ocorreu, contudo, com a Apple, graças ao furor inovador de Steve Jobs que
adotou o modelo colaborativo do Google.
III. A chamada diluição do poder tirou das grandes corporações de mídia o controle sobre a opinião
pública, contudo, essa conquista só foi impetrada com a intervenção do poder público que passou a
coibir a interferência da grande imprensa em questões de cunho político e social.
Está em consonância com o texto de Luís Nassif o que se afirmou em: