- ID
- 1869871
- Banca
- VUNESP
- Órgão
- Prefeitura de Poá - SP
- Ano
- 2015
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Em 1956, John McCarthy, um cientista da computação do
Dartmouth College, então com menos de 30 anos, cunhou a
expressão inteligência artificial (IA). De forma simples como
os aros pesadões de seus óculos, ele definiu o novo campo
de estudos: “A engenharia de fabricar máquinas inteligentes".
A ambição de criar robôs dotados de esperteza é anterior,
remete aos mitos da Grécia antiga, tal qual o de Talo, o
gigante de bronze criado pelos deuses. Mas foi só a partir de
meados do século passado, com o trabalho de estudiosos
como McCarthy, que a chance de produzir androides come-
çou a ser levada a sério. Rapidamente brotaram medos exagerados
e possibilidades descabidas, refletidas na ficção em
obras da literatura. O exemplo mais evidente é o clássico Eu,
Robô, de Isaac Asimov – no qual se apresentaram as Três
Leis da Robótica, que controlariam a IA e, desrespeitadas,
gerariam monstros de ferro e alumínio nas veias. Hoje, sabe-
-se que não passa de bobagem a mirabolante visão de um
futuro de guerras fratricidas contra nossas crias.
A IA progrediu e, silenciosamente, está perto de superar
a capacidade mental humana, principalmente em tarefas
padronizadas e exatas, como nos cálculos financeiros ou na
promessa de carros sem motorista. Não há o conflito desenhado,
a não ser no cinema. É cada um na sua. As máquinas
não param de evoluir, mas estritamente como máquinas. Os
humanos serão cada vez mais humanos, com fraquezas, inseguranças
e imperfeições.
Pedir a um software capaz de pintar como Van Gogh que
cortasse a própria orelha deixaria os algoritmos tontos, perdidos,
incapazes de entender o comando suicida.
(Felipe Vilic, Raquel Beer e Rita Loiola,
Cada um na sua. Veja, 22.07.2015, p. 78. Adaptado)
Segundo o texto, obras literárias de ficção, como Eu, Robô, de Isaac Asimov,