SóProvas


ID
1894912
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Rosana - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia a crônica Caso de polícia, de Ivan Angelo, e responda à questão.

      Desde que viu pela primeira vez um filme policial, o rapaz quis ser um homem da lei. Sonhava viver aventuras, do lado do bem. Botar algemas nos pulsos de um criminoso e dizer, como nos livros: “Vai mofar na cadeia, espertinho”.

      Estudou Direito com o objetivo de ser delegado de polícia. No início do curso, até pensou em tornar-se um grande advogado criminal, daqueles que desmontam um por um os argumentos do nobre colega, mas a partir do segundo ano percebeu que seu negócio eram mesmo as algemas. Assim que se formou, inscreveu-se no primeiro concurso público para delegado. Fez aulas de defesa pessoal e tiro. Estudou tanto que passou em primeiro lugar e logo saiu a nomeação para uma delegacia em bairro de classe média, Vila Mariana.

      No dia de assumir o cargo, acordou cedo, fez a barba, tomou uma longa ducha, reforçou o desodorante para o caso de algum embate prolongado, vestiu o melhor terno, caprichou na gravata e olhou-se no espelho satisfeito. Encenou um sorriso cínico imitando Sean Connery e falou:

      – Meu nome é Bond. James Bond.

      Na delegacia, percorreu as dependências, conheceu a equipe, conferiu as armas, as viaturas, e sentou-se à mesa, à espera do primeiro caso. Não demorou: levaram até ele uma senhora idosa e enfezada.

      – Doutor, estão atirando pedras no meu varal!

      Adeus 007. O delegado-calouro caiu na besteira de dizer à queixosa que aquilo não era crime.

      – Não é crime? Quer dizer que podem jogar pedras no meu varal?

      – Eu não posso prender ninguém por isso.

      – Ah, é? Então a polícia vai permitir que continuem a jogar pedras no meu varal? A sujar minha roupa?

      James Bond não tinha respostas. Procurou saber quem jogava as pedras. A velha senhora não sabia, mas suspeitava de alguém da casa ao lado. O delegado mandou “convidarem” o vizinho para uma conversa e pediu que trancassem a senhora numa sala.

      – Ai, meu Deus, só falta ser um velhinho, para completar! – murmurou o desanimado Bond.

      Era um velhinho que confessou tudo dando risadinhas travessas. Repreendeu-o com tom paterno:

      – O senhor não pode fazer uma coisa dessas. Por que isso, aborrecer as pessoas?

      – É para passar o tempo. Vivo sozinho, e com isso eu me divirto um pouco, né?

      O moço delegado cruzou as mãos atrás da cabeça, fechou os olhos e meditou sobre os próximos trinta anos. Pensou também na vida, na solidão e em arranjar uma namorada. Abriu os olhos e lá estava o velhinho.

      – Pois eu vou contar uma coisa. A sua vizinha, essa do varal, está interessadíssima no senhor, gamadona.

      O velho subiu nas nuvens, encantado. Recusou-se a dar mais detalhes, mandou-o para casa, e chamou a senhora:

      – Ele esteve aqui. É um senhor de idade. Bonitão, viu? Confessou que fez tudo por amor, para chamar a sua atenção. Percebeu que uma chama romântica brilhou nos olhos dela.

      Caso encerrado.

                             (Humberto Werneck, Org. Coleção melhores crônicas

                                                          Ivan Angelo. Global, 2007. Adaptado)

Nas frases reescritas a partir das ideias do texto, o sinal indicativo de crase está corretamente empregado em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito E. Crase
    Definição
    Antes de tudo, quem diz que crase é fácil está enganado! Crase é risível de fácil!
    – Poxa, Pestana, até hoje eu tenho trauma com esse sinal de crase! Nem consigo dormir pensando em questões de crase!
    – Para começar, o nome do sinal é grave! É isso mesmo! O sinal (`) tem nome: acento grave! É ele que indica a crase. E pode dormir tranquilo a partir de agora.
    – Ué, então crase não é o nome do acento?
    – Nunca foi! O nome do acento é “grave”. A crase é um fenômeno em que duas vogais iguais se tocam, por isso se diz a + a = à. E... se eu fosse você... faria uma recapitulação do capítulo Artigo. Safo? Vamos entender melhor agora!
    Para concursos, o que você precisa saber é o seguinte: a crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome demonstrativo.
    “Muito bem. Mas como essas vogais se fundem formando a crase?” Muito simples. Normalmente um verbo ou um nome exige a preposição a, que se funde com outro a (artigo ou pronome demonstrativo), formando a crase: à.
    Existem quatro situações básicas.

     

    PESTANA, 2012. 

  • GABARITO E

     

     

     a)O rapaz estudou Direito visando à se tornar um respeitado delegado de polícia. (NÃO SE USA CRASE DIANTE DE VERBOS = TORNAR-SE)

     b)Caso exercesse a profissão de advogado, imaginava-se suficientemente astuto para opor-se à qualquer argumentação de outros colegas. (NÃO SE USA CRASE DIANTE DE PRONOMES INDEFINIDOS= QUALQUER)

     c)Inscreveu-se no concurso e dedicou-se à aulas de defesa pessoal e tiro. (NÃO SE USA CRASE ANTES DE PALAVRA PLURAL QUANDO "A" ESTÁ NO SINGULAR)

     d)Passou em primeiro lugar e em pouco tempo se deu à nomeação para a delegacia do bairro de Vila Mariana, em São Paulo.

     e)Para dar continuidade à investigação, o jovem delegado convocou o velhinho a quem a senhora havia se referido como suspeito. (DAR CONTINUIDADE "A" + A INVESTIGAÇÃO,/O PRONOME QUEM QUANDO SEGUIDO DE VERBO TRANSITIVO DIRETO- HAVIA-EXIGIRÁ A PREPOSIÇÃO "a" PARA EFEITO DE AJUSTE FONÉTICO) ALTERNATIVA CORRETA

  • d)Passou em primeiro lugar e em pouco tempo se deu à nomeação para a delegacia do bairro de Vila Mariana, em São Paulo. Errado

     

    O verbo dar é VTDI, portanto, à nomeação está errado, porque da maneira que está escrito temos dois OI, veja:

     

    ...a + a (preposição + artigo) nomeação para a delegacia (preposição + artigo)....

     

    Formas corretas de escrever:

     

    ...à nomeaçã (OI) a delegacia (OD)...

     

    ou

     

    ...a nomeação (OD) para a delegacia (OI)...

     

    Espero ter ajudado.

     

  • THAIS MATOS >>>> CORREÇÃO DA LETRA D

    D) Passou em primeiro lugar e em pouco tempo se deu à nomeação para a delegacia do bairro de Vila Mariana, em São Paulo.

     

    SE = PARTICULA APASSIVADORA ---------- A NOMEAÇÃO - SUJEITO PACIENTE-

     

    JÁ DIZIA A PROF. FLÁVIA RITA: SE HÁ P.A NÃO HÃ OD, POIS O OBJ. DIR. VIRA PARTÍCULA APASSIVADORA.

     

     

     

    A SABER: PASSOU EM PRIMEIRO(...) SE DEU A NOMEAÇÃO  À DELEGACIA DA VILA MARIANA...

     

                                PART. APASSIVADORA - VERBO - SUJEITO PACIENTE OBJ. IND.

     

    PASSANDO PARA VOZ PASSIVA ANALÍTICA:

     

    A NOMEAÇÃO FOI DADA À DELEGACIA DA VILA MARIANA

  • Dá para alguém explicar mais didaticamente sobre o erro da letra D ?

  • Alguém ai poderia comentar, ou explicar o erro da  D?

  • O erro da D , DAR ALGO  A ALGUÉM, ou deu algo para alguém Vtdi : Deu A nomeação PARA. Precisa observar também que a frase só pode ter uma preposição.

  • e) Para ter certeza que aceita crase basta trocar o substantivo (OI) feminino por outro masculino.

     

    Para dar continuidade à investigação.

    Para dar continuidade ao caso.

  • Oi Anderson Silva! na frase:

    Passou em primeiro lugar e em pouco tempo se deu à nomeação para a delegacia do bairro de Vila Mariana, em São Paulo. Nomeação é verbo e não se usa crase antes de verbo.

  • Obrigada Renata fui seca na D nem percebi q nomeação é verbo.

  • A nomeação é verbo, à investigação não? Buguei

  • meu Deus perdoe essa pessoa que diz que nomeação é verbo, amém.

     

    "TCHAU E OBRIGADO" 

  • Pessoal, sei que todos nós aqui, estamos em busca de aprendizado, contudo, tomemos precaução no que diz respeito aos comentários! quando não se tem certeza, melhor não comentar, pois ao invés de ajudar, confunde os colegas!Se não sabe o que é verbo! aprenda e depois comente!

  • kkkkkkkkkkk

    os comentarios desse site sao a melhor maneira de aprender !

    kkkkk nomeaçao verbo?

     

  • Salvo engano o erro da assertiva D está no verbo regente que é transitivo direto, sem preposição, agora dizer que o termo regido (nomeação) é verbo, está errado. Nomear é verbo, mas a nomeação apresentada na questão D, está substantivado, não está praticando ação.
  • Sobre a letra D que muitos ficaram em dúvida.

    Salvo engano, o verbo dar não rege preposição. Quem dá dá algo ou alguma coisa a alguém (veja que não há fusão de preposição + artigo) temos somente artigo.

    Passou em primeiro lugar e em pouco tempo se deu a nomeação para a delegacia do bairro de Vila Mariana, em São Paulo.

  • Renata Miranda, nomeação é um substantivo, não é verbo.

    O que faz com que a crase seja proibida é o verbo "dar" que é transitivo direto/indireto.

    Todo verbo transitivo direto impede a existência de crase.

  • a) O rapaz estudou Direito visando à se tornar um respeitado delegado de polícia. --> Antes de verbo não tem artigo

    b) Caso exercesse a profissão de advogado, imaginava-se suficientemente astuto para opor-se à qualquer argumentação de outros colegas. --> Antes do pronome indefinido não tem artigo

    c) Inscreveu-se no concurso e dedicou-se à aulas de defesa pessoal e tiro. --> Palavra no plural e artigo no singular. Forma correta: a + as = às

    d) Passou em primeiro lugar e em pouco tempo se deu à nomeação para a delegacia do bairro de Vila Mariana, em São Paulo. --> Verbo dar é transitivo direto, sendo assim, não há preposição depois dele. Reescrita: ... se deu a nomeção. (Sendo esse "A" somente artigo)

    e) Para dar continuidade à investigação, o jovem delegado convocou o velhinho a quem a senhora havia se referido como suspeito.

  • Sobre a Letra (d):

     

    Passou em primeiro lugar e em pouco tempo se deu* nomeação para a delegacia do bairro de Vila Mariana, em São Paulo. 

    1) se deu = aconteceu

    2) se deu (aconteceu)  o quê?      a nomeação  

                    VTD                                   OD

    3 ) Não se coloca crase em objeto direto

     

     

  • GABARITO: LETRA E

    ACRESCENTANDO:

    Tudo o que você precisa para acertar qualquer questão de CRASE:

    I - CASOS PROIBIDOS: (são 15)

    1→ Antes de palavra masculina

    2→ Antes artigo indefinido (Um(ns)/Uma(s))

    3→ Entre expressões c/ palavras repetidas

    4→ Antes de verbos

    5→ Prep. + Palavra plural

    6→ Antes de numeral cardinal (*horas)

    7→ Nome feminino completo

    8→ Antes de Prep. (*Até)

    9→ Em sujeito

    10→ Obj. Direito

    11→ Antes de Dona + Nome próprio (*posse/*figurado)

    12→ Antes pronome pessoal

    13→ Antes pronome de tratamento (*senhora/senhorita/própria/outra)

    14→ Antes pronome indefinido

    15→ Antes Pronome demonstrativo(*Aquele/aquela/aquilo)

    II - CASOS ESPECIAIS: (são7)

    1→ Casa/Terra/Distância – C/ especificador – Crase

    2→ Antes de QUE e DE → qnd “A” = Aquela ou Palavra Feminina

    3→ à qual/ às quais → Consequente → Prep. (a)

    4→ Topônimos (gosto de/da_____)

    a) Feminino – C/ crase

    b) Neutro – S/ Crase

    c) Neutro Especificado – C/ Crase

    5→ Paralelismo

    6→ Mudança de sentido (saiu a(`) francesa)

    7→ Loc. Adverbiais de Instrumento (em geral c/ crase)

    III – CASOS FACULTATIVOS (são 3):

    1→ Pron. Possessivo Feminino Sing. + Ñ subentender/substituir palavra feminina

    2→ Após Até

    3→ Antes de nome feminino s/ especificador

    IV – CASOS OBRIGATÓRIOS (são 5):

    1→ Prep. “A” + Artigo “a”

    2→ Prep. + Aquele/Aquela/Aquilo

    3→ Loc. Adverbiais Feminina

    4→ Antes de horas (pode está subentendida)

    5→ A moda de / A maneira de (pode está subentendida)

    FONTE: Português Descomplicado. Professora Flávia Rita