Marca: Movimento Artístico Capixaba (1968)
Enquanto no Brasil autoritário a censura funcionava cada vez mais como uma rua de mão única, a literatura brasileira caminhava sob a mira do aparato de repressão do estado autoritário que se seguiu ao golpe militar. Revaloriza-se o realismo mágico, as alegorias, as parábolas, o romance-reportagem, o conto-notícia, e depoimentos.
Em nível de literatura brasileira escrita no Espírito Santo, a literatura de Fernando Tatagiba vem dialogar vis-à-vis com essa corrente literária brasileira. Tanto que, se olharmos para os veios narrativos de maior sucesso na literatura capixaba da época, é em Luís Fernando Tatagiba que encontraremos uma forte resistência à utopia do “Brasil Grande", a cujo ideal se incorporara boa parte dos intelectuais capixabas.
Via linguagem do espetáculo, e com o apoio incondicional da mídia local, principalmente a imprensa chapada, e do público, o final dos anos sessenta trouxe para o Espírito Santo o idealismo do Movimento Artístico Capixaba (MARCA), que se fundou como um Clube de Poesia e promoveu a apresentação de jograis e récitas em faculdades e no Teatro Carlos Gomes, em Vitória.
De 1968 a outubro de 1969, foram promovidas quatro récitas. À frente do movimento estava a figura idealista e bem intencionada de Olival Mattos Pessanha (1946-1993). Junto a ele, Luís Fernando Valporto Tatagiba (1946-1988), que se destaca como um contista maior, tanto no contexto da literatura capixaba como no da literatura nacional.
(Adaptado de: AZEVEDO FILHO, Deneval Siqueira de. A literatura brasileira contemporânea do Espírito Santo. Campinas, SP: [s.n.], 1999. Tese (doutorado) − Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, p.72-73)
No que se refere às informações presentes no texto, ao posicionamento apresentado pelo autor e aos seus conhecimentos sobre a literatura pós-moderna capixaba, infere-se que