SóProvas


ID
1866385
Banca
Itame
Órgão
Câmara Municipal de Inhumas - GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

“Se cada segundo de nossa vida deve se repetir um número infinito de vezes, estamos pregados na eternidade como Cristo na cruz. Que ideia atroz!

No mundo do eterno retorno, cada gesto carrega o peso de uma insustentável leveza. Isso é o que fazia com que Nietzsche dissesse que a ideia do eterno retorno é o mais pesado dos fardos (das schwerste Gewicht).

Se o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, nossas vidas, sobre esse pano de fundo podem aparecer em toda a sua esplêndida leveza.

Mas, na verdade, será atroz o peso e bela a leveza? O mais pesado dos fardos nos esmaga, nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão. Na poesia amorosa de todos os séculos, porém, a mulher deseja receber o peso do corpo masculino. O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da mais intensa realização vital. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.

Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semirreal, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes.

Então, o que escolher? O peso ou a leveza?

Foi a pergunta que Parmênides fez a si mesmo no século VI antes de Cristo. Segundo ele, o universo está dividido em duplas de contrários: a luz e a obscuridade, o grosso e o fino, o quente e o frio, o ser e o não ser. Ele considerava que um dos polos da contradição é positivo (o claro, o quente, o fino, o ser), o outro, negativo. Essa divisão em polos positivo e negativo pode nos parecer de uma facilidade pueril. Menos em um dos casos: o que é positivo, o peso ou a leveza?

Parmênides respondia: O leve é positivo, o pesado é negativo. Teria ou não razão? Essa é questão. Uma coisa é certa. A contradição pesado-leve é a mais misteriosa a mais ambígua de todas as contradições. ”

                                                                          “A Insustentável Leveza do Ser”

                                                                                          Milan Kundera, 1983 

No trecho: “Segundo ele, o universo está dividido em duplas de contrários: a luz e a obscuridade, o grosso e o fino, o quente e o frio, o ser e o não ser. Ele considerava que um dos polos da contradição é positivo (o claro, o quente, o fino, o ser), o outro, negativo. ”, de qual das funções da linguagem o autor faz uso?

Alternativas
Comentários
  • Não entendo o motivo do gabarito ser letra "B", alguém pode explicar?

  • Aparentemente o trecho tem função metalinguística. Mas o trecho informa(denota, distingue, mostra) a posição do Parmênides com relação ao Univeso(“Segundo ele") e também com linguagem conotativa, ou seja, figurada(o universo - luz e a obscuridade, o grosso e o fino). Por isso, a função que predomina é a Denotativa ou Conotativa.

    Gab.B

  • Também não entendi a dessa questão. Denotação e conotação podem coabitar no mesmo período? Elas não são antagônicas? Outro fato que me levou a marcar a letra D, diz respeito ao trecho como um todo: o trecho explica o universo, com coisas que estão no próprio universo.

  •  

    Lamentável é perceber que nem mesmo o professor que redigiu a questão sabe diferenciar as funções da linguagem...Há de fato antagonismo entre conotação e denotação então por qual motivo o gabarito seria a letra B? Já solicitei o comentário do professor

  • ALGUMAS QUESTOES EU TENHO CERTEZA QUE O EXAMINADOR TINHA FUMADO MACONHA ESTRAGADA E CHEIRADO ALGUMA COISA.
    ESSE EXAMINADOR NAO SABE A DIFERENCA DE FUNCOES.

  • O professor deveria comentar essa questão, pra quem sabe, entendermos o porquê dessa resposta. No mínimo coisa de maluco.